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As mudanças recentes na curva de juros futura provocaram alguns ajustes na rentabilidade oferecida pelos bancos nos CDBs durante a última quinzena. De modo geral, as taxas máximas e médias praticadas pelas instituições tiveram recuo entre 14 de março e a última segunda-feira (27) – com algumas exceções, a depender dos indexadores e dos prazos de vencimento.
Na semana passada, a curva de juros futura passou a refletir uma expectativa de queda das taxas pelo mercado, devido à persistência de temores em relação ao setor bancário e de recessão, além da reação às decisões de política monetária. Na “Super Quarta” (22), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a Selic em 13,75% mais uma vez, enquanto o Comitê de Mercado Aberto (Fomc) optou por elevar os juros americanos em 0,25 ponto percentual – até dez dias antes, acreditava-se que a alta seria de 0,50 ponto percentual.
Nesta terça-feira (28), após a divulgação da ata da última reunião do Copom, as taxas se mantiveram sem sobressaltos. O Comitê enfatizou que não há relação automática entre a convergência de inflação e a apresentação pelo governo federal de uma proposta de novo arcabouço fiscal. Porém, a materialização de uma proposta sólida e crível pode levar a um processo de retrocesso da inflação mais benigno por meio dos efeitos nas expectativas de inflação – que, quando recuam, reduzem a incerteza na economia e o prêmio de risco associado aos ativos domésticos.
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Entre os CDBs pós-fixados, que oferecem como remuneração um percentual da taxa do CDI (indicador de referência da renda fixa), as taxas mais altas identificadas em levantamento da Quantum Finance para o InfoMoney foram de 116% do CDI, para papéis com vencimento em 12 meses – na quinzena anterior, entre 28 de fevereiro e 13 de março, a remuneração para esse prazo chegava a 121% do CDI.
Também houve um ajuste, para baixo, na remuneração mínima dos CDBs mapeados, o que contribuiu para uma redução das taxas médias dos papéis (soma dos retornos dos títulos para um determinado prazo dividida pelo número de papéis disponíveis para aquele vencimento).
A taxa média mais elevada foi encontrada nos CDBs com vencimento em 36 meses, de 103,79% do CDI. Na quinzena anterior, era de 103,98%, nos mesmos papéis. No caso dos CDBs curtos, com vencimento em três meses, a taxa média caiu de 101,15% para 99,29% de uma quinzena para outra. O movimento foi puxado pelas taxas mínimas oferecidas pelos papéis, que caiu de 97,5% para 83% no levantamento atual.
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Retornos brutos dos CDBs indexados ao CDI (entre 14/03 e 27/03):
Prazo (meses) | Indexador | Taxa mínima | Taxa média | Taxa máxima | Número de títulos considerados | Emissor do CDB com maior taxa |
3 | % do CDI | 83% | 99,29% | 105% | 32 | Fidis |
6 | % do CDI | 97,50% | 101,11% | 106% | 75 | BMG, BTG Pactual |
12 | % do CDI | 90% | 101,81% | 116% | 81 | Banco Mercantil do Brasil |
24 | % do CDI | 92% | 101,46% | 110% | 89 | Haitong |
36 | % do CDI | 100% | 103,79% | 112% | 63 | Haitong |
Fonte: Quantum Finance. Obs: Os retornos são brutos, sem descontar o Imposto de Renda.
CDBs atrelados à inflação
Entre os CDBs atrelados à inflação – que remuneram os investidores com uma taxa de juros prefixada mais a variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) – os ajustes foram maiores.
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Para prazos de 12 meses, a taxa máxima encontrada nesta quinzena foi de 5,70% ao ano. Tanto a taxa mínima quanto a média diminuíram consideravelmente nesse vencimento: para 5,20% e 5,54% ao ano, respectivamente. No levantamento anterior, apenas um papel foi encontrado para esse vencimento, oferecendo 6,24% ao ano.
A mudança também foi grande entre os CDBs com 36 meses de prazo, que passaram a apresentar taxa máxima de 6,90% ao ano (contra 7,10% na quinzena anterior), mínima de 5% (contra 5,15%) e média de 6,42% (contra 6,61%).
Retornos brutos dos CDBs indexados à inflação (entre 14/03 e 27/03):
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Prazo (meses) | Indexador | Taxa mínima | Taxa média | Taxa máxima | Número de títulos considerados | Emissor do CDB com maior taxa |
12 | IPCA | 5,30% | 5,50% | 5,70% | 2 | ABC Brasil |
24 | IPCA | 4,90% | 6,17% | 6,70% | 38 | Haitong |
36 | IPCA | 5,00% | 6,42% | 6,90% | 67 | Haitong |
Fonte: Quantum Finance. Obs: Os retornos são brutos, sem descontar o Imposto de Renda.
CDBs prefixados
Um comportamento diferente foi verificado entre os CDBs prefixados, que oferecem uma taxa pré-acordada desde o momento do investimento. As taxas máximas e médias aumentaram para todos os vencimentos até 12 meses. As mínimas, no entanto, reduziram em alguns casos – o que dá a entender que alguns bancos começam a “ver se cola” a emissão de papéis com remuneração ligeiramente menor.
A taxa máxima mais alta encontrada nesta quinzena foi de 14,33% ao ano, nos CDBs com vencimento em seis meses – na quinzena anterior, os papéis com esse prazo ofereciam no máximo 13,88% ao ano.
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A taxa média mais elevada no levantamento atual é de 13,82% ao ano, dos CDBs de três meses, contra os 13,41% verificados para esse vencimento no levantamento anterior.
Retornos brutos dos CDBs prefixados (entre 14/03 e 27/03):
Prazo (meses) | Indexador | Taxa mínima | Taxa média | Taxa máxima | Número de títulos considerados | Emissor do CDB com maior taxa |
3 | Prefixado | 13,25% | 13,82% | 14,18% | 19 | Daycoval |
6 | Prefixado | 12,95% | 13,76% | 14,33% | 66 | Daycoval |
12 | Prefixado | 12,50% | 13,33% | 13,95% | 33 | Daycoval |
24 | Prefixado | 12,15% | 12,85% | 13,40% | 16 | Daycoval, Haitong |
36 | Prefixado | 12,30% | 13,49% | 14,03% | 31 | Daycoval |
Fonte: Quantum Finance. Obs: Os retornos são brutos, sem descontar o Imposto de Renda.