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O dia é de queda generalizada para as empresas de e-commerce, mas a baixa é ainda mais acentuada para Americanas (AMER3), com previsões pessimistas sobre os próximos resultados da companhia. Os papéis da varejista fecharam em baixa de 13,77%, a R$ 14,15, liderando as baixas do Ibovespa, que opera em ligeira alta hoje.
“No geral, esperamos que o terceiro trimestre seja de resultados fracos para o setor [varejista], diante da renda disponível ainda pressionada, desafios relacionados ao clima e uma base de comparação mais normalizada”, diz relatório da XP, divulgado nesta quinta-feira (20).
Confira o calendário de resultados do 3º trimestre de 2022 da Bolsa brasileira
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A equipe de análise da casa avalia que o crescimento do e-commerce segue pressionado e que a queima de caixa continua. A expectativa é de que o varejo físico continue a se recuperar, mas o on-line continue desacelerando, principalmente na parte de estoques próprios (1P).
“Não esperamos recuperações de margem significativas, dado que o baixo crescimento limita a alavancagem operacional, contribuindo para a continuidade dos prejuízos e queima de caixa”, escreveram os analistas.
Das empresas de e-commerce acompanhadas pela casa, Americanas é que deve ter o maior prejuízo no terceiro trimestre. De acordo com a projeção da XP, a última linha do balanço da varejista deve ficar negativa em R$ 344 milhões. No segundo trimestre, a empresa já tinha registrado prejuízo líquido de R$ 6 milhões.
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A XP também projeta queda de 13,6% nas receitas de Americanas (para R$ 5,421 bilhões) e de 24,1% no lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda), para R$ 564 milhões.
“Esperamos que a Americanas reporte resultados fracos enquanto a receita deve surpreender negativamente e a rentabilidade deve ser pressionada pela alavancagem operacional, levando a uma queima de caixa no trimestre”, diz a análise da XP.
Para o volume bruto de mercadorias (GMV), a previsão da casa é de uma queda de 9%. Mesmo com um crescimento de 12% no GMV das lojas físicas, o avanço não é suficiente para compensar o recuo de 15% no volume on-line.
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As ações de varejista vem sendo pressionadas para baixo há dias. Os papéis respondem ao comportamento dos juros futuros, que sobem com a perspectiva de aperto monetário nos Estados Unidos. Rivalidade com grupos internacionais, como Shopee e Alixpress, também impacta os papéis, faltando pouco para a Black Friday e o Natal.
Além de AMER3, Via (VIIA3) fechou entre as maiores baixas do Ibovespa, com queda de 7,06%. Magazine Luiza (MGLU3) caiu 2,39%.
O BTG Pactual acredita que o terceiro trimestre deve continuar mostrando “um ponto de inflexão” nos fundamentos das empresas que o banco acompanha.
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“Mas o ritmo de recuperação tende a ser fraco em comparação a trimestres recentes, especialmente para segmentos discricionários e aqueles em que a
inflação desacelerou recentemente”, destaca o relatório.
Do lado do e-commerce, o BTG espera que o GMV online cresça 6% a/a no Magazine Luiza, incluindo a aquisição da Kabum no ano passado, e recue 12%
na Americanas (com a divisão 1P como destaque negativo).