Luiz Barsi é investigado pela CVM por suposto uso de informação privilegiada na Unipar; investidor diz que nada de errado foi praticado

Em nota, Barsi afirmou que operações foram exclusivamente de compra, sem evidência de qualquer venda ou lucro auferido

Rodrigo Petry

Luiz Barsi Crédito:ALEX SILVA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE
Luiz Barsi Crédito:ALEX SILVA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE

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O investidor Luiz Barsi é investigado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por suposta responsabilidade pelo uso de informação privilegiada por administrador da Unipar Carbocloro (UNIP6), antes da divulgação de fato relevante por parte da empresa, em 2 de junho de 2021.

Nesta data, a Unipar informou que celebrou com a Compass Minerals acordo de confidencialidade para analisar informações para uma possível operação de compra de unidades. Mas o negócio, posteriormente, não avançou.

Dias antes do fato relevante, porém, as ações ONs, PNAs e PNBs da Unipar chegaram a se valorizar até 7%, durante três pregões. Isso levou a CVM a questionar a companhia sobre essas movimentações atípicas, mas a Unipar informou desconhecer fatos que tenham levado à valorização dos papéis.

Investigação da CVM

O caso está sendo analisado no âmbito do Processo Administrativo Sancionador da CVM, classificado como insider trading. A informação foi publicada pela coluna de Lauro Jardim, de O Globo, e confirmada pelo InfoMoney.

Segundo os dados do processo na CVM, o caso está na fase em que a Gerência de Controle de Processos Sancionadores (GCP) inicia a citação dos acusados com comunicação externa.

Nada de errado

Em nota, o investidor afirmou que a investigação, por parte da CVM, se trata de um “procedimento de apuração, do qual tenho plena convicção que nada de errado foi praticado”.

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Segundo Barsi, “as operações com as ações ocorreram fora do período de silêncio, portanto lícitas como previsto pela Resolução da CVM nº 44/21; se tratam de valores extremamente imateriais perante minha posição e perante o volume médio diário negociado; e foram operações exclusivamente de compra, como sempre preconizei, portanto, sem evidência de qualquer venda ou lucro auferido”

“Como disse, não tenho uma carteira especulativa e nem me respaldo em qualquer informação para aquisição ou venda dos meus ativos, valendo-me sempre dos meus princípios que me guiam desde o início da minha vida como investidor”, escreveu na nota.

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Presença na Unipar de Barsi

Luiz Barsi Filho conta com uma fatia representativa de 13,92% das ações ordinárias da Unipar, segundo dados da empresa referentes a setembro.

Além disso, conta com 23,43% das ações preferenciais, elevando sua fatia total na companhia a 20,11%.

Atualmente, ele é vice-presidente do conselho de administração, com sua filha Louise Barsi como conselheira suplente.

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Bilionário com mercado de ações

Um dos maiores investidores pessoa física da bolsa, Barsi tem uma fortuna estimada em R$ 2 bilhões, apenas com ações de empresas.

Seu método de investir consiste em comprar ações de empresas em setores perenes, que pagam bons dividendos e, por alguma razão, estão sendo negociadas com preço abaixo do valor patrimonial. E, então, esperar.

IRB

O investidor mantém posição também em IRB (IRBR3), papel controverso, em que está desde 2021 e que sofre uma desvalorização de 76,2% nos últimos 12 meses.

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Em julho, Louise Barsi ingressou como membro do Comitê de Auditoria Estatutário da empresa, com mandato até 2023.

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Veja a nota completa:

“Com surpresa, hoje tomei conhecimento da nota veiculada pelo jornalista Lauro Jardim, sobre uma investigação em curso na Comissão de Valores Mobiliários a respeito do uso de informação privilegiada da UNIPAR. Sou acionista cativo da companhia há mais de 10 anos, além de atuar como conselheiro de administração.

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Como todos publicamente sabem, minha carteira é formada por décadas de investimento em bolsa de valores, sempre com um viés de compra para proporcionar uma renda financeira através dos dividendos. Em outras palavras, não tenho ativos de curto prazo, muito menos com o propósito direto de me beneficiar da rápida valoração de qualquer ativo, já que raramente vendo minhas posições.

O fato descrito pelo jornalista Lauro Jardim, que não me procurou para maiores esclarecimentos antes, se trata de um procedimento de apuração, do qual tenho plena convicção que nada de errado foi praticado. Digo isto, pois as operações questionadas:

1- Ocorreram FORA do período de silêncio, portanto lícitas como previsto pela Resolução da CVM nº 44/21;

2- Se tratam de valores extremamente imateriais perante minha posição e perante o volume médio diário negociado;

3- Foram operações EXCLUSIVAMENTE de compra, como sempre preconizei, portanto, sem evidência de qualquer venda ou lucro auferido;

Como disse, não tenho uma carteira especulativa e nem me respaldo em qualquer informação para aquisição ou venda dos meus ativos, valendo-me sempre dos meus princípios que me guiam desde o início da minha vida como investidor. Estou e sempre estive à disposição das autoridades, cujo procedimento corre na esfera administrativa e ainda está em fase inicial.

Atenciosamente,
Luiz Barsi Filho