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Mesmo com a crise bancária, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), do Federal Reserve (Fed), entendeu que o aperto nos juros ainda era necessário para que a inflação seja trazida à meta. A ata, divulgada nesta quarta-feira (12), indica que os membros do Fomc até colocaram à mesa a possibilidade de pausar a “rigidez”, mas a decisão final, unânime, foi pelo aumento de 0,25 ponto percentual.
Mais cedo, houve a divulgação de que a inflação de março nos Estados Unidos ficou abaixo do estimado pelos analistas. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,1% em março, na comparação com fevereiro, após alta de 0,4% no mês anterior, segundo dados com ajuste sazonal do Departamento do Trabalho americano. A inflação atingiu 5% no acumulado em 12 meses.
A inflação do mês ficou abaixo do estimado pelos analistas. O consenso Refinitiv apontava para alta de 0,2% em março na comparação com fevereiro. A projeção para 12 meses era de 5,2%. As informações reforçam as apostas de que possa haver um corte de juros no segundo semestre nos Estados Unidos.
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Aqui no Brasil, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) recuou 0,90% na primeira prévia de abril, após cair 0,20% na mesma leitura de março, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M), por outro lado, acelerou de 0,36% para 0,51% e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) subiu 0,30%, após cair 0,02% em março.
O texto final do projeto da nova regra fiscal, outra prioridade do mercado, deve limitar em R$ 25 bilhões o bônus para investimentos adicionais. A trava que o governo vai incluir na proposta tem o objetivo de evitar que um aumento elevado da receita gere uma demanda também alta de investimentos públicos, segundo apurou o Estadão.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, confirmou nesta terça-feira (11) que a proposta da nova âncora fiscal só será enviada ao Congresso na próxima semana.
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No Tesouro Direto, os juros dos títulos públicos apresentavam queda às 15h25. A exceção era o Tesouro Prefixado 2026, que apresenta o piso das taxas entre os papéis prefixados, tinha retorno de 11,69% ao ano, acima dos 11,67% desta terça-feira. Já o 31.
O Tesouro IPCA+ 2045 oferecia retorno de 6,22%, menor do que os 6,25% vistos na sessão anterior.
Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para a compra no Tesouro Direto na tarde desta quarta-feira (12):
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Juros EUA
Vários integrantes do Fomc, o comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) chegaram à reunião dos últimos dias 21 e 22 de março acreditando que seria apropriado manter a taxa de juros estável, interrompendo assim o ciclo de alta. O comentário está na ata da reunião divulgada nesta quarta-feira (12).
Segundo o documento, esses diretores observaram que isso permitiria mais tempo para o Comitê avaliar os efeitos financeiros e econômicos dos recentes desenvolvimentos do setor bancário e do aperto cumulativo da política monetária.
No entanto, esses participantes julgaram apropriado aumentar a taxa em 25 pontos-base por causa da inflação elevada, a força dos dados econômicos recentes e o compromisso de reduzir a inflação para a meta de 2% de longo prazo.
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Inflação nos EUA
“Dados da inflação nos EUA ajudam o discurso de que o FED sobe mais uma vez os juros na próxima reunião”, diz Gustavo Cruz, estrategista da RB investimentos. Mas a previsão, segundo ele, é de que, depois, a taxa de juros fique estável.
Para Cruz, o corte na taxa poderá vir somente no final do ano. O setor de energia, segundo o especialista, ajuda a explicar queda mais forte da inflação em março.
Para Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, o relatório da inflação ao consumidor “é basicamente positivo”, o que “é bom também para o Brasil”, e o mercado vai questionar o aumento de 0,25 ponto percentual nas taxas do Fed, projetado antes do CPI.
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O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos subiu 0,1% em março na comparação com fevereiro, após alta de 0,4% no mês anterior, segundo dados com ajuste sazonal divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Departamento do Trabalho americano. A inflação atingiu 5,0% no acumulado em 12 meses.
A inflação do mês ficou abaixo do estimado pelos analistas. O consenso Refinitiv apontava para alta de 0,2% em março na comparação com fevereiro. A projeção para 12 meses era de 5,2%. O núcleo da inflação, que desconsidera as variações de alimentos e energia, subiu 0,4% no mês e 5,6% nos últimos 12 meses.
O índice de habitação (“shelter”) teve a maior contribuição para a inflação mensal, com alta de 0,6% ante fevereiro e de 8,2% na comparação com março de 2022. Isso mais que compensou o declínio no índice de energia, que caiu 3,5% em março na comparação mensal pe 6,4% na anual.
O índice de alimentos, por sua vez, se manteve estável (0,0%) em março, mas ainda mostrou alta de 8,5% em relação a março do ano passado.
Arcabouço fiscal
O governo decidiu ajustar a proposta de arcabouço fiscal para evitar que saltos de arrecadação gerem níveis insustentáveis de investimentos públicos, além de assegurar que o crescimento do gasto seja amparado apenas por receitas recorrentes, evitando distorções geradas por ganhos extraordinários, disse o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.
“Quando se fala em limitar o investimento, ainda sim você terá um bônus importante se você tiver uma boa performance (fiscal). Nós criamos um mecanismo equilibrado”, afirmou o secretário em entrevista à Reuters.
A regra geral já divulgada prevê um piso para investimentos, que começará em 75 bilhões de reais e será reajustado anualmente pela inflação. O governo poderá ampliar essa cifra se for compatível com o cumprimento de suas metas.
Segundo notícia do Estadão, o texto final do projeto da nova regra fiscal deve limitar em R$ 25 bilhões o bônus para investimentos adicionais. A trava que o governo vai incluir na proposta tem o objetivo de evitar que um aumento elevado da receita gere uma demanda também alta de investimentos públicos.
Com o limite do bônus, o governo evitaria, por exemplo, que uma receita extraordinária – aquela que não é se repete todos os anos – gere um dividendo muito grande. Uma amostra desse tipo de receita foi o ingresso de recursos nos cofres públicos no governo de Jair Bolsonaro com os leilões da chamada cessão onerosa para exploração da camada do pré-sal de petróleo.
“Saltos de arrecadação”
O governo decidiu ajustar a proposta de arcabouço fiscal para evitar que saltos de arrecadação gerem níveis insustentáveis de investimentos públicos, além de assegurar que o crescimento do gasto seja amparado apenas por receitas recorrentes, evitando distorções geradas por ganhos extraordinários, disse o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.
“Quando se fala em limitar o investimento, ainda sim você terá um bônus importante se você tiver uma boa performance (fiscal). Nós criamos um mecanismo equilibrado”, afirmou o secretário em entrevista à Reuters.
A regra geral já divulgada prevê um piso para investimentos, que começará em 75 bilhões de reais e será reajustado anualmente pela inflação. O governo poderá ampliar essa cifra se for compatível com o cumprimento de suas metas.
IGP-M
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) recuou 0,90% na primeira prévia de abril, após cair 0,20% na mesma leitura de março, informou nesta quarta-feira (12) a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A desaceleração foi puxada pelo declínio do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), de 1,40%, ante queda de 0,36% no mesmo período em março.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M), por outro lado, acelerou de 0,36% para 0,51% e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) subiu 0,30%, após cair 0,02% em março.
CNI/PIB
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou para baixo sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. De acordo com o Informe Conjuntural do 1º trimestre de 2023, divulgado nesta quarta-feira, a previsão da entidade para a expansão da economia brasileira passou de uma alta de 1,6% para 1,2%.
Mesmo com a redução na projeção, a indústria ainda está mais otimista que as expectativas do mercado. Segundo o Boletim Focus, divulgado na última segunda-feira (10) pelo Banco Central, a mediana para a alta do PIB neste ano é de 0,91%.
De acordo com o Informe Conjuntural, “a desaceleração deve caracterizar a atividade econômica em 2023”. “Presente já nos últimos meses de 2022, parte desse comportamento se deve à perda do ritmo de crescimento do setor de serviços, que foi o responsável por grande parte do avanço do mercado de trabalho até o terceiro trimestre de 2022. Outra parte da desaceleração se deve aos efeitos restritivos da política monetária, que já vinham impactando negativamente a indústria e impedindo a recuperação do varejo ao longo de 2022”, diz o documento.
Selic
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconheceu, em reunião com investidores em Washington (EUA) que desde fevereiro o mercado de juros futuros voltou a precificar cortes da taxa Selic – como já havia acontecido entre meados de agosto e novembro de 2022. Nessa época, a expectativa de redução atingiu 0,79 ponto porcentual no horizonte de seis meses.
A avaliação consta da apresentação usada por Campos Neto na reunião promovida pela XP Investimentos, conforme divulgação do BC.
Esse movimento de precificação de queda da taxa Selic se intensificou na terça-feira, 11, após o bom resultado do IPCA – índice de inflação oficial – de março (0,71%), com a curva já apontando para chance de um primeiro corte de juros no Comitê de Política Monetária (Copom) de junho.
Campos Neto afirmou que a inflação no Brasil caiu, mas pressões permanecem, citando componente de demanda “relativamente forte”. Campos Neto disse ainda que as expectativas de inflação de longo prazo estavam ancoradas em 2022, mas desde novembro passado iniciou-se um processo de deterioração. As informações são da Reuters.
O BofA entende que o IPCA de março coloca “pressão crescente por cortes de taxas”. “A redução da incerteza em relação às contas fiscais com a apresentação do novo arcabouço fiscal está impactando as projeções dos analistas na pesquisa Focus. Medidas subjacentes de inflação e leituras dessazonalizadas apontam para mais desaceleração à frente”. Os analistas ressaltam que, “no geral, a inflação cheia de volta à faixa de tolerância, incerteza reduzida e dinâmica positiva sustentam nossa expectativa de cortes de juros no 1S23”.
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