Preços ao produtor têm nova deflação e caem 1,96% em setembro, diz IBGE

Resultado levou o acumulado em 2022 para +5,87%; em 12 meses, o IPP recuou de 12,16%, em agosto, para 9,76%, em setembro.

Roberto de Lira

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O Índice de Preços ao Produtor no Brasil (IPP) caiu 1,96% em setembro, informou nesta quarta-feira (26) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em julho, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) havia caído 3,11%.

O resultado levou o acumulado em 2022 para +5,87%. Em 12 meses, o IPP recuou de 12,16%, em agosto, para 9,76%, em setembro.

Os preços de 13 das 24 atividades industriais investigadas tiveram variações positivas ante o mês anterior.

As quatro maiores variações foram em: refino de petróleo e biocombustíveis (-6,79%); outros produtos químicos (-6,20%); indústrias extrativas (-3,82%); e metalurgia (-3,77%).

A perda de força da inflação na “porta da fábrica” é nítida neste ano. Até setembro de 2021, por exemplo, o índice acumulado era de 23,90%, que recuou para 5,87% em 2022.  Segundo o IBGE, esse valor da taxa acumulada no ano até setembro de 2022 é o quarto menor já registrado para o mês desde o início da série histórica, em 2014.

Refino de petróleo e biocombustíveis

A queda de 6,79% nos preços do grupo refino de petróleo e biocombustíveis no mês ficou muito próxima da variação negativa de 6,99% observada em agosto.  Com isso, o acumulado no ano, que era 26,49% em agosto, recuou para 17,90% em setembro (estava em 49,70% em setembro de 2021).

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Na comparação entre os meses de setembro deste ano com o ano passado, os preços atuais estão 33,64% mais altos, a menor taxa desde fevereiro de 2021 (18,25%).

Outros produtos químicos

A queda de 6,20% em setembro no grupo da indústria química significou a quinta variação negativa no ano e a mais intensa em toda a série da pesquisa. O resultado do mês ficou distribuído de forma diversa: “fabricação de produtos químicos inorgânicos” apresentou variação média de -5,32% no mês, “fabricação de resinas e elastômeros”, com -8,32%, e “fabricação de defensivos agrícolas e desinfestantes domissanitários”, com -1,64%.

Desta forma, o acumulado no ano alcançou deflação de -1,30%, sendo que os grupos “fabricação de produtos químicos inorgânicos” e “fabricação de resinas e elastômeros” alcançaram respectivamente -0,74% e -22,88%. Em sentido inverso, “fabricação de defensivos agrícolas e desinfetantes domissanitários” apresentou uma variação de 32,35% no mesmo indicador.

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Metalurgia

O grupo de metalurgia teve variação negativa de 3,77% no mês, a sexta queda no no ano. Desta forma, o setor acumula variação de -8,78% no ano e de -8,88% em 12 meses. Entre dezembro de 2018 (base da amostra atual) e setembro de 2022, os preços do setor tiveram uma variação acumulada de 70,86%, valor muito próximo ao do Indicador geral do IPP para o mesmo período (70,77%).

Os resultados do setor estão ligados ao grupo siderúrgico (produtos de aço) e ao de materiais não ferrosos (cobre, ouro e alumínio), que têm comportamentos de preços distintos. O grupo econômico siderúrgico, que faz parte da atividade de metalurgia, apresentou, pela sétima vez no ano, uma variação negativa, agora chegando a -4,45%.  Com isso, em setembro, o acumulado chegou a -7,01% no ano e a -13,22%, nos últimos 12 meses.

Veículos automotores

Em veículos automotores, a variação observada no setor, quando comparada com o mês imediatamente anterior, foi de 0,17%. Este foi o 27º resultado positivo consecutivo neste indicador, sendo o aumento menos intenso observado na comparação mensal durante esse período em que acumula uma alta de 32,34%.

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O setor tem sido impactado por aumentos de custos em sua cadeia produtiva, em especial de insumos eletrônicos, por conta da crise de semicondutores, o que ajuda a explicar os maiores preços observados no período.

Nos primeiros nove meses de 2022, o setor acumula uma variação de 8,09%. A variação acumulada nos últimos 12 meses foi de 11,25%, resultado que vem apresentando uma desaceleração e é o menor observado desde dezembro de 2020 (11,15%).