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Espetaculares, divisor de águas e próximo ao benchmark do setor, mas com a ação a um valor bem mais baixo. Foi assim que os analistas de mercado destacaram os resultados do Banco do Brasil (BBAS3), divulgado na noite da véspera. Com isso, a ação BBAS3 teve ganhos expressivos na sessão desta quinta-feira (11), fechando em alta de 4,43%, a R$ 41,74.
O banco controlado pelo governo federal teve lucro recorrente de abril a junho de R$ 7,8 bilhões, alta de 54,8% ante mesma etapa de 2021 e bem acima da previsão média de analistas consultados pela Refinitiv, de R$ 6,48 bilhões.
Assim como aconteceu com os principais rivais privados que já publicaram seus resultados do período, o desempenho do BB foi calcado na forte expansão dos empréstimos, com a carteira expandida no fim de junho atingindo R$ 919,5 bilhões, após crescer 19,9% em 12 meses, puxada pelas linhas de cartão de crédito (+51,7%), garantias e recebíveis (+59%) e agronegócio (+27,3%).
Um dos resultados dessa evolução foi o incremento de 45% das receitas com crédito do BB ano a ano, a R$ 26,2 bilhões. Mas o BB foi mais bem sucedido em controlar a qualidade da carteira, com o índice de atrasos de clientes com mais de 90 dias subindo apenas 0,14 ponto percentual em um ano, a 2%.
Com isso, as despesas com provisões do banco para perdas esperadas com calotes tiveram alta residual de 2,3%, para R$ 2,94 bilhões. Cabe ressaltar que o crescimento neste item para o Bradesco (BBDC4) foi de 52,5%, enquanto a do Itaú Unibanco (ITUB4) foi de 60,6% e o do Santander Brasil (SANB11) teve alta de 24,6%.
Com isso, o BB elevou a previsão de lucro ajustado de 2022, da faixa de R$ 23 a R$ 26 bilhões para a de R$ 27 a R$ 30 bilhões. Elevou também a estimativa para a carteira de crédito para 12% a 16%, ante projeção anterior de +8% a +12%, com a margem financeira bruta também agora prevista para R$ 13 bilhões a R$ 17 bilhões (ante 11 bilhões a 15 bilhões).
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O banco também mudou a expectativa de incremento das receitas com tarifas e serviços em 2022, de +4% a +8% para +6% a 9%, enquanto a de provisões para perdas com calotes no ano mudaram de R$ 13 bilhões a R$ 16 bilhões para R$ 14 bilhões a R$ 17 bilhões.
O BB também anunciou que aprovou distribuição de R$ 571,26 milhões em dividendos e R$ 1,63 bilhão em juros sobre capital próprio.
A XP destacou que o banco estatal reportou bons resultados no 2T22 em geral, principalmente devido a um desempenho mais forte na Margem Financeira Bruta (NII), que foi beneficiado pelo sólido crescimento de sua carteira de crédito nos últimos trimestres.
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As principais contribuições na carteira de crédito foram de empréstimos Corporate e Agronegócios. Isso ajudou a sua Margem Financeira (NII) a atingir R$ 17,1 bilhões no trimestre (+18,9% na base anual), superando a estimativa em consideráveis 16%.
“Apesar do crescimento robusto da carteira de crédito nos últimos trimestres e do incremento marginal da inadimplência para 2,00% (+11 pontos-base na base trimestral, ainda sendo o menor entre os bancos incumbentes), as provisões aumentaram levemente no período e levaram seu índice de cobertura a cair para 271% (ainda a mais alta do setor).
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“A combinação de um NII mais forte e menor custo de crédito elevou seu lucro líquido recorrente para R$ 7,8 bilhões. Isso implica um ROAE (Retorno sobre patrimônio médio) de 20,6%, um incremento considerável de 2,5 pontos percentuais na base trimestral e de 6,1 pontos percentuais na anual. A XP reitera o BBAS3 como a top pick no setor (recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 57 por ação).
Para o Itaú BBA, o BB apresentou resultados espetaculares, com lucro líquido ajustado bem acima das projeções e do consenso.
Praticamente todas as linhas melhoraram e ficaram melhores do que nossas estimativas, com melhorias notáveis no NII de mercado e nas receitas de crédito ao cliente. A receita de serviços também cresceu (4% trimestralmente) com despesas gerais e administrativas contidas (+1% trimestralmente).
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“A qualidade do crédito foi outro destaque, com uma deterioração de apenas 10 pontos-base na inadimplência”, avalia o BBA, enquanto o guidance foi revisado em 15% para cima.
“No todo, o BB reportou de longe o melhor conjunto de resultados dentro de nossa cobertura bancária nesta temporada. A recuperação, além das revisões de alta dos lucros, provavelmente continuará a impulsionar o preço das ações. Por estar sendo negociado a múltiplos atrativos, reiteramos o BB como nossa primeira escolha entre os grandes bancos”, aponta o BBA.
Para o Credit Suisse, o trimestre do BB foi um divisor de águas, com um desempenho notável. Os analistas avaliam que o balanço é difícil de ignorar mesmo para quem não quer correr o risco das estatais.
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O BB, apontam os analistas, mostrou um poder de lucro significativo, com um ambiente de taxas crescentes impulsionando as margens de depósito, bom crescimento de empréstimos alimentando o crédito NII, qualidade de ativos bem comportada, custos controlados e forte desempenho na BB Seguridade (BBSE3) e Cielo (CIEL3). O Banco do Brasil é a principal escolha do Credit Suisse no setor, como junto com o Itaú, mas BB é o mais barato na visão do Credit. A recomendação é de outperform (desempenho acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 46.
“Entregando um lucro e rentabilidade aos níveis do Itaú – considerado como o benchmark entre os bancões – o Banco do Brasil definitivamente resolveu provar que não vai ser a eleição presidencial que vai atrapalhar sua trajetória de melhora de lucro, e por consequência, incitando um fechamento do grande desconto de valuation”, avalia a Genial Investimentos.
Com um lucro recorrente de R$ 7,8 bilhões e um ROE 20,2%, o BB finalmente chega no topo do ranking depois de um bom tempo rodando com uma rentabilidade bem aquém dos seus pares privados, destacam os analistas da casa.
(com Reuters)
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