A Loggi demitiu 15% de seu quadro de funcionários nesta segunda-feira (8). As demissões atingem todos os setores da companhia de entrega de encomendas. Além do enxugamento de sua força de trabalho, houve troca de comando. O atual diretor financeiro, Thibaud Lecuyer, assumiu a presidência da empresa.
Em comunicado, a Loggi explica que as demissões fazem parte “de um conjunto de ações de aumento de eficiência operacional tomadas nos últimos seis meses para adaptar a companhia ao novo cenário global e garantir a sustentabilidade do negócio”.
Sobre os profissionais atingidos, a Loggi afirmou ainda que disponibilizou um pacote de benefícios, que contempla ajuda de custo para contratação de plano de saúde para titular e dependentes; assistência psicológica; e suporte no processo de recolocação profissional.
O LinkedIn foi a plataforma usada por muitos profissionais demitidos da Loggi para anúncios de que estão em busca de um novo emprego. Um deles disse que estava disponível, caso alguma empresa precisar de um desenvolvedor. Outra afirmou na plataforma que “o time de design” da Loggi estava menor, a partir desta segunda. “Hoje é apenas um dia ruim em carreiras cheias de conquistas”, disse.
Mais uma?
O caso da Loggi não é único no setor: empresas como QuintoAndar, Loft, Facily, Creditas, Liv Up e Zak também demitiram funcionários nos últimos meses. E também não é uma onda nacional.
É preciso incluir na conta companhias como a gigante do streaming Netflix (NFLX34), que demitiu cerca de 300 funcionários recentemente. A Meta (Facebook, FBOK34) também anunciou um congelamento de contratações no setor de engenharia até o final do ano devido a uma “queda generalizada” na indústria, enquanto a Uber (UBER) afirmou que fará contratações menores e mais seletivas, diante de uma “mudança sísmica” no mercado.
Empresas de tecnologia vêm enfrentando momentos turbulentos com a alta de juros, com a renda fixa tornando-se uma aplicação mais atrativa para investidores, além de instabilidades ao redor do mundo, como a guerra entre Ucrânia e Rússia.
Nesse sentido, o cenário é de redução de investimentos nas empresas, o que desacelera a captação de recursos e, por consequência, o crescimento dos negócios.
Em 2021, a indústria do capital de risco (venture capital) movimentou US$ 643 bilhões, um salto de 92% sobre 2020. No Brasil, as startups captaram R$ 46,5 bilhões no último ano, 218% a mais do que em 2020.
Como resultado, as empresas estão se reorganizando e focando no core do negócio, abandonando projetos paralelos para manter o fluxo de caixa e reduzir custos para atravessar o momento difícil.