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A empresa de serviços logísticos JSL (JSLG3) reportou no primeiro trimestre de 2022 (1T22) um lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 219,5 milhões, 71,4% maior que o registrado no primeiro trimestre de 2021 (1T21). No entanto, o lucro líquido ficou em R$ 33 milhões no período, menos 21,5% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
Ramon Alcaraz, CEO da JSL, disse em entrevista a InfoMoney, que o resultado do lucro líquido é fruto do crescimento da dívida em R$ 1,3 bilhão, em função de capex de R$ 750 milhões ao longo do ano passado e de aquisições que entraram no período.
A dívida liquida da JSL saltou de R$ 1,628 bilhão no 1T21 para R$ 2,959 bilhões no 1T22. A relação dívida líquida-Ebitda foi de 2,4 vezes no primeiro trimestre do ano passado para 3,1 vezes no 1T22.
“Isso, associado a uma taxa de juros que saiu de 2% no 1T21 para 12% no 2T22, seis vezes mais…”, justificou o executivo. “A taxa de juros não vai ficar alta para sempre”.
Mesmo com esse aumento da taxa de juros, Alcaraz ressaltou que o ROIC (retorno sobre capital investido) no 1T22 ficou em 13,9%, expansão de 4,8 pontos percentuais (p.p.) em relação ao 1T21, e 0,4 p.p. na comparação com 4T21.
Guilherme Sampaio, CFO da JSL, acrescentou que os investimentos de capex citados por Ramon Alcaraz “ainda não transitaram no resultado, mas ela vai ajudar a gente no crescimento do valor absoluto do lucro líquido”.
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Sampaio comentou que “há muito tempo não via a inflação pegando nos custos”, mas ela, por outro lado, estaria ajudando na valorização da base de ativos (caminhões, máquinas e equipamentos).
“A gente está conseguindo vender ativos com 25%, 26% de margem (no trimestre), isso ajuda a fazer contraponto em relação à despesa financeira”, afirmou o CFO. O preço alto de produtos novos ajuda na venda dos ativos usados da empresa, segundo ele.
Combustível aumentou 88% em um ano
Diesel, importante insumo da JSL, de acordo com o balanço da companhia, cresceu 88% de janeiro de 2021 a fevereiro desse ano. Além disso, a manutenção também tem pressionado os custos operacionais.
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O CEO disse que a companhia tem buscado ser ágil nas renegociações de preços com os clientes. De acordo com o executivo, a grande ineficiência estrutural da cadeia de logística no país ajuda a encontrar solução para diminuir custos.
“Parte dos repasses (dos insumos) não está nesse resultado (do 1T22), porque o combustível teve aumento considerável em meados março”, disse.
Sobre o segundo trimestre, crê ser positivo, mas faz ressalvas: “Lógico, tem as variáveis não controladas, pandemia – acabou, não acabou -, política, greve, guerra. Mas que momento nós vivemos com céu de brigadeiro”, questiona Ramon Alcaraz.
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Outros resultados
No primeiro trimestre do ano, a receita bruta de serviços da JSL atingiu R$ 1,5 bilhão, com alta de 47% em relação ao mesmo período do ano passado; e a receita líquida de serviços atingiu R$ 1,3 bilhão e teve alta de 49% na comparação com o 1T21.
A margem Ebitda (Ebitda sobre receita líquida) ficou em 17,3%, com expansão de 2,3 p.p. em relação ao mesmo período do ano anterior e positiva 0,5 p.p. em relação ao último trimestre do ano passado.
Segundo a JSL, foram R$ 700 milhões de novas receitas contratadas no 1T22. O crescimento orgânico da companhia foi de 21%.
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