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A Klabin (KLBN11) realizou na manhã desta quinta-feira (9) uma teleconferência com analistas, comentando seus resultados do quarto trimestre de 2022 e dando algumas projeções futuras. Como destaque, a companhia de celulose defendeu que, em 2023, a sua principal meta é avançar no negócio de papel cartão e diminuir sua alavancagem financeira.
“O negócio de papel cartão vive um excelente momento e é um mercado não tão grande quanto o de celulose, por exemplo. É mais seleto no sentido de fornecedores e clientes. São contratos de longo prazo”, diz Marcos Ivo, CFO da Klabin. “O ano é um ano de foco na máquina 28, que é uma máquina de cartões que traz uma tecnologia sofisticada, com qualidade do produto, possibilitando cartões de baixa gramatura”, falou, mencionando o novo empreendimento do Projeto Puma 2.
O segmento de papel cartão, no quarto trimestre, foi o único braço da companhia que registrou crescimento do volume de produção na base trimestral, de 2%, a 193 mil toneladas, e a menor queda no volume de vendas, de 2%, a 179 mil toneladas. Já na frente de receita, enquanto a frente de celulose registrou uma queda de 10%, a de cartões recuou apenas 1%.
De acordo com a Klabin, isso se dá, principalmente, pela busca de empresas pela substituição de embalagens de plástico.
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A expectativa da empresa é que o avanço do projeto Puma 2 terá impacto considerável no mix de produtos da companhia, aumentando, contudo, também o custo dos produtos vendidos (CPV) – que já vem pressionando as margens.
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“Em relação à 2023, para o CPV por tonelada, nossa visão segue a mesma do Klabin Day. Esperamos um crescimento em dois dígitos baixo, lembrando que temos uma inflação projetada por volta de 6% para o ano e uma mudança de mix”, contextualiza o CFO. “Ano é de foco na divisão de cartões, busca de eficiência bem como da meta de desalavancar a companhia”.
A Klabin, após os recentes investimentos, tem um endividamento líquido de R$ 21 bilhões, com um múltiplo de alavancagem (medido pela relação dívida e lucro operacional) de 2,7 vezes.
No quarto trimestre, o custo caixa por tonelada da Klabin avançou 8%, para US$ 3.399, com destaque, segundo a companhia, para a elevação dos gastos com custos de químicos, combustíveis, inflação de serviço e mão de obra. Ao mesmo tempo, diversos produtos vendidos pela companhia tiveram seus preços recuando, como no caso da fibra curta na China, dos papéis kraftliner e de embalagens.
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Para o primeiro trimestre de 2023, os volumes negociados de papel de embalagem, estariam eguindo a sazonalidade normal, de acordo com Cristiano Cardoso Teixeira, diretor executivo (CEO) da companhia.
“Dinâmica do quarto trimestre, no Kraftilner, está refletindo os mercados dos EUA e da Europa, a demanda não está ajudando e há capacidades entrando”, explica o CEO.
Na frente de celulose, a Klabin afirma que janeiro foi um mês positivo, mas defende que é cedo para falar em retomada.
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“Nesse momento observamos os desdobramentos da China, após o ano novo, e as expectativas para a economia”, diz Ivo. “Quanto à Europa, o ano começou mais desafiador. Vemos demanda reprimida, em meio a cortes de produção de algumas companhias. Vale lembrar, contudo, que 2023 começou com preços de celulose mais altos do que as projeções iniciais”.