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SÃO PAULO – Embora o rompimento do simbólico nível dos 100 mil pontos pelo Ibovespa tenha sido motivo de comemoração para qualquer investidor alocado no mercado, a marca também despertou preocupação especialmente por parte dos mais cautelosos.
Perguntas sobre se a Bolsa ficou cara, se ainda faz sentido investir, quais setores continuam atrativos e em que momento o cenário positivo pode sofrer um revés têm circulado no mercado, especialmente dentre investidores menos experientes aos riscos de renda variável.
Mas, se depender do otimismo que parte dos gestores de fundos têm expressado, não há motivos para pânico, ainda que existam preocupações no horizonte.
Para Carlos Eduardo Rocha, o Duda, que comanda a Occam Brasil, que gere cerca de R$ 3 bilhões em fundos multimercado, de ações e cambial, a Bolsa é o ativo número 1 do momento, seguido por juros e depois câmbio.
Segundo ele, a alta do Ibovespa vista até o momento refletiu apenas a redução de risco do país. “O movimento de alta ainda não começou. Foi um movimento de beta, não de alfa”, afirmou Duda, em referência a busca por superar o Ibovespa.
Em evento promovido ontem para clientes da XP Private, o CEO da Occam indicou que o mercado ainda não precificou o ciclo de crescimento do Brasil. O foco da gestora está em empresas boas geradoras de caixa, com destaque atual para as do setor de consumo, financeiras não bancárias (como B3 (B3SA3)), estatais (como Petrobras (PETR4) e bancos.
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Embora bastante otimistas com Brasil e, em particular, com a renda variável, Duda ressaltou que crescimento é essencial para o ajuste fiscal no Brasil e destacou a desaceleração global como o principal risco de curto prazo.
João Braga, responsável pela área de renda variável da XP Asset, também enxerga razões para a alta da Bolsa perdurar e fez menção ao movimento do investidor estrangeiro, que ainda não “comprou” o discurso de Brasil.
“Ciclos têm relação uns com os outros. Estamos vindo do pior ciclo da história, então, no mínimo, tem um efeito-base super bom para este ciclo que está começando agora”, disse Braga, no evento.
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O grande trigger do mercado, em sua avaliação, será a aprovação da reforma da Previdência, mas a cena externa também preocupa. O desaquecimento global está novamente em pauta, mas, como aspecto positivo, Bruno Marques, gestor dos fundos mutimercados da XP Asset, ressalta a mobilização dos bancos centrais, com estímulos para ajudar na recuperação da economia.
Ontem o Fed, o banco central americano, manteve os juros do país no patamar entre 2,25% e 2,5% ao ano e também indicou que não deverá mais elevar as taxas este ano.
Em dezembro, os membros do comitê estimaram que dois aumentos de taxa seriam apropriados em 2019, após quatro altas em 2018. Em seu comunicado pós-reunião, o Fed indicou que permanecerá “paciente” antes de adotar qualquer aumento adicional.
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“O mundo desenvolvido está encerrando o ciclo de crescimento. O Brasil está entrando nele”, pontuou Marques. A XP Asset tem R$ 24 bilhões sob gestão.
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