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A startup Beep Saúde divulgou, na manhã desta quinta-feira (3), uma rodada de investimentos Série C. A operação, que não teve valor informado, foi co-liderada pelo Bradesco e pelo fundo CZI (Iniciativa Chan Zuckerberg), criado pelo fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, e sua esposa Priscilla Chan.
Com o aporte, a healthtech se diferencia da maioria das marcas que receberam investimentos em 2022s. Dados da Distrito mostram que a média de investimentos captados por empresas de tecnologia neste ano é de US$ 10 milhões (cerca de R$ 50 mi).
“Levantar capital enquanto está crescendo tem sido difícil, mas a gente conseguiu mostrar que tinha razões para aumentar significativamente o valor da companhia”, afirma Vander Corteze, CEO e fundador da Beep, em entrevista ao InfoMoney. “Aumentamos em 20 pontos percentuais a margem de lucro neste ano, para R$ 200 milhões de faturamento”, diz Corteze. Já para 2023, a projeção de faturamento para é de R$ 250 milhões.
A ideia, agora, é perseguir a estratégia de ser um aplicativo referência em saúde domiciliar, principalmente no ramo de medicina diagnóstica, diz o CEO da empresa, e ter protagonismo no comércio digital.
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Formado em medicina, Corteze preferiu seguir o caminho do empreendedorismo. Antes da Beep, ele criou o Grupo BR MED, uma rede de clínicas de medicina do trabalho que faz exames admissionais e demissionais.
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Depois de 10 anos no negócio, decidiu enveredar por outra tendência: a de pedidos online e delivery. Corteze juntou a saúde com a possibilidade de fazer pedidos e agendamentos por um aplicativo e inaugurou a Beep em 2016.
Desde então, afirma, realizou mais de um milhão de atendimentos nos últimos seis anos, entre clientes avulsos e de convênios médicos em serviços que vão vão desde a coleta de exames laboratoriais até a aplicação de vacinas, tudo agendado pelo celular e feito em domicílio, via aplicativo.
“Os clientes agendam o serviço e nós vamos até a casa deles. O primeiro produto foi o de vacina em casa, que é um serviço de aplicação em domicílio com alta qualidade e preço acessível”, pontua Corteze, que informa ainda que a empresa consegue praticar um preço intermediário entre os laboratórios de primeira linha e os populares.
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Conversa com investidores
O investimento recebido pela Beep é o primeiro desta proporção feito pela família Zuckerberg em uma healthtech brasileira. O fundo de Venture Capital é conhecido em todo o mundo por apostar em empresas de impacto social, especialmente no setor de saúde.
“O time deles veio ao Brasil, ficou uma semana dentro do nosso centro de distribuição e também acompanhou atendimento de pacientes, pois queriam ver de perto a capacidade da Beep”, detalha Corteze. Todo o processo de negociações levou cerca de oito meses.
Ele conta, ainda, que Priscilla Chan, esposa de Mark e médica pediatra por formação, teve papel fundamental nas conversas. “Quando ela viu o impacto que a Beep causa, tomou a decisão final de investir. Uma coincidência que cruzou as nossas vidas”, diz Corteze.
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Vivian Wu, sócia-gerente de Ventures da CZI, explica que a equipe do fundo está confiante em participar do investimento. “Nossa equipe de Ventures está particularmente empolgada com o potencial da Beep de alavancar a tecnologia para expandir o acesso a cuidados de saúde de alta qualidade”, diz. Wu afirma ainda que o negócio da Beep é “consistente com a missão da CZI de construir um futuro mais inclusivo, justo e saudável para todos”.
O Bradesco Private Equity & Venture Capital está igualmente comprometido com o investimento. “A Beep já é referência no mercado, levando serviços de saúde com tecnologia e altíssima qualidade para o lar de diversos brasileiros”, frisou Rafael Padilha, Diretor do Bradesco Private Equity & Venture Capital.
Além do CZI e Bradesco, outros nomes de peso participaram de rodadas anteriores e também se juntaram no novo aporte. São eles: Valor Capital, fundo do ex-embaixador dos Estados Unidos Cliff Sobel, David Velez, CEO do Nubank e DNA Capital, gestora de Pedro Bueno, da família controladora do Grupo Dasa.
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Complemento ao SUS
Corteze afirma que a Beep se diferencia do Sistema Único de Saúde e até dos laboratórios privados por entregar comodidade aos pacientes, com vacinas ou exames. No caso dos imunizantes, a startup tem foco em produtos e marcas não incorporadas aos programas públicos, como é o caso da vacina contra a meningite meningocócica B.
“Parte da população usa o setor privado só para completar com aquelas que não têm no setor privado e há quem recorra por comodidade ou conveniência”, garante. “Para alguém jovem, é fácil ir ao posto receber a dose, mas levar um bebê de dois meses, por exemplo, com mochila, fraldas e bebê conforto, é uma tarefa difícil”. Diante disso, a Beep se posiciona como um complemento e mais um dos atores do mercado de saúde.