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A nova ministra da economia argentina, Silvina Batakis, foi empossada ao cargo no fim da tarde desta segunda-feira, 4, na Casa do Governo. A nomeação gerou dúvidas no mercado em um novo capítulo da crise que abala a coalizão governista sobre como enfrentar a inflação e outros problemas que o país sofre.
O dólar disparou inicialmente para 280 pesos argentinos no mercado paralelo, e depois fechou em 260, em comparação com os 239 pesos em média na sexta-feira passada. Enquanto isso, o dólar oficial subiu para 131,5 pesos, em comparação com 130,25 pesos na sexta-feira. O valor da moeda norte-americana -na qual os cidadãos economizam devido à fragilidade do peso – tradicionalmente funciona como um termômetro da realidade econômica e política do país.
O índice Merval da Bolsa de Buenos Aires caiu 1,02% e os títulos em dólares e pesos despencaram. O Banco Central teve que vender cerca de 100 milhões de dólares de suas reservas para intervir no mercado de câmbio oficial.
O presidente Alberto Fernández nomeou às pressas Batakis como nova ministra da Economia na noite de domingo, depois que Martín Guzmán renunciou no dia anterior, cuja política econômica foi questionada pela atual vice-presidente e ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner (2007-2015), por não conseguir conter a inflação. A saída de Guzmán do governo seguiu a de outros ministros que perderam a aprovação da liderança política nos últimos meses.
Alguns analistas alertaram que é muito cedo para dizer se o peso está em uma nova baixa porque as negociações estiveram muito leves hoje, diante dos mercados fechados nos Estados Unidos pelo feriado. Eles afirmam que muitas pessoas podem estar adotando uma atitude de esperar para ver.
“Estes são preços que devem ser tomados com um grão de sal hoje”, disse o economista que dirige a consultoria local Estudio Ber, Gustavo Ber. Mas outros afirmaram ser um sinal de que, após vários colapsos econômicos nas últimas décadas, os argentinos estão preocupados de que a inflação que já está em uma taxa anual de 60% piore sob Batakis. Os argentinos lotaram as lojas no fim de semana para comprar itens caros, como geladeiras e fornos.
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“Mais inflação está a caminho”, prevê o economista sócio na consultoria local Alberdi Partners Marcos Buscaglia. Para ele, a nomeação de Batakis indica que as preferências políticas da vice-presidente de esquerda estão predominando no governo.
Um grande ponto de interrogação envolve o futuro do recente acordo do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para reestruturar US$ 44 bilhões em dívidas. Muitos membros de esquerda da coalizão governista se opuseram publicamente ao acordo com o FMI, dizendo que envolve muitas concessões à instituição multilateral que prejudicarão o crescimento. Enquanto a Argentina espera que Batakis apresente seu plano para o futuro, alguns analistas alertam que o caminho a seguir será difícil.
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