“Não tem cabimento levantar dúvida sobre eleições”, diz Pacheco após ataques de Bolsonaro

Bolsonaro disse que militares não seriam "moldura" ou ficariam apenas "batendo palmas" após serem chamados pelo TSE para participarem do processo eleitoral

Reuters

O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) faz pronunciamento em plenário.

(Foto: Beto Barata/Agência Senado)
O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) faz pronunciamento em plenário. (Foto: Beto Barata/Agência Senado)

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BRASÍLIA (Reuters) – O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta quinta-feira não ter cabimento levantar dúvida sobre as eleições no Brasil e reafirmou a confiança nas urnas eletrônicas, um dia após o presidente Jair Bolsonaro ter feito novos ataques ao sistema eleitoral e defender que as Forças Armadas participem da contabilização dos votos no pleito de outubro.

“As instituições e a sociedade podem ter convicção da normalidade do processo eleitoral. A Justiça Eleitoral é eficiente e as urnas eletrônicas confiáveis. Ainda assim, o TSE está empenhado em dar toda transparência ao processo desde agora, inclusive com a participação do Senado”, disse Pacheco, em sua conta no Twitter.

“Não tem cabimento levantar qualquer dúvida sobre as eleições no Brasil. O Congresso Nacional é o guardião da democracia!”, emendou ele.

Na véspera, durante evento no Palácio do Planalto de desagravo ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) –beneficiado por perdão presidencial após ter sido condenado na semana passada pelo Supremo Tribunal Federal (STF)–, Bolsonaro ressaltou ser ele o chefe supremo das Forças Armadas, e disse que os militares não seriam “moldura” ou ficariam apenas “batendo palmas” após serem chamados pelo TSE para participarem do processo eleitoral.

“A gente espera que nos próximos dias o nosso Tribunal Superior Eleitoral dê uma resposta às sugestões das Forças Armadas”, disse. “E essas sugestões todas foram técnicas, não se fala ali em voto impresso.”

O presidente disse que uma das sugestões é para que haja um computador para que as Forças Armadas também possam contabilizar os votos no Brasil. Ele repetiu que haveria uma sala secreta do TSE em que se centraliza a apuração dos votos –fato inverídico e que já foi rebatido várias vezes pela corte eleitoral.

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Procurado na véspera para comentar as declarações de Bolsonaro, o TSE não respondeu até o momento.

Com as pesquisas mostrando uma derrota para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva num eventual segundo turno, Bolsonaro voltou a fazer ataques ao sistema de votação e a ministros da cúpula do Judiciário, levantando dúvidas –sem qualquer tipo de evidência– sobre as urnas eletrônicas.