Meta, dona do Facebook, planeja demissão em massa nesta semana

Segundo informações do The Wall Street Journal, anúncio deve ser feito na quarta-feira; Meta quer focar em três áreas de negócios

Wesley Santana

Empresa lançou, no mês passado, um óculos de realidade aumentada para o metatarso. Foto: Divulgação
Empresa lançou, no mês passado, um óculos de realidade aumentada para o metatarso. Foto: Divulgação

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A Meta, controladora das redes sociais Facebook e Instagram, pode estar preparando uma demissão em massa de funcionários para esta semana. A informação foi revelada pelo jornal americano The Wall Street Journal, nesta segunda-feira (7).

De acordo com a publicação, o anúncio oficial está previsto para a quarta-feira (9). Se confirmada, essa deve ser a maior das muitas demissões coletivas que as companhias de tecnologia fizeram em 2022.

Em seu último relatório, a Meta reportou um total de 87 mil funcionários ao redor do mundo. Só nos últimos dois anos, a empresa adicionou mais de 27 mil pessoas aos times, aproveitando o crescimento que a internet e as redes sociais registraram durante a pandemia.

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No entanto, em julho passado, o mesmo jornal afirmou que o Facebook iria cortar cerca de 10% das suas despesas para manter as contas em dia. Segundo balanço trimestral, o caixa livre da companhia caiu 98% no último trimestre. Isso se deve, entre outros pontos, ao alto investimento que a empresa tem destinado ao metaverso -o que levou, inclusive, à alteração do nome para Meta.

Uma sinalização do movimento de demissões veio na sequência do próprio presidente do grupo, Mark Zuckerberg, quando ele afirmou que provavelmente havia muitas pessoas na empresa que não deveriam estar lá.

Em termos percentuais, o layoff da Meta pode ser menor que o feito pelo Twitter na semana passada, que demitiu metade do quadro de funcionários. Apesar disso, em números, a marca fundada por Zuckerberg ultrapassaria a rede do passarinho azul, dizem fontes ouvidas pelo WSJ.

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Procurada pelo Infomoney, a divisão brasileira da Meta não se pronunciou sobre o assunto.

Momento nada favorável para big techs

Como em todo o setor da tecnologia, o momento também não é nada otimista para as chamadas big techs. Os relatórios financeiros publicados  nas últimas semanas mostram queda nas receitas e desaceleração econômica.

A Alphabet (GOGL34), controladora do Google, reportou uma alta de apenas 6% nas receitas ante 41% registrados no terceiro trimestre do ano passado. Segundo analistas, o resultado estaria ligado à circunstância de que as empresas estão gastando menos com anúncios, dado o desaquecimento da economia norte-americana.

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Já a Meta (FBOK34) registrou um recuo de 4% nas receitas e de 52% no lucro líquido. Além disso, o preço médio dos anúncios no Facebook caiu 18% no acumulado de doze meses. Mesmo neste cenário, o grupo aumentou os gastos, sobretudo com o metaverso.

A Apple (AAPL34), por sua vez, foi uma das únicas grandes companhias a mostrar um resultado relativamente bom. A fabricante de eletrônicos ampliou em 8% suas receitas na base anual e registrou um lucro de US$ 1,29 nos papéis negociados na bolsa de valores.

Concentração em áreas específicas

Em postagem no Facebook, Zuckerberg se pronunciou sobre os resultados da Meta no trimestre passado. O executivo destacou que as redes sociais controladas pela marca -Facebook, Instagram e WhatsApp- atingem hoje 3,8 bilhões de pessoas ao redor do planeta e que vê como positivo o engajamento nas plataformas.

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No entanto, ele pontuou que alguns desses serviços podem estar saturados em certos países ou grupos demográficos. Mesmo assim, acredita que ainda há espaços para crescimento de aplicativos, especialmente o Instagram, cujo Reels, modalidade de post criado para competir com o TikTok, já soma 140 bilhões de reproduções diárias.

Para o ano que vem, de acordo com ele, a empresa planeja um orçamento mais apertado, pois ainda não se sabe se a economia mundial se estabilizou. Com isso, o quadro de funcionários seria diretamente impactado. Em alguns casos, adiantou, parte das equipes pode até crescer, mas a maioria deve se manter nos níveis atuais ou encolher.

“Três das principais áreas em que vamos nos concentrar são nosso mecanismo de descoberta de inteligência artificial que está alimentando Reels e outras experiências de recomendação; nossos anúncios e plataformas de mensagens comerciais; e nossa visão futura para o metaverso”, pontuou.

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Ainda sobre o metaverso, especificamente, a empresa frisa que o foco é oferecer uma ótima experiência de trabalho e produtividade aos usuários. Recentemente, foi anunciada uma parceria com a Microsoft que deve fomentar esse mercado, além do lançamento do Quest Pro, um headset VR de última geração que oferece realidade mista de alta resolução.

Segundo Zuckerberg, as indicações internas sugerem que a empresa está fazendo um trabalho de liderança e no caminho certo com esses investimentos, “então acho que devemos continuar investindo pesado nessas áreas”, acrescentou.

Por fim, o executivo procura deixar uma mensagem de esperança para investidores e funcionários. “Acredito que a priorização, a disciplina e a eficiência mais rígidas que estamos promovendo em toda a organização nos ajudarão a navegar no ambiente atual e emergir como uma empresa ainda forte. Como sempre, sou grato a todos na Meta por seu trabalho árduo e a todos vocês por estarem nesta jornada conosco”.