Governo e RioGaleão estão em busca de equação, diz ministro

Um caminho possível é a "relicitação", apontou, mas o processo pode ser mais demorado

Estadão Conteúdo

Terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Tom Jobim ou Galeão, no Rio de Janeiro (Shutterstock)
Terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Tom Jobim ou Galeão, no Rio de Janeiro (Shutterstock)

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O governo federal e a concessionária RioGaleão estão em busca de uma equação, que poderia eventualmente envolver alguma de indenização de outorga, a fim de manter a companhia à frente do aeroporto internacional do Rio. A informação foi dada pelo o ministro Márcio França, de Portos e Aeroportos, após reunião com o presidente da RioGaleão, Alexandre Monteiro, neste sábado, 21. A concessionária quer devolver o aeroporto devido aos prejuízos acarretados pela pandemia de covid-19.

“Como houve renúncia da RioGaleão, vamos ver como pode ser desrenunciado”, afirmou o ministro após o encontro, no aeroporto, que incluiu a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, além de secretários municipais e de Estado.

O ministro reafirmou diversas vezes que a RioGaleão demonstra vontade em continuar com a concessão. “Ninguém quer abrir mão de vincular sua marca ao Rio de Janeiro”, afirmou França, ressaltando que, em função de diversas situações no governo passado, a RioGaleão foi “induzida a fazer uma renúncia desse contrato porque tinham a intenção talvez de fazer os dois aeroporto Santos Dummont em conjunto”.

Um caminho possível é a “relicitação”, apontou, mas o processo pode ser mais demorado. “A relicitação, que na verdade é uma nova licitação, precisa de vários cálculos de quanto se indeniza a empresa que tinha até então a outorga. Então na verdade tem de devolver a ela o investimento – ou parte do investimento – que fez.”

O ministro citou decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que aprovou a relicitação da concessão do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN). “Abriu a possibilidade de encaminharmos de alguma forma.”

E acrescentou: “Queremos dar uma outra fórmula, que pode ser mais rápida e eficiente. Se for possível, bom. Se não for possível juridicamente, vamos encontrar uma fórmula para que a mesma empresa também possa continuar concorrendo no Brasil em tantos outros aeroportos.”

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Ele lembrou que a concessionária sofreu com a pandemia de covid. “Eu vim dizer isso também, que nós temos essa consciência.”

Durante a pandemia, lembrou, diversos concessionários pleitearam descontos em suas outorgas. O governo consentiu, mas exigiu renovação anual do pedido, o que reduziria a segurança jurídica das operações. Este pode ser o ponto de entrada do governo para remediar o desconforto dos concessionários.

“Vamos encontrar um formato de retomar essa possibilidade de manter a concessão porque a maneira mais simples seria a empresa continuar. Essa é uma das maiores empresas do mundo e temos confiança no que eles fazem”, reforçou França, destacando ainda que a empresa quer continuar.

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“Não ficou nada decidido. Mas entabulado”, disse o ministro sobre a reunião deste sábado. Apesar da indefinição, França afirmou ainda que o futuro do Galeão e do Santos Dummont está garantido porque estão no Rio. “O Galeão não é apenas um grande aeroporto, é a porta de entrada do Brasil.”

Questionado sobre a solução para eventual impasse, o ministro disse que a Infraero poderia assumir o terminal, mas reforçou que não é esse o objetivo.

Em relação ao Carnaval, o ministro afirmou que recebeu garantias das autoridades de que o terminal estará funcionando plenamente no período.