IGP-M cai 0,56% em novembro, acima do esperado (-0,38%)

Deflação foi menos intensa que a verificada em outubro, quando ficou em -0,97%; índice acumula alta de 4,98% no ano e de 5,90% em 12 meses

Roberto de Lira

(John Lambeth/Pexels)
(John Lambeth/Pexels)

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O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) caiu 0,56% em novembro, informou nesta terça-feira (29) a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A deflação verificada veio acima do consenso Refinitiv, que apontava para queda de 0,38% no mês. A deflação foi menos intensa que a verificada em outubro, quando o índice ficou negativo em 0,97%.

Com este resultado o índice acumula alta de 4,98% no ano e de 5,90% em 12 meses. Em novembro de 2021, o índice variou 0,02% e acumulava alta de 17,89% em 12 meses.

Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, as contribuições para a aceleração da taxa do índice partiram de seus três componentes. “No índice ao produtor, a soja foi o principal destaque, ao registrar alta de 1,25%, ante queda de 0,66% no mês anterior. No IPC, a principal contribuição para a aceleração partiu da gasolina, cuja taxa passou de -3,74% para 1,58%. Por fim, no âmbito da construção, a pressão para a aceleração do índice partiu da mão-de-obra, cuja taxa avançou de 0,31% para 0,53%”, afirmou.

IPA

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,94% em novembro, após queda mais forte, de 1,44% em outubro. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou 0,13% em novembro. No mês anterior, a taxa do grupo havia sido de 0,03%.

A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de -1,04% para 0,01%, no mesmo período. O índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou 0,12% em novembro, após queda de 0,24% no mês anterior.

Já a taxa do grupo Bens Intermediários passou de -2,17% em outubro para -0,11% em novembro. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cujo percentual passou de -5,67% para 0,83%. O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 0,32% em novembro, ante queda de 1,38% em outubro.

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IPC

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,64% em novembro, após alta de 0,50% em outubro. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação.

A principal contribuição partiu do grupo Transportes (-0,96% para 0,79%). Nesta classe de despesa, o destaque foi o item gasolina, cuja taxa passou de -3,74% em outubro para 1,58% em novembro.

Também apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos Alimentação (0,57% para 0,83%), Comunicação (-1,03% para -0,32%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,80% para 1,00%) e Vestuário (0,67% para 0,83%).

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Nestas classes de despesa, foram destacados os itens: hortaliças e legumes (6,75% para 9,86%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-2,45% para -0,32%), artigos de higiene e cuidado pessoal (1,37% para 2,03%) e calçados (0,10% para 1,35%).

Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (3,15% para 0,60%), Habitação (0,63% para 0,37%) e Despesas Diversas (0,22% para 0,14%) registraram decréscimo em suas taxas de variação. Estas classes de despesa foram influenciadas pelos seguintes itens: passagem aérea (16,07% para 2,07%), taxa de água e esgoto residencial (2,65% para 1,37%) e conserto de bicicleta (0,53% para -0,14%).

INCC

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,14% em novembro, ante 0,04% em outubro. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de outubro para novembro: Materiais e Equipamentos (-0,32% para -0,35%), Serviços (0,34% para 0,35%) e Mão de Obra (0,31% para 0,53%).