“Data Com”: confira as datas de corte para investir em ações em novembro e ganhar com dividendos

Na lista de novembro, há empresas como Bradespar, Cielo, Petrobras e Copel

Katherine Rivas

(Pixabay)
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A partir de segunda-feira (7), vinte empresas têm “data com” – ou datas de corte – programadas para novembro. O investidor que quiser garantir o recebimento de dividendos ou juros sobre capital próprio (JCP) anunciados por essas companhias deverá ter as ações em carteira até esse limite. A partir da “data-ex”, quem comprar os papéis não fará mais jus aos proventos.

Na lista de novembro, há empresas como Bradespar (BRAP4), Cielo (CIEL3), Petrobras (PETR4) e Copel (CPLE6).

Lembrando que os dividendos não sofrem tributação do Imposto de Renda. Já no caso dos juros sobre capital próprio (JCP) é descontada uma alíquota de 15% sobre o valor bruto pago pelas empresas.

Adeus aos dividendos polpudos da Petrobras?

O destaque do mês são os dividendos da Petrobras. A empresa anunciou nesta quinta-feira (3) que pagará o valor total de R$ 43,7 bilhões em proventos referentes ao terceiro trimestre deste ano.

O pagamento será de R$ 3,35 por ação preferencial (PETR4) e ordinária (PETR3) e ocorrerá em duas parcelas. A primeira parcela, no valor de R$ 1,67 por ação, será depositada no dia 20 de dezembro de 2022. Parte do valor corresponderá a dividendos – que são isentos de tributação – no valor de R$ 1,16 por ação. Outra parte virá na forma de juros sobre capital próprio (JCP) de R$ 0,52 por ação. Lembrando que JCPs são tributados – portanto, deste valor será descontado na fonte automaticamente o imposto de renda de 15%.

segunda parcela, também no valor de R$ 1,67 por ação, será depositada em 19 de janeiro de 2023. A divisão do pagamento entre dividendos e JCP será definida no futuro e anunciada aos investidores por meio de comunicado ao mercado.

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Para ter direito aos dividendos, o investidor precisará ter as ações em carteira até o final do pregão do dia 21 de novembro de 2022, que é a “data com” – ou seja, a data de corte para fazer jus aos proventos. A “data ex” será no dia seguinte, 22 de novembro de 2022. Quem comprar as ações a partir desta data já não terá mais direito aos dividendos.

O pagamento enfrenta resistência. Gleisi Hoffmann, presidente do PT, criticou a proposta de distribuição no Twitter. “Passada a eleição, volta a sangria na Petrobras. Estão preparando a distribuição de R$ 50 bilhões em dividendos. Não concordamos com essa política que retira da empresa sua capacidade de investimento e só enriquece acionistas. A Petrobras tem de servir ao povo brasileiro”, afirmou.

Nesta sexta-feira (4), as ações despencaram mais de 5% após o Ministério Público, junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU), pedir suspensão do pagamento de dividendos pela Petrobras. Não há clareza se a medida vai para frente.

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Em encontro com analistas e investidores nesta sexta-feira, Rodrigo Araujo, diretor-executivo Financeiro e de Relacionamento com Investidores da Petrobras, lembrou que a política de dividendos é uma atribuição do Conselho de Administração. Ele afirmou que não há nenhuma mudança prevista no momento.

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Copel: dividendos para o longo prazo

Ainda entre os destaques está a companhia elétrica Copel, que deve remunerar os seus acionistas com juros sobre capital próprio para todas as classes de ações. No caso das units (CPLE11), os JCP são de R$ 1,12 e devem pingar na conta do investidor no dia 30 de novembro. A data de corte para ter direito ao provento é o dia 21 de novembro. Embora já tenham sido anunciados ao mercado, os JCP precisam ser aprovados em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), que também ocorre neste mês. Há ainda um segundo pagamento de JPC previsto para 30 de junho de 2023.

Segundo analistas, a Copel possui uma política de dividendos bem definida, atrelada ao seu nível de endividamento. O payout (parcela do lucro líquido destinada a proventos) pode variar entre 25% e 65% do lucro líquido.

Sergio Biz, analista focado em dividendos e sócio do GuiaInvest, tem uma visão positiva para a Copel e projeta um dividend yield de 7,2% em 2023. Mas destaca que os dividendos elevados da companhia neste ano foram atípicos, por conta da venda de ativos, e não devem se repetir no futuro.

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Entre os riscos, Biz cita as despesas com provisões, de R$ 1,2 bilhão, destinadas para os créditos de PIS e Cofins anunciados no final do segundo trimestre de 2022, o que poderia comprometer os dividendos no curto prazo.

Apesar disso, a companhia serve para uma estratégia de longo prazo, segundo Biz, que recomenda a compra de CPLE6 até o preço-teto de R$ 7,40 para garantir bom retorno. “Ainda existe a expectativa de que a companhia divulgue mais uma distribuição de dividendos até o encerramento do presente exercício de 2022”, destaca Biz.

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Datas importantes

Sergio Biz explica que a “data com” e a “data ex” são termos muito importantes para o investidor se organizar na procura por renda passiva.

A “data com” indica qual é o último dia que o acionista tem para entrar em uma ação e receber os proventos (dividendos ou JCP) anunciados. Se o acionista compra e mantém os papéis em carteira até a “data com”, receberá os valores na data combinada. Se o acionista vende as ações antes da “data com” ou compra os papéis depois dela, não fará jus aos proventos anunciados na ocasião.

Já a “data ex” representa o momento em que o acionista deixa de ter direito aos proventos. Nesta data, o preço das ações sofre um reajuste descontando o valor dos proventos. Isso ocorre porque o dinheiro distribuído na forma de dividendos ou JCP sai do caixa da empresa.

Um erro que muitos investidores cometem e deve ser evitado é comprar uma ação que vai pagar dividendo em uma determinada “data com” e vendê-la na “data ex”, acreditando estar ganhando os dividendos de graça – na verdade, estão saindo no zero a zero.

Confira abaixo a lista completa de “data com” de novembro:

Terça-feira (8)

Tegma (TGMA3)

Tegma (TGMA3)

Quarta-feira (9)

Bradespar (BRAP3; BRAP4)

Bradespar (BRAP3; BRAP4)

Irani (RANI3)

Quinta-feira (10)

Cielo (CIEL3)

Vulcabras (VULC3)

CSN Mineração (CMIN3)

CSN Mineração (CMIN3)

Quarta-feira (16)

 JBS (JBSS3)

Melnick (MELK3)

Mitre Realty (MTRE3)

Rede Energia (REDE3)

Unipar (UNIP3; UNIP5; UNIP6)

Quinta-feira (17)

Eztec (EZTC3)

Sexta-feira (18)

 BR Partners (BRBI11; BRBI4; BRBI3)

Even Construtora (EVEN3)

Itaúsa (ITSA3ITSA4)

Segunda-feira (21)

Banco do Brasil (BBAS3)

Banco do Brasil (BBAS3)

Copel* (CPLE11; CPLE6; CPLE5; CPLE3)

Copel* (CPLE11; CPLE6; CPLE5; CPLE3)

* pendente de aprovação em Assembleia Geral Extraordinária (AGE)

Petrobras (PETR3; PETR4)

Valor total bruto:  R$ 43,7 bilhões

 

Quarta-feira (30)

Banco Banestes (BEES3BEES4)

 Banco Itaú (ITUB3ITUB4)

Itaúsa (ITSA3ITSA4)

Katherine Rivas

Repórter de investimentos no InfoMoney, acompanha ETFs, BDRs, dividendos e previdência privada.