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SÃO PAULO – A Redecard (RDCD3) foi uma das empresas apontadas entre as melhores opções de investimento no momento por gestores no 4º Congresso de Value Investing Brasil.
A escolha pela operadora de cartões foi de Elsen Carvalho, sócio da Investidor Profissional. Segundo ele, o modelo de negócios da empresa é excelente. “O setor não requer muito capital, e o desafio é montar uma rede com capilaridade. Tem escala, gera caixa que não precisa ser investido, está exposto a consumo e aumento de renda”, resume o gestor.
A principal questão que assusta os investidores e derrubou os papéis há alguns meses – o acirramento da competição no setor – não é uma grande preocupação de Carvalho. “As empresas foram inteligentes e se aproximaram dos órgãos reguladores, resultando em um código de autorregulação”, explica.
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Riscos menores que o esperado, mas ainda riscos
Quando os resultados começaram a aparecer, o mercado começou a perceber que talvez tivesse superestimado os efeitos da entrada da concorrência, segundo o gestor. “Óbvio que os preços iam baixar, mas o negócio é bom e deve continuar assim, mesmo com rentabilidade menor”.
Além disso, ele lembra que há barreiras naturais de entrada, como o fato de que qualquer novo entrante deve conquistar a confiança dos lojistas para estabelecer sua rede.
Apesar da confiança no case, Carvalho reconhece que há sim riscos relacionados à Redecard. As operadoras de cartão podem ser as beneficiadas pela rede de estabelecimentos que usam seus serviços, mas não são as responsáveis por ela – os bancos fizeram isso.
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“A empresa se beneficia disso, porque os bancos fazem e ela paga pouco. Uma preocupação era se esse pagamento aos bancos seria elevado. É um potencial desalinhamento do banco com a empresa”, aponta o gestor.
Bancos
Mas do que o mero relacionamento com as empresas de cartões, os bancos ganharam espaço próprio na discussão – em especial o case do Santander (SANB11). Rodrigo Magela, da Oceana, deu início ao debate lembrando que o banco prometeu “mundos e fundos” na abertura de capital, incluindo crescimento acima do mercado e integração rápida.
“E isso não aconteceu”, resume o gestor. Segundo ele, o IPO trouxe uma foto de retorno muito penalizada, com um capital em excesso tão grande que piora a taxa de retorno da instituição.
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Mas esse capital em excesso, estimado por Magela em R$ 15 bilhões, pode ser distribuído em forma de dividendos ou reutilizado em crescimento de carteira. “Se você assumir que extraindo esse book em excesso, você tem um ROE (return on equity) de 22% – compatível com o Bradesco (BBDC4)”, diz o gestor.
“O case é simples – o mercado comprou um case otimista demais no IPO. Não parece um negócio difícil, e tem como brinde as operações de cartão de crédito”, completa Magela, frisando ainda que o Santander trabalha com um índice de Basileia muito acima do exigido no País, o que pode ser uma vantagem para o banco caso haja alguma mudança regulatória.
Já Wagner Salaverry, da Geração Futuro, destaca o Itaú Unibanco (ITUB4) entre suas opções. “O múltiplo está baixo, paga um dividendo razoável, tem ótimo crescimento, baixo risco e alta proteção”, resume. O banco também é a escolha de Carvalho, da Investidor Profissional, por seu bom posicionamento competitivo.
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Ainda no setor, o Banco do Brasil (BBAS3) também é citado pelo gestor da Geração Futuro, por seus múltiplos baixos, pagamento de dividendos e condição de crescimento “nada desprezível”.
Já entre os bancos pequenos, Salaverry afirma que é mais difícil achar algo interessante. “O desconto em relação aos grandes bancos não é grande, e talvez seja melhor correr menos risco com o Itaú”, afirma.
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