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Em nota publicada nesta sexta-feira (6), o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fábio Faiad, afirmou que causa preocupação aos servidores da autarquia a notícia publicada na imprensa de que o presidente do órgão, Roberto Campos Neto, busca no mercado por um novo nome para o cargo de diretor de Política Monetária. O mandato do atual titular do cargo, Bruno Serra, termina em fevereiro e ele já sinalizou que não quer ser reconduzindo ao posto.
“O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central entende que a limitação a agentes do mercado para a sucessão na pasta – não apenas pelo flagrante desprestígio ao corpo funcional altamente qualificado do próprio BC – traz consigo uma sinalização negativa. A falta de pluralidade na composição da Diretoria Colegiada da autarquia, com a predominância de um grupo de interesse (o mercado, no caso em tela), se choca com o conceito de órgão autônomo”, afirmou Faiad.
Segundo ele, a lei que garante autonomia ao BC foi uma conquista importante para a autoridade monetária e um indicativo de maior blindagem a possíveis ingerências políticas. Entretanto, o presidente do Sinal disse que, ao privilegiar integrantes de um setor específico na composição de sua cúpula, “a administração do órgão pode estar lançando fora sua tão propalada autonomia e submetendo-se, mesmo que inconscientemente, a uma linha de pensamento e a grupos de interesse”.
Para ele, não se pode deixar um órgão de Estado fiscalizador nas mãos de representantes de entes fiscalizados.
“É colocar a raposa para cuidar do galinheiro. Debates e deliberações dos servidores da instituição nos últimos anos apontaram no sentido de que seria salutar que a diretoria do BC também fosse integrada por servidores do órgão, por acadêmicos de universidades de renome, com visões distintas do sistema financeiro, pesquisadores e profissionais da indústria e do setor de serviços com amplo conhecimento macroeconômico, dentre outros. Esta seria uma maneira de oxigenar a cúpula do órgão, trazendo novos olhares e perspectivas”, finalizou Faiad.