2015 será o ano da renda fixa, diz especialista

Os títulos pós-fixados, especialmente as LFT (Letras Financeiras do Tesouro), as LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) devem se destacar, diz diretor do Easynvest

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – Com a taxa básica de juros beirando os 12% ao ano e a expectativa de mais altas nos próximos meses, a renda fixa promete ser uma das melhores opções para os investidores em 2015. O diretor da Easynvest, Amerson Magalhães, destaca que os títulos pós-fixados, especialmente as LFT (Letras Financeiras do Tesouro), as LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) e o CDB (Certificado de Depósito Bancário) estão entre as modalidades mais vantajosas.

“Comprar uma LFT pode ser um bom negócio para o pequeno investidor, pois protege das futuras altas da Selic que são esperadas em 2015”, destaca o executivo. De acordo com o Boletim Focus divulgado na última segunda-feira (5), o mercado acredita que a taxa básica de juros termine o ano em 12,50%, o que indica uma alta de 0,75 pontos percentuais ao longo do ano.

O valor mínimo para aplicação na LFT é de 10% de um título, que na última quinta-feira (8) custava R$ 6.554. Isso quer dizer que com R$ 655 reais já é possível aplicar nas LFT por meio do programa Tesouro Direto.

Para quem tem pelo menos R$ 5 mil para investir, Magalhães indica as LCI e LCA, que são isentas de Imposto de Renda e possuem garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) para aplicações de até R$ 250 mil – o que permite ao investidor buscar por bancos médios e que pagam uma taxa melhor. “A remuneração pode ultrapassar o CDI, o que representa uma rentabilidade muito superior àquela oferecida pela caderneta de poupança”, destaca.

Já o CDB vale a pena se a instituição financeira oferecer uma remuneração acima de 100% do CDI, já que a aplicação sofre incidência de imposto de renda. Por isso, Magalhães diz que é preciso garimpar os títulos que pagam uma taxa mais atrativa. “Ao optar por uma corretora, o leque de opções para o investidor é significativamente ampliado, pois a corretora distribui títulos de várias instituições. Já os bancos, em sua grande maioria, oferecem títulos emitidos exclusivamente por eles”, explica o executivo. O CDB é que ele também possui garantia do FGC.

O diretor do Easynvest aconselha ainda que o investidor compre títulos de instituições financeiras diferentes, para mitigar o risco de crédito e aproveitar a garantia do FGC. “A diversificação dos investimentos em várias instituições é a melhor forma para o investidor aproveitar plenamente a garantia oferecida pelo FGC, além de simplificar a busca pelas melhores taxas”, afirma.

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Cuidado com a Bolsa

Para os investidores mais arrojados e que se interessam pelo mercado acionário, Magalhães sugere alguns cuidados. Ele destaca que o primeiro semestre de 2015 ainda está envolto em muitas expectativas em relação aos reajustes macroeconômicos que serão feitos pela nova equipe econômica do governo Dilma, o que pode trazer volatilidade ao mercado.

 “Se as mudanças forem promissoras, como a Bolsa sempre antecipa os acontecimentos, podem surgir boas oportunidades para compra. Para quem não quer se arriscar muito, mas deseja se manter posicionado em ações, os ETFs, Fundos de Índices negociados pela BM&FBovespa, devem ser considerados”, conclui.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip