Via (VIIA3) confia em rolagem de dívidas e ganhos de margens; ações fecham em baixa de mais de 6% após balanço

Executivos pontuaram ainda que saída de Helisson Lemos, vice-presidente de Inovação Digital, se deu por um "amadurecimento de ciclo"

Vitor Azevedo

(Djalma Vassão/FotosPublicas)
(Djalma Vassão/FotosPublicas)

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Em meio à crise de crédito que passa o mercado brasileiro, os executivos da Via (VIIA3), controladora das redes Casas Bahia e Ponto, mostraram confiança a analistas e investidores sobre rolagens de dívidas a vencer. Após o caso da Lojas Americanas (AMER3), os custos de refinanciamento do mercado aumentaram, amplificados pelo cenário de alta dos juros.

“Os bancos sinalizaram positivamente para rolar os vencimentos que temos no segundo e no terceiro trimestre. Apesar do que aconteceu com outra varejista, está tudo bem encaminhado”, disse Orivaldo Padilha, CFO da Via (VIIA3), em referência à crise da Americanas, uma das principais concorrentes da Via.

“Não trabalhamos com aumento de endividamento, mas sim em rolar as dívidas que já temos”, acrescentou o CEO da Via, Roberto Fulcherberguer.

Padilha acrescentou que a Via está “fortemente empenhada” em reduzir suas despesas em 2023, “com a meta de aumentar a rentabilidade em até dois pontos percentuais.”

“O ganho de margem será por programa de produtividade e muito se dá por aquilo que investimentos na companhia. Evolução de volume de vendas bruto (GMV, na sigla em inglês) e da receita do vendedor é muito maior do que no período pré-pandemia”, explicou Fulcherberguer.

“Estamos também tendo ganhos com logística, com produtividade na matriz, com a transformação, tivemos de duplicar estruturas, com equipes de olho no passado e no futuro. Agora já podemos buscar uma única estrutura”, mencionou o CEO.

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Saída de executivo da Via

Outro tema abordado na conferência de resultados do quarto trimestre foi a respeito da saída de Helisson Lemos, vice-presidente de Inovação Digital, que se deu, de acordo com a companhia, por um “amadurecimento de ciclo”.

O anúncio da mudança no quadro executivo veio conjuntamente com a divulgação do balanço, sendo mal recebido pelo mercado.

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“Enxergamos o anúncio como negativo, uma vez que Helisson era um executivo chave para o desenvolvimento do marketplace da Via, o que pode ofuscar os resultados”, apontaram os analistas da XP Investimentos.

As ações da varejista, apesar de alguns pontos positivos terem sido apontados pelo mercado na performance entre outubro e dezembro do ano passado, fecharam em baixa de 6,19%, a R$ 1,82.

De acordo com Roberto Fulcherberguer, diretor executivo (CEO) da Via, o diretor que saiu começou na companhia em 2019, focado na evolução de tecnologia, onde ficou um ano e meio.

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Em novembro de 2020, com a aquisição de uma empresa especializada em e-commerce, ele assumiu a função de diretor de TI (CIO) e, em 2021, focou no marketplace, principalmente no onboard de sellers e no desenho estratégico da cauda longa.

“Esse plano estratégico se consolidou no ano passado. Passamos a focar na recorrência e no aumento de clientes. Desde então, Lemos assumiu nossa área de pessoas e performance, fora de tecnologia. Ele cumpriu sua função na Via”, defendeu o CEO.

Via seguirá com plano de avançar em marketplace

Apesar da saída do executivo, os diretores da Via afirmaram que o plano de avançar no marketplace continua e o foco segue na cauda longa.

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“Tíquete médio está em R$ 250 no online e seguimos privilegiando a cauda longa. Já vemos sinais claros que o nível de recorrência do consumidor vem aumentando, bem como o número de itens por compra”, explicou Fulcherberguer.

Quanto aos investimentos em lojas físicas, o executivo mencionou que, por ora, eles estão de lado.

“Em 2023, cabe a abertura de 60 a 80 lojas. Com todo o contexto acontecendo, com taxa de juros, mudamos o plano. Deve ser ao redor de cinco a dez lojas, mas estamos com a máquina pronta. O cenário mudando, aceleramos bem rápido”, contextualizou.

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Para fins de comparação, em 2022 a varejista abriu 63 lojas e fechou 21.