JPMorgan eleva recomendação de ação da B3 (B3SA3) para compra e rebaixa PagSeguro (PAGS34) para neutro

Selic mais alta por mais tempo pode frustrar expectativas de investidores com empresas de pagamentos, avaliam analistas

Felipe Moreira

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O JPMorgan elevou a recomendação da B3 (B3SA3) de equalweight (exposição em linha com a média do mercado, equivalente à neutro) para overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra), subindo o preço-alvo de R$ 15 para R$ 16, o que representa potencial de valorização de 32,5% frente a cotação de fechamento de segunda-feira (28) de R$ 12,08.

Por outro lado, o banco americano optou por rebaixar ações da PagSeguro (PAGS34) negociadas no mercado americano de overweight para neutro, com preço-alvo sendo reduzido de US$ 16 para US$ 12, implicando em um potencial de alta de 19,04% em relação ao preço de fechamento da véspera de US$ 10,05.

Os ativos B3SA3 subiram 3,89%, a R$ 12,55, nesta terça-feira (29), enquanto PAGS teve leve alta de 0,20%, a US$ 9,84, nos EUA.

“Com a curva da taxa Selic oscilando tanto, é mais difícil ter uma visão mais construtiva sobre empresas de pagamento e outros players alavancados”, comenta o JPMorgan. Além disso, a deterioração persistente da qualidade dos ativos começou a pesar no apetite de risco dos bancos e deve desacelerar o crescimento do segmento de cartão de crédito.

Analistas do banco esperam uma grande desaceleração do volume total de pagamentos (TPV, na sigla em inglês) para o setor como um todo.

A indústria de cartões cresceu 35% na base anual no primeiro semestre de 2022, bem acima de sua média de longo prazo de 15% ao ano. Daqui para frente, o JPMorgan espera uma desaceleração significativa no crescimento da indústria como resultado de (i) limites de cartão de crédito sendo reduzidos pelos bancos, (ii) débito começando a ter problemas com o PIX, (iii) PIB mais fraco.

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Embora inquestionavelmente exposto à Selic através da alocação de ações dos investidores, os analistas enxergam a B3 como com um alto pagamento de proventos 80-100% (de payout, ou dividendo em relação ao lucro) e yiel de cerca de 7%. Por fim, o CEO é muito construtivo quanto ao turnover velocity (ou a relação entre a movimentação de ordens de ações e a capitalização de mercado) acima de 150%, o que é positivo para a previsão já revisada de 140% do JP.

Juros mais altos por mais tempo podem frustrar expectativas com empresas de pagamentos

Depois de conversas com investidores, a equipe de research do JPMorgan afirma que o próximo grande catalisador para ações de empresas de pagamento serão os cortes da Selic. De fato, analistas acreditam que o benefício de custos de financiamento mais baixos, se retidos, podem chegar a R$ 200 e 250 milhões de lucro antes de impostos (EBT, na sigla em inglês) para cada corte de taxa de 100 pontos-base.

Após as últimas semanas, no entanto, o mercado está antecipando que as taxas serão altas por mais tempo e, na verdade, precificando ainda mais aumentos em vez de cortes.

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Os analistas do banco manifestaram preferência por B3, BB Seguridade (BBSE3), Cielo (CIEL3) e Porto (PSSA3) entre as empresas financeiras não-bancárias.