Você tem dinheiro no banco e descobriu que ele pode estar perdendo valor, quando sempre achou que estava protegido por ele estar guardado em uma instituição séria. Infelizmente, aplicações tradicionais como a poupança não são desenhadas para proteger o aplicador automaticamente da alta da inflação. Para piorar, a inflação atinge todas as pessoas e nem o seu banco nem o Governo irão avisar quando você estiver perdendo dinheiro. Bancos tendem a favorecer seus investimentos mais tradicionais em suas recomendações (pois eles são mais lucrativos para o banco), como a poupança. Já o Governo, por sua vez, raramente vai destacar o real problema da inflação para não alarmar a população e causar pânico.
A inflação atinge todas as pessoas e nem o seu banco nem o Governo irão avisar quando você estiver perdendo dinheiro.
Para ilustrar a criticidade da inflação hoje, a meta desse ano já foi ultrapassada e o próprio Governo já avisou que não irá mais buscá-la em 2015. Ou seja, a previsão da inflação para esse ano está em 9%. Caso seu dinheiro não esteja rendendo mais que isso, você já está perdendo. A poupança, por exemplo, rende em torno de 8,5% ao ano. Isso mesmo, aplicadores da poupança estão ficando atrás da inflação. Dessa forma, melhor forma de se proteger é buscar investimentos que rendem acima dela, ou então um título indexado à ela.
Se o seu objetivo principal é se proteger da inflação com segurança e previsibilidade, as opções mais simples são investimentos de renda fixa. Vamos às principais alternativas:
Títulos ou fundos ligados à taxa de juros SELIC
Em períodos de inflação alta, para contê-la, o Banco Central costuma aumentar a taxa de juros SELIC. Em julho de 2015, a taxa SELIC era de 14,25% 1 ao ano (acima da inflação e muito acima do rendimento da poupança).
Vários investimentos de renda fixa se beneficiam de taxas SELIC elevadas.
A opção mais confortável, com liquidez diária, são os fundos DI, que buscam acompanhar a taxa SELIC. Só fuja de fundos de bancos que cobrem 0,5% ou mais ao ano de taxa de administração. Esse é o produto mais simples do mercado e você o encontra em corretoras com taxas baixíssimas.
Outra opção simples e de risco baixo são os títulos do Tesouro Direto indexados à SELIC. Atualmente estes também oferecem liquidez diária e têm baixas taxas de manutenção. A vantagem destes títulos sobre os fundos são duas: você troca o risco do fundo pelo risco do governo (geralmente menor) e pode escolher pagar imposto de renda só no resgate, o que aumenta seus rendimentos.
Títulos de renda fixa com lastro em empréstimos
Nesse tipo de investimento, é como se você emprestasse dinheiro para o emissor do papel, podendo ele ser o Governo, bancos ou outras instituições financeiras. Lembrando que esse tipo de investimento geralmente rende muito mais que a inflação e são buscados avidamente por investidores pois também rendem mais que fundos DI.
Como estes produtos dependem de lastro, ou seja, o emissor do papel precisa encontrar empréstimos que somem um montante similar à captação, a oferta deles não é constante e os melhores títulos tendem a acabar rápido, pois sua demanda é grande. Recomendamos que você aprenda mais sobre os títulos abaixo pois, geralmente, possuem os maiores rendimentos dentro do mundo de renda fixa e podem ter risco tão baixo quanto a poupança. Conheça os tipos mais comuns:
CDB
Os Certificados de Depósito Bancário são os empréstimos para os bancos privados, para financiar suas atividades.
O título é emitido com prazos que variam geralmente de três meses a cinco anos e tem liquidez diária após o período de carência inicial. A aplicação é garantida pelo FGC – Fundo Garantidor de Crédito (principal e juros) para valores de até R$ 250 mil2 por CPF, por instituição ou conglomerado financeiro, e fica registrada na CETIP em seu nome.
Busque sempre CDBs que rendam mais de 100% do CDI (taxa de juros que segue a SELIC). CDBs de bancos médios e pequenos rendem muito mais.
LCA e LCI
O LCA, ou Letra de Crédito do Agronegócio, é o título emitido pelos bancos para financiar empréstimos concedidos para o agronegócio, enquanto o LCI significa Letra de Crédito Imobiliário e é o título emitido para financiar empréstimos concedidos para o setor imobiliário.
Como recebem incentivo do Governo, a principal vantagem desses títulos é a isenção de Imposto de Renda. A desvantagem desse investimento é o valor inicial, que pode chegar a dezenas de milhares de reais, além de não estar disponível para saque antes do vencimento.
Esse tipo de investimento também conta com a garantia do FGC.
Dica: atualmente, recursos que ficam em fundos DI por mais de 2 anos têm alíquota de imposto de renda de 15%. Assim, uma LCA ou LCI que rende mais de 85% do CDI (equivalente ao valor líquido de imposto) será mais vantajosa que um fundo.
Grandes bancos sabem disso e geralmente oferecem LCAs/LCIs que pagam 85% do CDI ou menos. Corretoras podem oferecer títulos equivalentes pagando 90% ou mais do CDI. Explore suas opções!
Títulos indexados à inflação
Tais títulos são uma das formas mais eficazes de se proteger da inflação, pois garantem rendimentos acima do índice de inflação escolhido, como o Tesouro Direto IPCA. Estes títulos são de baixíssimo risco e oferecem uma remuneração garantida acima da inflação, atualmente ao redor de 6% a.a. acima. Além disso, a exigência de aplicação mínima é baixa e a liquidez é diária.
Fundos Imobiliários
Outra forma é investir em um Fundo Imobiliário, que tem os aluguéis reajustados pelo IGP-M (outro índice da inflação). Ou seja, os aluguéis do seu fundo irão subir, de acordo com a inflação. No entanto, vale o alerta para ver se essa carteira reajusta os aluguéis e se o fundo é do tipo típico ou atípico, pois nesse segundo, depois de 3 anos, o valor do aluguel é avaliado para ver se não está muito acima do valor que deveria, podendo ser reajustado para baixo, se necessário.
Vença a inflação: como começar
Muitos investidores atualmente buscam corretoras para encontrar os melhores investimentos pois só elas podem vender alguns dos títulos acima. Além disso, com a vasta gama de produtos que possuem, você consegue escolher melhor qual o investimento certo para seu perfil, com a melhor taxa e prazo, comparando tudo com a ajuda de um especialista, que a corretora coloca à sua disposição. Você irá contar com alguém que entende do assunto e que ajudará a escolher, com mais certeza, o melhor para o que você está querendo.
Lembrando que uma corretora pode oferecer todos estes produtos com taxas e rendimentos muito mais vantajosos do que um grande banco e com a mesma segurança. Se quiser conhecer mais sobre as corretoras, fizemos um artigo explicando como elas funcionam.