Defasagem do diesel chega a 25% e da gasolina a 19%, diz associação

Abicom diz que Petrobras terá de elevar preço do litro do diesel em R$ 1,27 e da gasolina em R$ 0,78 para equipará-los ao mercado internacional

Estadão Conteúdo

RLAM - Refinaria Landulfo Alves (Divulgação/Petrobras)
RLAM - Refinaria Landulfo Alves (Divulgação/Petrobras)

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Os preços do diesel e da gasolina praticados pela Petrobras (PETR3;PETR4) no mercado interno continuam defasados em relação ao internacional e seria necessário elevá-los em R$ 1,27 e R$ 0,78 nas refinarias para manter a política de paridade de preços da estatal, segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis).

Com o dólar valorizado e os preços de referência dos combustíveis em patamares elevados no exterior, as defasagens médias estão em 21% para o óleo diesel e 17% para a gasolina. Em alguns portos que balizam os preços da estatal, a defasagem do diesel já chegou a 25% (em Itaqui, Suape, Santos e Araucária) e da gasolina, a 19% (em Araucária).

No porto de Aratu, na Bahia, estado onde fica a Refinaria de Mataripe (antiga RLAM), a defasagem do diesel era de 5% e da gasolina, de 10%, devido aos reajustes semanais que têm sido feitos pela Acelen (braço do fundo de investimento árabe Mubadala que comprou a refinaria da Petrobras).

Quase 60 dias sem reajuste

A Petrobras está há quase 60 dias sem reajustar o preço dos dois combustíveis. O presidente da estatal, José Mauro Coelho, disse em entrevista ao Grupo Estado no início da semana que o reajuste será feito “no momento certo”.

A Abicom diz que, para equiparar os preços do Brasil aos do mercado internacional, a Petrobras teria que elevar o preço do litro do diesel em R$ 1,27 e da gasolina em R$ 0,78 nas refinarias.

Mas na quinta-feira (5) o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), mandou recados explícitos para Coelho, como fazia com seus antecessores dias antes dos aumentos dos combustíveis (e de demiti-los), mas descartou interferir na companhia.

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Petrobras lucra R$ 44 bilhões

O presidente chegou a antecipar o lucro da Petrobras no primeiro trimestre, que ainda não havia sido divulgado, e classificou os altos ganhos da empresa como um “estupro”, dizendo que os ganhos beneficiam estrangeiros e quem paga a conta é a população brasileira.

A Petrobras teve um lucro líquido de R$ 44,56 bilhões, uma alta de 3.718% na comparação com o começo de 2021, e anunciou mais de R$ 48,46 bilhões em dividendos aos acionistas (o governo federal receberá a maior parte deste valor, por ser o maior acionista da empresa).

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