XP eleva projeção para inflação de 2022; IPCA vai de 7,4% para 9,2%

Gargalos na cadeia produtiva com "lockdowns" na China e preços dos combustíveis fizeram a casa elevar suas projeções também para 2023

Mitchel Diniz

Ilustração sobre impostos (Pexels)
Ilustração sobre impostos (Pexels)

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Alguns riscos que vinham sendo monitorados pela equipe de analistas da XP foram incorporados ao cenário base da casa sobre a inflação em 2022 e 2023. Com isso, as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) foram revisadas para cima, nos dois períodos. Agora, a XP acredita que o IPCA deve encerrar este ano em 9,2% – a previsão anterior apontava para 7,4%.

“Nos nossos últimos relatórios, vínhamos discutindo e quantificando vieses de alta para nossas projeções de inflação. Desde então, muitos desses riscos se materializaram ou a probabilidade de que eles ocorram aumentou consideravelmente”, escreveu a economista Tatiana Nogueira.

A casa acredita que a política de Covid zero na China tende a prolongar gargalos na cadeia de suprimentos, provocando um novo choque de preços dos produtos industrias.

“A continuidade das restrições severas de mobilidade nas cidades chinesas elevou as pressões inflacionárias, especialmente sobre bens industriais. Atrasos de importação nos portos de Xangai subiram expressivamente, o transporte de carga dentro do país também vem sofrendo muitas interrupções e as fábricas diminuíram produção”, ressalta Tatiana.

A projeção para o grupo de bens industrializados subiu de 7,5% para 10%.

Além disso, a paridade com o preço internacional da gasolina continua alto e “um reajuste no preço do combustível parece ser uma questão de tempo”. A XP incorporou, em seu cenário, uma alta de 10% no preço da gasolina este ano.

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Na avaliação da casa, a inflação também tende a acelerar pelo lado da demanda, com uma atividade econômica mais forte na margem, sobretudo no setor de serviços. A inflação de alimentos também aumentou nas projeções da XP, refletindo os efeitos dos choques e preços mais pressionados na margem.

Para 2023, a casa também aumentou sua previsão para o IPCA, de 4% para 4,5%.

Cabe destacar que, no início do mês, o BNP Paribas elevou a projeção para inflação no Brasil de 8,5% para 10% para 2022.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados