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“Esqueça os resultados, os dividendos vão ser os catalisadores dos preços das ações”. É com esse título que o JPMorgan inicia o seu relatório de análise de Gerdau (GGBR4), cuja ação teve ganhos de 4,66%, a R$ 28,51, na sessão desta quarta-feira (9), apesar dos resultados do terceiro trimestre de 2022 (3T22) mais fracos na comparação com os números de abril e junho deste ano.
Junto com seus números do 3T22, a Gerdau anunciou que pagará por cada ação dividendos de R$ 1,73 e juros sobre o capital próprio (JCP) de R$ 0,42. A medida vale tanto para os papéis ordinários quanto para os preferenciais da empresa, totalizando mais de R$ 3,5 bilhões distribuídos aos acionistas. Os proventos serão pagos com base na posição acionária de 21 de novembro e o pagamento será feito em 14 de dezembro.
Já com relação aos resultados, o lucro líquido ajustado caiu cerca de um terço no terceiro trimestre em relação a igual período do ano passado, com preços de aço mais baixos globalmente e aumento dos custos de insumos. O lucro foi de R$ 3,02 bilhões, queda de 33,7% na base anual, embora praticamente em linha com as projeções do mercado. Analistas consultados pela Refinitiv esperavam um lucro líquido de R$ 2,97 bilhões no período.
O JP destaca ainda que a Gerdau reportou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 5,4 bilhões, queda de 19,6% na base trimestral, mas entre 4% e 5% acima do esperado pelos analistas da casa e pelo consenso Bloomberg.
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“No geral, os resultados sequenciais mais fracos foram impulsionados por custos mais altos, como visto em todas as siderúrgicas neste trimestre”, apontam os analistas, mas destacando o JCP de R$ 699 milhões e os dividendos de R$ 2,9 bilhões como o principal anúncio, representando um dividend yield (valor do dividendo em relação ao da ação) de 8,2%.
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Além disso, nos cálculos do banco, o fluxo de caixa do acionista (FCFE) foi positivo em R$ 2,4 bilhões, implicando em um rendimento anualizado de 23,2%.
“No geral, apesar do trimestre sequencialmente mais fraco resultados, esperamos uma reação positiva aos números divulgados com o anúncio de dividendos, o que não era esperado pelo mercado para este trimestre”, avalia o JP. O banco reforça que o case de dividendos é um fator-chave para a visão otimista da casa (e dos investidores) sobre a Gerdau, e está
satisfeito ao ver a empresa direcionando seu excesso de caixa em retorno aos acionistas.
Mas, além dos proventos, o banco reforça que a Gerdau superou seus pares na qualidade de resultados, apontando um Ebitda ligeiramente acima do esperado. “Esperamos que os investidores aumentem marginalmente suas estimativas para a Gerdau, principalmente porque a operação na América do Norte mostrou-se mais resiliente do que o esperado”, avaliam os analistas, que têm recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para os ativos.
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Na mesma linha de destacar o pagamento de dividendos, o Morgan Stanley apontou que o Ebitda ajustado ficou 2% acima da sua estimativa, enquanto as receitas mais altas mais do que compensaram as maiores despesas com Custos de Produtos Vendidos (CPV) e gerais e administrativas.
O Itaú BBA, que tem recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para os ativos GGBR4 e preço-alvo de R$ 34, destacou resultados sequencialmente mais fracos em todas as regiões, mas saudáveis em geral.
“Os resultados foram sem brilho no Brasil, prejudicados por preços domésticos mais baixos (queda trimestral de 5%) e custos mais altos. A América do Norte, por sua vez, teve resultados ainda fortes (com Ebitda em R$ 2,6 bilhões), embora mais fracos no trimestre”, avaliam os analistas. Já a alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, teve ligeira queda de 0,18 vez no 2T22 para 0,16 vez no 3T22.
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O BBA calcula ainda que o anúncio de dividendos e juros sobre capital próprio de hoje implica em R$ 2,8 bilhões em pagamentos extraordinários (previstos para o 4T22).