Nome Completo: | Michael J. Saylor |
Data de nascimento: | 4 de fevereiro de 1965 |
Local de nascimento: | Lincoln, Nebraska, Estados Unidos |
Ocupação em destaque: | Empresário e ex-CEO da MicroStrategy |
Fortuna: | U$ 1,1 bilhão* |
O empresário Michael Saylor perdeu cerca de US$ 1 bilhão em sua aposta no Bitcoin (BTC) e deixou, no começo de agosto de 2022, o cargo de CEO da MicroStrategy, a empresa de software que ele fundou na década de 1980.
Estar em uma situação delicada como essa, no entanto, não é novidade para o executivo. Depois que a bolha das PontoCom estourou em março de 2000, o famoso apresentador Jim Cramer, da rede americana CNBC, foi categórico: o colapso da MicroStrategy era o catalisador da crise.
Na época, as ações da companhia caíram 62% em um único dia depois que a MicroStrategy anunciou erros contábeis, apagando US$ 6 bilhões da fortuna de Saylor e marcando um fim para os dias de sucesso do início da Internet na virada do século.
Mais tarde naquele mesmo ano, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) levantou acusações contábeis e processou MicroStrategy, Saylor e outros executivos da empresa.
Saylor e MicroStrategy passaram duas décadas sob olhos atentos de Wall Street. Ainda assim, a empresa continuou crescendo e desenvolvendo softwares corporativos.
Já Saylor não teve o que reclamar, morando em uma mansão em Miami Beach, no estado da Flórida, que mais parece um palácio colonial espanhol, com querubins pintados no teto do saguão, painéis dourados e papel de parede vermelho na sala de jantar, além de um palco com guitarras, bateria e outros instrumentos.
Na parede, um retrato de Saylor com o estilo de um velho marinheiro inglês – mas, com olhos de laser, em alusão à moda lançada entre apoiadores do Bitcoin no ano passado.
Um repórter do CoinDesk viu tudo isso in loco em uma visita recente à mansão – incluindo um iate estacionado, nos fundos da casa, com uma uma tripulação sempre pronta para receber Saylor em viagens de última hora.
Trajetória de Michael Saylor
Nascido em Lincoln, no estado de Nebraska, em uma família de militares, Saylor cresceu em torno de bases, como a Base Aérea Wright-Patterson, perto de Dayton, Ohio. Ele estudou no Instituto de Tecnologia de Massachusetts com uma bolsa de estudos da Força Aérea e se tornou segundo tenente da Força Aérea.
Aos 20 e poucos anos, ele abriu a MicroStrategy depois de convencer seu empregador, DuPont (DD), a lhe dar US$ 100 mil, além de um espaço de escritório e equipamentos de informática de forma gratuita.
“Na próxima década, as pessoas vão usar software para direcionar o tráfego em todas as principais vertentes”, disse ele em entrevista a Charlie Rose, em fevereiro de 2000.
“Vamos usá-lo para determinar a que hospital vamos ou que remédio tomamos. Vamos usá-lo para arbitrar todos os spreads nas taxas de juros no mercado financeiro e conseguir um negócio melhor com nosso banco e provavelmente um negócio melhor no mercado de ações.”
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Logo, contudo, ele notou as diversas desvantagens da tecnologia, cerca de um mês antes de suas ações caírem. “Se o software travar, a civilização paralisa da mesma forma que se você desligar o controle de tráfego aéreo em um grande aeroporto, o tráfego parará”, disse Saylor a Rose, acrescentando: “E é isso que é emocionante sobre a tecnologia”.
Darin Feinstein, cofundador do Bitcoin Mining Council, um comitê de mineradores nos EUA, conhece Saylor desde que o executivo da MicroStrategy o ajudou a formar o grupo em maio de 2021.
“Ele é um empreendedor genial”, disse Feinstein em entrevista após a mudança de cargo de Saylor na MicroStrategy. “Você diz alguma coisa e ele já sabe o que você vai dizer”, completou. “Ele opera em um nível completamente diferente.”
Após Saylor deixar o cargo de CEO da MicroStrategy, houve quem especulasse que a era da compra de Bitcoin havia acabado – mas, depois, perceberam que não é o caso. Saylor, na verdade, pretende ir ainda mais fundo nesse plano agora que é presidente executivo, e não tem que tocar mais o dia a dia da companhia.
“No meu próximo trabalho, pretendo me concentrar mais no Bitcoin”, disse o maximalista da criptomoeda, logo após anunciar que não era mais o CEO.
A aposta de Michael Saylor no Bitcoin
Cerca de duas décadas após a crise com os reguladores, o Bitcoin (BTC) trouxe de volta os holofotes para Saylor. Seu medo da inflação o levou, em 2020, a começar a investir o dinheiro da MicroStrategy na criptomoeda, direcionando os fluxos de caixa da empresa para a moeda digital.
Ele encheu os bolsos dos banqueiros de Wall Street vendendo dívidas para arrecadar dinheiro e comprar Bitcoin. No processo, ainda transformou sua empresa de software em um cofre de Bitcoin.
Ao todo, a MicroStrategy gastou cerca de US$ 4 bilhões em ativos digitais e as ações da companhia se tornaram um proxy para se expor ao Bitcoin na bolsa. Com isso, o preço das ações sobe e desce em sincronia com os movimentos da criptomoeda.
Saylor se tornou um maximalista do Bitcoin, termo que se refere ao investidor que enxerga no BTC o único ativo digital possível – ou a única moeda viável. Suas previsões grandiosas incluem uma de que o Bitcoin chegaria a valer US$ 100 trilhões, aproximadamente o que todas as ações do mundo valem juntas hoje.
“Depois de estudar cientificamente tudo na Terra, concluí que o Bitcoin é o melhor hedge contra a inflação”, disse Saylor ao CoinDesk durante uma entrevista em novembro em sua mansão de Miami Beach.
“Compramos Bitcoin o mais rápido que podemos com qualquer dinheiro que encontrarmos por aí.” E afirmou: “Se você tem Bitcoin, não o venda. Se não tem, compre. E se o seu Bitcoin estiver oscilando, espere.”
Passados nove meses, as ações da MicroStrategy perderam cerca de dois terços de seu valor de mercado desde o pico de 2021, arrastadas pelo mercado de baixa das criptomoedas em 2022.
No começo de agosto, Saylor entregou o título de CEO a Phong Le, que havia sido presidente da MicroStrategy, e mudou para um cargo de presidente executivo, prometendo colocar todo o seu foco no investimento em Bitcoin.
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