Calotes afetam rentabilidade do DEVA11, mas fundo sobe; Ifix termina sessão em alta de 0,43%

Fundo enfrenta atrasos em pagamentos de diferentes emissores; Levante recomenda compra de cotas do ZAVI11

Ana Paula Ribeiro

(Pixabay)
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Os fundos híbridos e de shoppings ajudaram o Ifix – índice dos fundos imobiliários mais negociados na Bolsa – a terminar a sessão desta terça-feira (18) em terreno positivo. O índice fechou aos 2.809 pontos, uma alta de 0,43%.

Entre os destaques estão o comportamento das cotas do FII Hedge Brasil Shopping Shoppings (HGBS11), que subiram 4,4%, liderando os ganhos. Já entre os híbridos, o Riza Arctium Real Estate Híbrido (ARCT11) e o Riza Terrax Híbrido subiram, respectivamente, 3,2% e 2,69%.

A sessão desta terça-feira também repercutiu o relatório gerencial de março do Devant Recebíveis Imobiliários (DEVA11), que mostrou o impacto da inadimplência da Gramado Parks na carteira.

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O DEVA11 encerrou março com 70,8% da carteira de recebíveis adimplente. Esse percentual, em fevereiro, era de 94,3%. Esse aumento da inadimplência fez com que a rentabilidade do FII no período passasse de 114,8% do CDI para 106,6% do CDI.

Apesar dos resultados, o DEVA11 fechou o pregão com leve alta de 0,11%.

Em 29 de março, foi comunicado que a Gramado Parks não honrou os pagamentos dos CRIs (certificados de recebíveis imobiliários). Parte desses papéis está na carteira do DEVA11.

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“Inicialmente, a Gramado Parks havia conseguido na justiça uma liminar que suspendia os pagamentos de suas obrigações financeiras junto aos CRIs e demais credores por 60 dias. Imediatamente, os detentores do equity das operações entraram com recursos na justiça e a liminar foi suspensa. A regularização dos pagamentos está caminhando para ser renegociada e finalizada, sendo matéria de assembleia geral de investidores que será realizada no momento oportuno”, esclareceu o relatório de gestão.

O Hectare CE (HCTR11), Versalhes Recebíveis Imobiliários (VSLH11) e Serra Verde (SRVD11) são outros FIIs que também possuem exposição aos CRIs da Gramado Parks.

O DEVA11, no entanto, possui outros CRIs inadimplentes em carteira. no caso daqueles emitidos por Circuito de Compras e WAM Holding, já foram feitas assembleias de credores para modificação das condições e concessão de “waiver”. Já em relação aos CRIs emitidos pelo Loteamento NG30, o relatório informa que ainda está em negociação com a empresa.

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Maiores altas desta terça-feira (18):

Ticker Nome Setor Variação (%)
HGBS11 Hedge Brasil Shopping Shoppings 4,40
ARCT11 Riza Arctium Real Estate Híbrido 3,20
GGRC11 GGR Covepi Renda Logística 3,07
RZTR11 Riza Terrax Híbrido 2,69
BCIA11 Bradesco Carteira Imobiliária Títulos e Val. Mob. 2,58

Maiores baixas desta terça-feira (18):

Ticker Nome Setor Variação (%)
BTAL11 BTG Pactual Agro Agro -2,08
BTLG11 BTG Pactual Logística Logística -1,20
PORD11 Polo Recebíveis Títulos e Val. Mob. -0,89
RBRR11 RBR Rendimento High Grade Títulos e Val. Mob. -0,82
RBRF11 RBR Alpha Títulos e Val. Mob. -0,68

Fonte: B3

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Recomendação de compra para o ZAVI11

O crescimento da receita e o aumento do patrimônio causado por reavaliação de ativos são fatores que fazem com que a área de análise da Levante recomende a compra de cotas do fundo imobiliário híbrido Zavit Real Estate ([ativo=ZAVI11]).

O ZAVI11 possui em sua carteira ativos da área logística (galpões) e lajes corporativas. Para a Levante, o fundo vai se beneficiar do aumento da receita imobiliária causado pelo reajuste dos contratos de locação e pela reavaliação dos ativos, lembrando que os galpões Nissei, em Colombo (PR), e Copobras, em Guarulhos (SP), irão passar por reavaliação em junho.

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Esses dois ativos foram recém-adquiridos e estão locados, respectivamente, para a rede de drogarias Nissei e para a empresa Copobras, especializada em embalagens.

A Levante destaca ainda que houve uma queda da vacância (imóveis desocupadas) nesse segmento.

“A vacância saiu da casa dos 20% em 2018 para 11% em 2022, ao fim do ano passado. A absorção líquida foi semelhante a 2021, de 2.326 mil m². Apesar de o indicador ter sido positivo para todos os estados, foi mais expressivo no Sudeste, região que concentra aproximadamente 80% dos condomínios logísticos de alto padrão.”

Outro fator que sustenta a tese de investimentos da Levante é que o fundo deve se desfazer de alguns ativos, o que também permite chance de ganhos aos cotistas.

O ZAVI11 tem um patrimônio líquido de R$ 118 milhões e ativos avaliados em R$ 154 milhões. A maior parte dos contratos de aluguel (94%) é corrigida pelo IPCA. Ainda segundo o relatório da Levante, a taxa de ocupação do fundo é de 97,8%.

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SADI11 divulga regras de cisão parcial; EDGA11 fecha contrato de locação com livraria no Rio

Confira as últimas informações divulgadas por fundos imobiliários em fatos relevantes:

SADI11 explica termos da cisão parcial do fundo

A S3 CACEIS, administradora do Santander Papéis Imobiliários CDI (SADI11) informou em fato relevante as normas para a cisão parcial da carteira após a contabilização da manifestação dos cotistas.

Ao todo foram 125 cotistas que tinham que votar entre a manutenção do fundo ou a migração para um novo fundo que não será listado na B3.

Dos participantes, 51,31% (equivalente a 1,6 milhão de cotas) optaram pela migração ao novo fundo. A data de corte está prevista para 2 de maio e as cotas do novo fundo serão migradas no dia 4 de maio (data de fusão). Isso significa que 51,31% dos ativos do SADI11 irão para a nova carteira nessa cisão parcial.

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EDGA11 fecha contrato de locação com editora de livros

O fundo de investimento imobiliário Edifício Galeria, que detém a propriedade do Edifício Galeria, no centro do Rio, informou que fez um novo contrato de locação com a Casa dos Livros Editora, que é o braço brasileiro da Harper Collins, uma das maiores editoras do mundo.

A área alugada é de 716 metros quadrados e localizada no sexto andar do edifício. A expectativa é que esse contrato represente 4,90% da receita do fundo, tendo como base os valores de fevereiro de 2023.

Segundo o fundo, a área ocupada do edifício está, com o novo contrato, em 61,65% da capacidade.

Fundo Triple A com nova gestão

O fundo Triple A passou por uma reestruturação e a Bluemacaw renunciou à gestão da carteira. De forma concomitante, foi realizada assembleia de cotistas e foi aprovada a contratação da Huma Capital como gestora.

A nova gestora é formada por antigos sócios da Bluemacaw, que terão o papel de consultores especializados até que obtenha autorização pela CVM para prestar serviços de administrador de carteira de valores mobiliários na categoria de gestão de recursos, quando passará a atuar como gestor do Triple A.

Dividendos hoje

Confira os FIIs que distribuem dividendos nesta terça-feira (18):

Ticker Rendimento Retorno
CVBI11 R$ 1,05 1,21%

Fonte: StatusInvest

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Giro Imobiliário: construtoras reduzem lançamentos para driblar nível de endividamento

Helbor (HBOR3) tem aumento de vendas de 9% no primeiro trimestre

A Helbor (HBOR3) divulgou sua prévia operacional no primeiro trimestre de 2023, com destaque para vendas brutas totais de R$ 354 milhões, representando um aumento de 9% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

De forma geral, o Bradesco BBI avaliou os números operacionais da Helbor como neutros.

Analistas do BBI destacam que o volume de vendas e a velocidade de vendas melhoraram sequencialmente, mas o tema principal em torno da tese da Helbor continua sendo a execução da próxima leva de entregas em 2023 e 2024, que pode impulsionar a geração de caixa e finalmente levar a um processo de desalavancagem muito aguardado.

O Itaú BBA, por sua vez, avalia que a Helbor relatou uma boa melhora nos números operacionais do trimestre. Os lançamentos (participação da empresa) somaram R$ 106 milhões, queda de 74% na base anual e 41% na base trimestral, o que foi visto como positivo pelo banco, uma vez que ajuda a manter os níveis de estoque sob controle.

Já as vendas contratadas (participação da empresa) totalizaram R$ 223 milhões, alta de 17% na comparação ano a ano e 25% na base trimestral.

Trisul (TRIS3) quer preservar o caixa

As vendas brutas da Trisul (TRIS3) totalizaram R$ 352,5 milhões no 1T23, um aumento de 131% em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior. Já as vendas líquidas 100% totalizaram R$ 331,2 milhões no trimestre, um aumento de 165% em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior.

O Bradesco BBI comenta que apesar da Trisul ter feito apenas um lançamento fraco de R$ 95 milhões em março, a construtora conseguiu melhorar sua velocidade de vendas para 11,2%, vendendo um valor razoável de R$ 276 milhões em valor geral de vendas (VGV).

“Além disso, a Trisul parece ter como prioridade a preservação do caixa, não tendo adquirido novos terrenos no trimestre, cancelando aquisições não concluídas (queda de terrenos de -16% no trimestre no 1T23) e aparentemente adotando uma estratégia de precificação mais flexível em relação ao seu estoque, com foco na geração de caixa antes das entregas do segundo semestre de 2023 e 2024.”

Nesse sentido, analistas do BBI disseram gostar do foco da empresa na desalavancagem financeira e redução de estoques no trimestre, mas não descartam alguma pressão nas margens, como já foram vistas no 4T22.

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