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A transmissora de energia ISA Cteep (TRPL4) registrou um lucro líquido (ajustado pela participação do acionista não controlador) de R$ 306 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), um crescimento de 171,9% frente aos R$ 112,5 milhões registrados no 1T22, informou a companhia na noite desta terça-feira (2).
A receita líquida teve avanço de 24,6% na comparação anual, indo para R$ 891,6 milhões no 1T23.
A receita operacional bruta consolidada atingiu R$ 1,032 bilhão nos primeiros três meses de 2023, avanço de 22,4% ante janeiro a março do ano passado.
Segundo a companhia, esse resultado é explicado, principalmente, pela energização de projetos greenfield – Três Lagoas,
Biguaçu e Itaúnas – e, também, pela energização de 78 projetos de Reforços e Melhorias ocorrida entre o segundo
trimestre de 2022 até o final do primeiro trimestre de 2023.
A receita também cresceu com o reajuste do ciclo tarifário 2022/2023 que trouxe como principais variações: (i)
a atualização da Receita Anual Permitida (RAP) pelo IPCA do período (11,73%) e (ii) a recomposição parcial da receita de Rede Básica do Sistema Existente (RBSE), um reembolso devido às empresas de transmissão de energia por ativos não depreciados estendidos pela MP-579 em 2012, após o reperfilamento do componente financeiro (Ke).
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As deduções da receita bruta incluem tanto os tributos PIS e Cofins, diretamente proporcionais à receita, quanto encargos regulatórios (CDE e Proinfa), que sofrem influência da participação dos consumidores livres. As deduções atingiram R$ 140,5 milhões no 1T23, aumento de 9,8% em relação ao 1T22, explicado pela redução do consumo efetivo dos consumidores livres.
Na comparação com ano anterior, a receita líquida do trimestre ex-RBSE teve um incremento de R$ 85,9 milhões (+20,2%) motivado, principalmente, pela receita auferida com a energização e atualização pela inflação tanto de novos projetos greenfield, como de reforços e melhorias. Além disso, o reajuste pela inflação do período incluído no reajuste do ciclo tarifário também incrementou a receita líquida ex-RBSE.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) do 1T23 totalizou R$ 739,0 milhões, um incremento de 38,9%na base anual. Já a margem Ebitda (Ebitda sobre receita) encerrou o trimestre em 82,9%, alta de 8,5 pontos percentuais versus o 1T22.
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A variação é explicada, principalmente, pelo(a): i) entrada em operação de projetos de reforços e melhorias e greenfield nos últimos 12 meses; ii) impacto positivo do reajuste inflacionário (IPCA) do ciclo tarifário 2022/2023; iii) recomposição parcial do recebimento do RBSE em a partir do 3T22; iv) maiores custos e despesas no período, devido ao movimento de crescimento da companhia.
O Ebitda da participação da ISA Cteep nas empresas operacionais não consolidadas IE Madeira, IE Garanhuns, IE
Aimorés, IE Paraguaçu e IE Ivaí totalizou R$ 146,6 milhões no 1T23, aumento de 91,0% em relação ao 1T22.
O PMSO, despesas que correspondem a Pessoal (P), Material (M), Serviços de Terceiros (S) e Outras despesas (O), (gerenciável), foi de R$ 156,9 milhões no 1T23, um aumento de 9,7% frente ao 1T22. Essa alta deve-se, principalmente ao movimento de crescimento da companhia, com a entrada em operação de 78 projetos de reforços e de novas concessões, como Três Lagoas, Biguaçu e Itaúnas. Ao analisar o crescimento do PMSO Gerenciável em relação ao crescimento observado na receita líquida ex-RBSE (+20,2%), pode-se aferir um ganho de eficiência da companhia no período.
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O resultado financeiro do 1T23 foi negativo em R$ 233,4 milhões (0,6% versus o 1T22). Esse resultado reflete,
principalmente, segundo a companhia:
- crescimento das receitas financeiras em R$ 7,4 milhões (+26,7%), explicado pelo aumento do rendimento de aplicações financeiras devido ao maior volume de aplicações financeiras e alta do CDI no período;
-
o arrefecimento da inflação medida pelo IPCA, indexador de 55% da dívida da Companhia, que, no 1T23, foi de 1,4% (vs. 1,6% no 1T22). Destaca-se que, para fins contábeis, o 1T considera a inflação dos meses de dezembro a janeiro. Desta forma, aa despesa com variação monetária da dívida passou de R$ 101,6 milhões no 1T22 para R$ 88,2 milhões no 1T23 (-13,2%);
– crescimento das despesas com juros e encargos financeiros, que apresentaram alta de R$ 29,9 milhões (20,5%),
devido à maior posição de dívida bruta e ao aumento de 200 bps da meta da taxa Selic no período.
A dívida bruta atingiu o montante de R$ 8,794 bilhões em 31 de março de 2023, aumento de 9,4% em relação ao saldo em 31 de dezembro de 2022, principalmente devido à 13ª emissão de debêntures no montante de R$ 550 milhões, realizada no 1T23, para fazer frente a recomposição do caixa e ao crescimento do volume de investimentos.
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As disponibilidades da ISA Cteep e suas empresas 100% controladas cresceram R$ 645,3 milhões (72,9%) no 1T23,
contribuindo para o equilíbrio da dívida liquida. Ao excluir as disponibilidades das empresas não consolidadas, a dívida líquida atingiu R$ 7,264 bilhões, alta anual de 1,5%.
A companhia, suas empresas controladas e empresas com controle compartilhado investiram R$ 543,7 milhões no 1T23, aumento de 31,2% na comparação anual. “Essa variação é explicada pelo (i) maior volume de investimentos em projetos greenfield (+R$ 82,1 milhões) e (ii) maior volume investido em reforços e melhorias, projetos que são autorizados para modernizar e ampliar a capacidade de ativos já existentes da Companhia (+R$ 47 milhões)”, avaliam.