Bitcoin encosta em US$ 24 mil e Ethereum sobe 5% em reação à inflação menor que o esperado nos EUA

Apesar de CPI menor, analistas acreditam que a notícia não terá tanta força para impulsionar criptos

Paulo Barros CoinDesk

(Kanchanara/Unsplash)
(Kanchanara/Unsplash)

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Após terem operado em território negativo nada primeiras horas desta quarta-feira (10), Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH), as duas criptomoedas com maior valor de mercado, retomam alta às 9h52 e vão a US$ 23.930 e US$ 1.800, respectivamente, em salto de 3,1% e 5,1% nas últimas 24 horas.

Às 7h de hoje, o BTC era negociado a US$ 23.074 e o ETH a US$ 1.697.

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As criptos reagem ao dado de inflação ao consumidor nos Estados Unidos, que ficou em 8,5% em julho na base anual, menor do que os 8,7% esperados. O valor também é menor do que os 9,1% acumulados em 13 meses registrados no mês anterior.

“Houve uma estabilização de alguns dos movimentos de preço, um pouco de recuperação de algumas das baixas recentes”, ressalta Don Kaufman, cofundador da TheoTrade. O especialista, por outro lado, destaca a queda da volatilidade implícita da classe de ativos como um mau sinal no curto prazo.

“Embora tenha havido um pouco de desacoplamento entre a Nasdaq e o mercado de criptomoedas, a ironia interessante é que isso vai voltar e sabe qual será o catalisador para desencadear? Possivelmente o CPI [sigla em inglês para o Índice de Preços ao Consumidor dos EUA]”.

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A expectativa, portanto, é que o dado de inflação menor que o esperado não tenha força para animar tanto os mercados, ou seja, a alta atual pode ser momentânea.

Analistas esperam, inclusive, seja possível ver um aprofundamento da queda dada a força da moeda americana.

“Espera-se que o CPI principal seja menor do que a leitura anterior, mas achamos que pode ser prematuro para o mercado precificar uma mudança de direção do Fed, dada a força dos dados econômicos divulgados na semana passada”, disse Dick Lo, fundador e CEO da empresa de trading TDX Strategies, ao CoinDesk.

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O consenso é de que o dólar deverá permanecer forte por um longo período, e que possa inclusive voltar a subir após a divulgação do dado de inflação logo mais.

“Esperamos que o dólar permaneça forte pelo resto deste ano. O superaquecimento da economia dos EUA e o Fed com tom hawkish (preocupado com a inflação) têm muita relação com o dólar forte. Para que o dólar enfraqueça, o Fed precisa estar mais preocupado com o crescimento do que com a inflação, e ainda não chegamos lá”, escreveu a equipe global de câmbio do Bank of America em nota aos clientes na sexta-feira.

Especialistas também apontam que o volume de negociações de criptomoedas permanece muito baixo, o que mostra a falta de convicção de traders com relação à direção do mercado, assim como continua afetando a saúde financeira de exchanges cripto, que lucram com taxas de trading.

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A Coinbase, maior corretora cripto dos EUA, afirmou ontem que o volume de negociações na sua plataforma despencou quase 30% no segundo trimestre em relação ao primeiro, e que as receitas ficaram abaixo da estimativa média dos analistas.

“Foi um trimestre difícil para a maioria das empresas no setor de criptomoedas”, disse a presidente e COO da Coinbase, Emilie Choi, à Bloomberg. “Tivemos alguns grandes eventos episódicos no trimestre, então os preços de alguns desses ativos encolheram, o que afeta os ativos na plataforma e outros números”, afirmou.

As ações da corretora caíram 5% na sessão de ontem após a notícia vir à tona, reduzindo os ganhos do papel na esteira do acordo com a BlackRock.

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Ao mesmo tempo, a Coinbase lida com um processo na justiça americana ingressado por um acionista que acusa a liderança da empresa de emitir “declarações falsas e enganosas” nos registros públicos antes da abertura de capital na Nasdaq, em abril de 2021.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 23.074,58 -1,7%
Ethereum (ETH) US$ 1.697,54 -2,5%
Binance Coin (BNB) US$ 319,97 0%
XRP (XRP) US$ 0,364021 -2,6%
Cardano (ADA) US$ 0,511752 -2,5%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

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Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Lido DAO (LIDO) US$ 2,34 +4,2%
Near Protocol (NEAR) US$ 5,43 +2,1%
Fantom (FTM) US$ 0,379788 +2%
Avalanche (AVAX) US$ 28,13 +1,8%
Chain (XCN) US$ 0,089870 +1,3%

As criptomoedas com as maiores quedas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
BitDAO (BIT) US$ 0,695665 -7,6%
Oasis Network (ROSE) US$ 0,100233 -6,8%
Helium (HNT) US$ 8,44 -5,8%
Celsius Network (CEL) US$ 1,82 -4,5%
Algorand (ALGO) US$ 0,343448 -4,1%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 21,26 -3,36%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 28,30 -3,11%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 25,68 -4,49%
Hashdex DeFi (DEFI11) R$ 27,34 -1,86%
Hashdex Smart Contract Plataform FI (WEB311) R$ 21,87 -5,36%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 7,60 -0,65%
QR Ether (QETH11) R$ 6,44 3,15%
QR DeFi (QDFI11) R$ 5,03 -3,45%
Cripto20 EMPCI (CRPT11) R$ 6,08 -1,77%
Investo NFTSCI (NFTS11) R$ 34,50 -1,08%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta quarta-feira (10):

Protocolo DeFi Curve sofre hack de US$ 570 mil

Hackers roubaram aproximadamente US$ 570 mil do protocolo de finanças descentralizadas (DeFi) Curve.Finance (CRV), de acordo com uma captura de tela da carteira do protocolo compartilhada no Twitter ontem.

Logo após o anúncio, os operadores do protocolo disseram via Telegram que encontraram a origem do problema e o corrigiram.

“Se você aprovou algum contrato no Curve nas últimas horas, revogue imediatamente”, disseram eles, em referência a permissões concedidas por usuários em carteiras de criptomoedas ao interagir com protocolos DeFi.

A Curve também aconselhou os usuários a usar o endereço curve.exchange até que o site curve.fi volte ao normal.

Desenvolvedores somem com US$ 600 mil de usuários de projeto DeFi

Os desenvolvedores por trás do protocolo DeFi Blur Finance, que roda nas redes BNB Chain e Polygon (MATIC), parecem ter abandonado o projeto de repente e excluído perfis em redes sociais. Mais de US$ 600 mil em tokens desapareceram, disse a empresa de segurança PeckShield nesta quarta-feira (10).

O site do protocolo acusa um certificado inválido, e o link de acesso para o canal do projeto no Discord traz uma mensagem “convite inválido”.

As características são de um golpe conhecido no meio DeFi como rug pull (puxada de tapete), em que desenvolvedores lançam um aplicativo, acumulam criptos de investidores que esperam receber juros, e depois somem com os ativos dos usuários.

Em meio à crise, o token BLR do projeto caiu 99%, sendo negociado a US$ 0,00064 por volta das 7h20 de hoje. A cripto havia atingido US$ 0,6 na semana passada.

Mercado Livre vai expandir oferta de cripto na América Latina

O Mercado Livre planeja expandir sua oferta de negociação de criptomoedas em toda a América Latina.

Em dezembro, os usuários do Mercado Pago, a carteira digital do Mercado Livre, foram autorizados a comprar e vender Bitcoin, Ethereum e a stablecoin Pax Dollar (USDP) no Brasil após uma integração com a infraestrutura blockchain da Paxos.

“Estaremos expandindo na região a possibilidade de comprar, vender e manter criptomoedas em sua conta”, disse o diretor vertical de fintech do Mercado Livre, Osvaldo Gimenez, ao jornal espanhol El País.

Contatado pela CoinDesk, o Mercado Livre não forneceu previsão de lançamento ou detalhes sobre exatamente quais países seriam os próximos na fila para receber a novidade.

Celebridades estão recebendo criptos de graça por ferramenta proibida nos EUA

Um usuário anônimo enviou ETH em uma série de transações para carteiras de celebridades dos EUA, como o apresentador de TV Jimmy Fallon e o comediante Dave Chappelle, além da  a marca de roupas Puma e o CEO da Coinbase, Brian Armstrong.

A operação seria inofensiva se não utilizasse o serviço Tornado Cash, tornado ilegal pelo Tesouro dos EUA na segunda-feira (8).

Especula-se que o anônimo esteja querendo implicar famosos em um possível problema com autoridades, em protesto contra a proibição do uso da ferramenta.

O Tornado Cash é um serviço que mistura transações de criptomoedas para esconder a origem dos ativos que chegam à determinada carteira. A solução é apontada como meio para “lavar” criptos roubadas.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos