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O plano de expansão da Irani (RANI3) está em andamento, mas já há estudo para novo projeto de crescimento orgânico. É o que conta Sérgio Ribas, CEO da companhia, em entrevista ao programa “Entre Reis e CEOs”, apresentado por Tiago Reis, fundador e CEO da Suno Research.
Com 81 anos de existência, a Irani tem como principal negócio a produção de papel para embalagem, com processo integrado, desde a floresta plantada, passando pela produção de celulose e papel até a conversão em embalagem de papel ondulado. Seus clientes vão de empresas alimentícias, que utilizam papel ondulado para embalagem, a empresas pequenas e médias que fazem conversão de sacos e sacolas.
Ele explica que a força da Irani no mercado é a garantia de entrega de papel em meio a um setor de alta oscilação no fornecimento. O executivo cita até que o que produzem não é commodity tamanha variação final do produto. “Trabalhamos em nichos de mercado”, ressalta.
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Avanço de dois dígitos
Ribas aponta duas tendências estruturais principais no setor de atuação que colocam a empresa com enorme potencial de crescimento. Uma delas é o e-commerce.
“Ele tomou tração muito grande na pandemia. Havia um comportamento do consumidor reticente na compra online e com a pandemia houve a necessidade real”, comenta o CEO. “Essa mudança veio para ficar. Ela pode ter um arrefecimento pós-pandemia, mas a tendência é de crescimento de dois dígitos nos próximos anos. Isso beneficia demais o setor de papel de embalagens”, ressalta.
Outra tendência é a sustentabilidade. “O papel é sem dúvida uma embalagem mais sustentável, pois vem de fontes recicláveis, a partir de florestas plantadas”, diz.
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O executivo lembra que o Brasil é um dos países que mais recicla papel no mundo. “Nós temos mais de 70% do papel consumido sendo reciclado. E vem crescendo”, ressalta. A própria Irani é uma grande recicladora de papel no País. “A gente vê um movimento muito grande de substituição do plástico pelo papel. Isso vai se intensificar muito nos próximos anos”, afirma.
Crescimento orgânico
Em 2021, a Irani teve o melhor ano de sua história. Nos últimos 12 meses, a companhia registrou R$ 530 milhões de lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês), com margem acima de 30%, ressalta Sérgio Ribas. “Para uma empresa que tem cerca 70% de papel reciclado na produção de papel é talvez a melhor margem do mercado”, diz.
“Nossa preferência é por crescimento orgânico”, ressalta. Nesta linha, a empresa realiza um de seus maiores investimentos. Trata-se de um conjunto de projetos com o nome de Plataforma Gaia, que visa tornar a empresa mais competitiva, com redução de custo e ganho de produtividade.
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As iniciativas na Gaia envolvem tornarem-se autossuficientes em energia a partir das já existentes plantas de autoprodução energética, ampliar a fábrica de Santa Catarina, substituir e reformar equipamentos, digitalizar ativos, entre outras.
A Plataforma Gaia, quando totalmente implementada, deve agregar R$ 120 milhões ao Ebitda da companhia, avalia Sérgio Ribas. “Com esse investimento ganharemos pelo menos 8% de margem Ebitda”, calcula.
Os projetos do Gaia devem ir até 2025, mas o CEO da Irani explica que os benefícios serão sentidos antes e vai permitir até da companhia ingressar em um novo ciclo de investimentos, que podem incluir uma segunda linha de celulose, uma nova máquina de papel e uma nova planta de embalagens. “Esses projetos estão em estudos iniciais”, revela.
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Mesmo com o ciclo de investimentos com a Plataforma Gaia, Ribas afirma que o pico de alavancagem previsto de final do ano deve ficar abaixo de 2 vezes o Ebitda.
Política de dividendos
Na Irani há quase 20 anos, Sérgio Ribas lidera a companhia desde 2017. “Quando assumi, entramos em um momento de reestruturação e venda de alguns ativos”, lembra. “Fizemos também todo o reperfilamento da dívida, numa condição muito melhor do que estávamos. E preparamos a empresa para o follow-on (realizado em 2020)”.
Ribas é um CEO preocupado com o nível de engajamento das pessoas. “Sou muito focado em resultado”, cita.
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Hoje, a política de dividendos da Irani é pagar 25% do lucro com base nos resultado do trimestre e mais 25% adicionais no final do exercício – nesse último caso, desde que a alavancagem esteja abaixo de 2,5 vezes. “A nossa expectativa é que não passe disso (a alavancagem)”, diz. Atualmente, a companhia realiza programa de recompra de ações.
Assista a entrevista completa de Sérgio Ribas, CEO da Irani, no programa “Entre Reis e CEOs”, apresentado por Tiago Reis, da Suno Research: