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LONDRES/DUBAI (Reuters) – Os líderes da Opep Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos estão prontos para entregar um “aumento significativo” na produção de petróleo caso o mundo enfrente uma grave crise de oferta neste inverno, disseram à Reuters fontes familiarizadas com o pensamento dos principais exportadores do Golfo.
Quando a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) decidiram na quarta-feira aumentar a produção de petróleo em apenas 100 mil barris por dia (bpd), quebrou-se um tabu com uma rara referência à capacidade produtiva ociosa do grupo.
A declaração dos produtores fez referência à “disponibilidade severamente limitada” da capacidade ociosa, dizendo que isso significava que era necessário mantê-la em reserva para “interrupções graves de fornecimento”.
À primeira vista, isso parece um reconhecimento de que a Arábia Saudita, líder da Opep, quase não tem espaço para aumentar a produção, como mencionado pelo presidente francês Emmanuel Macron em uma conversa com o presidente dos EUA, Joe Biden, no mês passado.
Três fontes, falando sob condição de anonimato por causa da sensibilidade da questão, disseram que a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos poderiam bombear “significativamente mais”, mas só o fariam se a crise de abastecimento piorasse.
“Com possivelmente nenhum gás na Europa neste inverno, e potencial teto de preço ao petróleo russo, não podemos jogar todos os barris no mercado no momento”, disse uma das fontes.
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As fontes não quantificaram nenhum aumento, mas disseram que a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e alguns outros membros da Opep possuem cerca de 2,0 a 2,7 milhões de bpd de capacidade de produção ociosa.
“A única vez que podemos provar que temos mais capacidade ociosa é quando se trata de uma crise duradoura”, disse a fonte, acrescentando que seria quando os membros da Opep aumentariam a produção.
Isso pode acontecer ainda neste inverno, disseram as fontes, já que o impasse político e econômico entre a Rússia, membro da Opep+, e o Ocidente sobre a invasão da Ucrânia por Moscou não mostra sinais de abrandamento.
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A invasão, iniciada em 24 de fevereiro, que Moscou chama de “operação militar especial”, elevou os preços do gás europeu a recordes e elevou o petróleo Brent para máximas de 14 anos.
Como resultado, a inflação atingiu os máximos de várias décadas e os bancos centrais começaram a aumentar acentuadamente as taxas de juros.
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