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O Assaí (ASAI3) inaugura nesta quarta-feira (31) uma das suas primeiras lojas provenientes da conversão dos 71 hipermercados Extras, adquiridos do GPA (PCAR3) em outubro do ano passado. Ontem, o grupo de atacarejo realizou um tour com analistas e investidores por essa unidade, em São Paulo, e, de forma geral, os especialistas voltaram do evento com uma visão positiva dos próximos passos da companhia.
A expectativa do Assaí é converter 40 dos hipermercados Extra até o final de 2022, e os 31 restantes até o fim de março do ano que vem.
“A visita nos deixou mais confiantes de que o Assaí entregará um aumento de vendas e margens mais altas nas lojas convertidas, enquanto as novas lojas (orgânicas) também têm riscos de alta, devido ao seu melhor resultado na operação de loja”, pontua a equipe da XP Investimentos, chefiada por Danniela Eiger.
A própria companhia estipulou um guidance que conta com um aumento de vendas de até três vezes nas novas unidades em relação aos números dos hipermercados. Além disso, o Assaí espera um prêmio de 0,9 a 1,5 ponto porcentual das margens de lucratividade (tanto bruta quanto de lucro operacional) nas lojas convertidas.
A rede aguarda também que a curva de maturação das unidades seja rápida – com as novas lojas levando três meses para atingir o nível de vendas de loja madura, um ano para o ponto de equilíbrio e dois para o pleno potencial.
Segundo o Assaí, todas essas projeções são oriundas de conversões já realizadas no passado.
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“Na visita, Belmiro Gomes, diretor-executivo (CEO) do Assaí, destacou que as lojas do estão evoluindo de acordo com as preferências dos consumidores, com investimentos voltados a uma melhor experiência de compra (ar condicionado, localização, iluminação), e a um maior sortimento de produtos e serviços, que variam de acordo com o perfil de cada loja em termos de tamanho e região”, explica a equipe da XP.
A loja visitada pelos analistas foi a unidade da Anhanguera, na Zona Oeste de São Paulo. Segundo o Assaí, a unidade deve ser uma das maiores em faturamento do grupo, levantando cerca de R$ 500 milhões por ano, enquanto a média de faturamento por loja é de R$ 200 milhões.
“As lojas convertidas ampliam a presença do Assaí em áreas de maior densidade populacional, apoiando o alcance da bandeira em outros segmentos socioeconômicos e em clientes business-to-business” comentam os analistas Andrew Ruben e Alexandre Namioka, do Morgan Stanley.
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Os analistas do Morgan vão na mesma linha que a XP, afirmando que a visita reforçou a convicção do tamanho da oportunidade presente nas conversões.
O JPMorgan, não difere: “No geral, voltamos do evento mais positivos, devido à maior granularidade nos resultados das conversões recentes de lojas, às principais iniciativas para melhorar o formato e diferenciar além do preço e pela maior visibilidade da oportunidade de expansão e desafios enfrentados pela companhia”, destacam os analistas do banco, liderados por Joseph Giordano.
Os bancos afirmam que o Assaí, com a movimentação, acelera em cerca de três anos sua expansão, ganhando mais tempo para focar no desenvolvimento de lojas que enfrentam processos mais difíceis e longos.
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“De toda forma, essas lojas tendem a ter maior produtividade da área de vendas, permitindo alavancagem operacional acima da média, juntamente com um mix de margem tipicamente mais rico”, destaca o JP. “Nesse contexto de foco em localizações privilegiadas, apesar de se esperar que o crescimento orgânico seja a principal alavanca de expansão, a aquisição dos pontos de vendas pode ganhar relevância na expansão”.
Os analistas atentam ainda que o grupo ganha a frente na disputa na disputa pelo atacarejo pela diferenciação dos locais adquiridos do Extra, difíceis de replicar. “Pede tempo mais longo de construção, trabalho de garantir as licenças, e um capex mais alto, fora algumas restrições ao tamanho da loja versus o que já está construído”, pontua Giordano.
Por fim, o Assaí, segundo todas as casas, continuará sendo beneficiado pela maior procura do atacarejo, em meio a uma inflação mais alta.
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“Apesar de agressivas, as metas do Assaí têm ficado cada vez mais palpáveis, visto que ele vem entregando o que tem prometido”, debate a Levante Investimentos. “Os números dos últimos trimestres, tanto do Assaí como do seu principal concorrente, o Atacadão, reforçam o aumento do fluxo de consumidores para os atacarejos. Nesse ambiente, onde a concorrência também aumenta, o Assaí se destaca pela sua execução sólida e resiliente, que tem contribuído para o aumento do seu market share, reduzindo a diferença”, finaliza.
A XP Investimentos reiterou sua recomendação de compra para as ações ordinárias do Assaí, subindo o preço-alvo de R$ 20 para R$ 22, upside de 19,4% frente ao preço de abertura de hoje. O Morgan Stanley e o JPMorgan têm recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra), com o preços-alvos de ambos também ficando em R$ 22. Por volta das 12h (horário de Brasília), os papéis subiam 0,82%.
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