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O procurador-Geral da República, Augusto Aras, afirmou, em evento em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres, que elas têm o prazer de escolher a cor das unhas e também o sapato que vão calçar. A fala ocorreu na terça-feira (8), durante seminário organizado pelo CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), com transmissão ao vivo pela internet.
“Este dia é um dia de homenagem à mãe. É um dia de homenagem às filhas. É um dia de homenagem à mulher. À mulher no seu sentido mais profundo, da sua individualidade, da sua intimidade, à mulher que tem o prazer de escolher a cor da unha que vai pintar, à mulher que tem o prazer de escolher o sapato que vai calçar”, disse Aras.
“Pouco importa que tipo de escolha ela faça, porque essas maravilhosas mulheres que integram as nossas vidas e as nossas instituições são tão dedicadas a todas as causas em que se envolvem que parece até que elas já estão num mundo quântico muito antes que a gente. Elas se ordenam”, completou o PGR.
No início de sua fala, Aras apontou números sobre a desigualdade entre homens e mulheres nos cargos públicos e chamou atenção para a necessidade de mudança desse quadro.
“Precisamos fazer com que as instituições públicas e privadas também possam estar pautadas internamente por uma constante busca pela igualdade de gêneros em seus trabalhos, na prestação de seus serviços. É urgente a adoção de medidas que garantam maior participação e, com isso, igualdade de gênero em nossa instituição”, disse.
Desde a Constituição Federal de 1988, 52 mulheres ocuparam o cargo de procuradoras-gerais contra 240 homens no mesmo cargo. Houve 105 mandatos de mulheres como corregedoras-gerais versus 363 mandatos de homens.
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“Quero destacar ainda que atualmente o Conselho Nacional do Ministério Público não conta com uma representante mulher em sua composição”, frisou Aras.
Ele destacou iniciativas que o CNMP tem anunciado buscando a equidade de gênero no âmbito público, como a recomendação da participação de mais mulheres em cargos-chave e de liderança, e defendeu cotas para isso.
“Precisamos cuidar da mulher, seja enquanto mãe, que tem seus cuidados com a prole, seja também como indivíduo, que tem desejos e expectativas, seja como profissional, enfim, como cidadãs plenas de cidadania, inclusive para exercer os mais altos cargos da República”, disse o procurador.