Oi (OIBR3;OIBR4) propõe grupamento na proporção de 50 para 1 e ações caem 11%; entenda o movimento

Assembleia Geral Extraordinária (AGE) foi convocada para o dia 18 de novembro

Felipe Moreira

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O Conselho de Administração da Oi (OIBR3; OIBR4) aprovou na segunda-feira (17) a submissão de proposta de grupamento da totalidade das ações ordinários e preferencias de emissão da companhia à Assembleia Geral Extraordinária (AGE), a ser convocada para o dia 18 de novembro de 2022.

A administração da operadora de telefonia propõe aos seus acionistas o grupamento da totalidade de suas ações, ordinárias e preferenciais, na proporção de 50 para 1, de forma que cada lote de 50 ações de cada espécie seja grupado em uma única ação da mesma espécie.

Na sequência do anúncio, as ações OIBR3 despencaram 11,11%, a R$ 0,32, enquanto OIBR4 tiveram forte baixa de 9,88%, a R$ 0,73, nesta terça-feira (18).

Apesar da forte queda dos ativos, a equipe de análise da Guide Investimentos avaliou o anúncio como neutro. ” O anúncio já era esperado, visto que a empresa já havia anunciado essa possibilidade, para se adequar as regras da B3. O novo preço das OIBR3, dado o preço de fechamento de ontem, será cerca de R$ 18″, avalia.

Fabiano Vaz, analista da Nord Research, também aponta que o grupamento já era esperado. “A companhia até conseguiu prorrogar o prazo junto à B3, mas a cotação não conseguiu ficar acima de R$ 1, então precisará fazer o grupamento. Ainda não há nada definido, pois precisa aprovação na AGE. Também não há data definida, mas o grupamento deve ocorrer até meados de dezembro”.

Em termos de fundamentos, avalia Vaz, o grupamento não muda em nada, o que muda é preço de tela e quantidade de ações. “Mas os fundamentos seguem o mesmo, as finanças seguem as mesmas, as perspectivas seguem as mesmas. Acredito que a queda tenha sido sem motivo. O fator mais alto de 50 pra 1 talvez tenha assustado um pouco, ficou um pouco acima do que o mercado estava esperando, mas foi exagerada e sem sentido essa queda toda”, avalia.

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Há temor também que o grupamento (como em ocasiões anteriores, com outras empresas), abram espaço para uma maior queda das ações.

As ações de emissão da Oi que lastreiam American Depositary Shares (ADSs) não serão objeto do grupamento de ações, de forma que as paridades dos ADSs com as ações locais sofrerão um ajuste, visando a manutenção do total de ADSs. Como consequência, cada ação ordinária passará a representar 10 ADSs ON (1 ON : 10 ADSs ON), enquanto uma ação preferencial será equivalente a 50 ADSs PN (1 PN : 50 ADSs PN).

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Se a AGE aprovar o grupamento, o capital social da Oi, de 6.603.037.459 de ações, passará a ser dividido em 132.060.748 ações, sendo 128.906.204 ordinárias, nominativas e sem valor nominal de emissão, e 3.154.544 preferenciais, nominativas e sem valor nominal de emissão.

Segundo a nota, o objetivo principal da proposta de grupamento é o enquadramento da cotação das ações de emissão da empresa em valor igual ou superior a R$ 1,00 por unidade, para se adequar aos critérios de elegibilidade à composição de índices de mercado, como o Ibovespa.

A ação ON da Oi fechou a última terça-feira cotada a R$ 0,36, enquanto a PN valia R$ 0,81.

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Em recuperação judicial desde 2016, a Oi se vê no meio de uma disputa com TIM (TIMS3), Claro e Telefônica Brasil (VIVT3) sobre os valores de ativos da Oi comprados pelas três em leilão no final de 2020 com uma proposta conjunta de R$ 16,5 bilhões.

Vendedora e compradoras entraram em discordância nas últimas semanas sobre o valor final do negócio, com TIM, Claro e Telefônica Brasil pedindo para o valor da venda ser diminuído em R$ 3,2 bilhões devido a questões técnicas, com o assunto indo para a Câmara de Arbitragem da B3.