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SÃO PAULO – Faltam apenas três dias para as eleições. Neste período, de grande incerteza e volatilidade, alguns investidores começam a pesar seus ativos com base nas pesquisas eleitorais e no “feeling” de mercado. Mas para Roberto Knoepfelmacher, gestor do fundo de ações Vinci Mosaico, ter sucesso no mercado de ações não passa por adivinhar qual será o próximo presidente a cada 4 anos. Na verdade, isso nem deveria interferir na tomada de decisão de um investidor da bolsa que tenha foco em longo prazo.
Knoepfelmacher criou o fundo em 2010. Por já ter sido chefe de análise da Gas Investimentos (que foi incorporada pela Vinci), o gestor sempre teve proximidade com a Vinci Partners. A união entre as casas aconteceu em 2017.
Com pouco mais de oito anos de história, o fundo possui R$ 300 milhões em ativos sob gestão e uma rentabilidade de 230% desde o início, contra 22% do Ibovespa. Além de um excelente retorno, este foi maior do que o da bolsa brasileira e, ainda, com menor volatilidade: 14%, contra 22% do Ibovespa. Essa performance é fruto de uma estratégia focada na análise fundamentalista e em small caps, que permitiram ao fundo atravessar duas eleições e períodos conturbados da economia brasileira.
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Em entrevista ao programa “Papo com Gestor”, Knoepfelmacher contou sobre as principais posições do fundo e explicou que as eleições não devem ser o principal driver na hora de comprar e vender ações. “Não vale a pena desviar do foco. Questão de eleição é uma coisa extremamente imprevisível, então é muito difícil de prever e de organizar uma carteira de forma consistente para tirar proveito disso”, diz.
Para driblar essa sensibilidade do mercado, o gestor busca ter uma carteira balanceada com “atacantes” que se beneficiam com a melhora da economia, como empresas de consumo e de bens duráveis, como Tegma (TGMA3), por exemplo, além de “zagueiros”, ou seja, empresas mais defensivas que possam ajudar a proteger o portfólio, como Transmissão Paulista (TRPL4), que gera caixa e paga bastante dividendo.
Entre as principais posições do Vinci Mosaico FIA, Knoepfelmacher cita as ações de Tegma (TGMA3), Estácio (ESTC3) e Locamerica (LCAM3). A primeira, que está na carteira desde o início do fundo, se destaca pelo ROIC (Retorno Sobre o Capital Investido) historicamente elevado, entre 25% e 30%. Estácio, por sua vez, entrou em 2011 e também tem visto seu ROIC na casa dos 20%, se beneficiado com uma melhora da liquidez com o aumento da base de acionistas.
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No caso de Locamerica, a empresa chega neste ano com grande potencial de se tornar a próxima large cap do fundo, principalmente nessa fase de digerir a fusão com a Unidas. A companhia já chega grande ao portfólio, se beneficiando do crescimento do mercado, como o aumento da demanda (motoristas de aplicativos que alugam carros, por exemplo), assim como pela consolidação no setor.
Knoepfelmacher conta que gosta muito do setor e que também possui no portfólio a outra empresa líder, Localiza (RENT3). Segundo ele, só não tem mais exposição em Locamerica por conta da liquidez, ainda baixa, das ações da companhia.
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