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Esquecida pelos investidores nos últimos anos com o avanço da concorrência no setor e piora nos resultados, a ação da Cielo (CIEL3) reviveu dias de glória em 2022, ano em que o ativo foi destaque de alta do Ibovespa. No período, os ativos saltaram 140,20%, a R$ 5,24, superando com folga o segundo lugar do índice, que teve avanço de 80% (PRIO3). Entre os principais catalisadores, a melhora nos resultados e um ambiente competitivo mais racional, além do reajuste de preços e desinvestimentos. Ainda assim, a cotação segue distante das máximas registradas em 2015.
Para 2023, o ânimo com as ações da companhia de maquininhas segue para grande parte dos analistas, ainda que as velhas questões sobre concorrência sigam no radar, apesar da melhor dinâmica do mercado.
Entre as revisões mais recentes de recomendação, em dezembro, o UBS BB elevou o “rating” dos ativos para equivalente à compra, com o preço-alvo em doze meses sendo também elevado de R$ 4,50 para R$ 7.
“Elevamos a Cielo para recomendação de compra dados os resultados operacionais sequencialmente melhores, suportados pela expansão do rendimento no segmento de cartão de cerca de 5 pontos-base na comparação anual, crescimento do TPV [volume total de pagamentos] de cerca de 12%, custos sob controle e valuation atrativo”, avaliaram Kaio Prato, Bruna Werneck e Leandro Leite, analistas que assinam o relatório do banco.
Em destaque, os resultados do segundo trimestre de 2022 (2T22) levaram a uma disparada de quase 10% das ações em só uma sessão (em 3 de agosto), levando a revisões para cima de projeções da companhia. Controle de despesas e altos volumes estiveram na ordem do dia, com a empresa fazendo a “lição de casa” enquanto as concorrentes foram impactadas por maior custo de financiamento.
Seguindo as tendências e resultados operacionais recentes, o UBS BB aumentou a sua projeção de ganhos em 38% e 40% para 2022 e 2023, respectivamente. Os analistas agora esperam um lucro líquido de R$ 1,7 bilhão em 2022, alta anual de 72% e de R$ 1,9 bilhão em 2023, avanço de 14% ano a ano.
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O BTG Pactual, no último mês de 2022, também reforçou a sua recomendação de compra para os ativos CIEL3. “A Cielo manteve o controle de custos, crescendo as despesas abaixo da inflação e, mais importante, menos do que os volumes, garantindo ganhos de alavancagem operacional decentes”, tendo preço-alvo de R$ 7 para os ativos.
Antes disso, no fim de novembro, o Santander elevou o preço-alvo para 2023 de R$ 6 para R$ 7,50 para CIEL3, reforçando recomendação de compra, destacando que a companhia tende a se destacar em relação a seus pares por ter uma maior capacidade de repassar os custos para seus clientes. Levando em conta a expectativa de que a Selic continue elevada em 2023, atualmente em 13,75%, os analistas do Santander elevaram o preço-alvo.
Em maio, o JPMorgan elevou a recomendação da ação da Cielo de neutra para ‘overweight’ (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra), com um preço-alvo de R$ 5, sendo que o target foi elevado novamente em novembro para R$ 8. O banco também destacou a companhia como a sua preferida no setor de pagamentos.
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A elevação de recomendação em maio pelos analistas ocorreu após cinco anos entre recomendações neutra e underweight (exposição abaixo da média do mercado) pelo banco. Também na visão da casa, a credenciadora de maquininhas apresentou melhora operacional; os últimos balanços apresentados pela companhia corroboraram essa visão.
Apesar da visão positiva, analistas também destacam os desafios para a Cielo em 2023, caso da equipe do Santander, que aponta o cenário de desaceleração do PIB (Produto Interno Bruto), além da inflação esperada, o que impacta negativamente o volume total de pagamentos (TPV) da companhia.
“Independentemente disso, a vantagem competitiva dos adquirentes de bancos em um ambiente de alta da Selic e o gap de receita positivo quando a Selic continua caindo nos levam a esperar um 2023 favorável pela frente para a Cielo”, apontam os analistas do banco.
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O Safra, por sua vez, segue com recomendação equivalente à neutra para os ativos pela alta fragmentação do setor, apesar da recente melhora na dinâmica do mercado.
De acordo com o consenso Refinitiv de doze casas que cobrem o papel, sete recomendam compra e cinco têm recomendação neutra, com preço-alvo médio de R$ 6,12, ou potencial de valorização de 25% frente o fechamento da véspera.