Novo Mercado garante mais segurança para investidores que participam de IPOs

Para o diretor da BM&FBovespa, José Gragnani, os níveis de governança corporativa dão mais transparência para o investidor

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – Para os investidores interessados em adquirir ações de companhias que estão ingressando no mercado de capitais por meio dos IPOs (Initial Public Offering, em inglês, ou ofertas iniciais de ações), uma forma de ter mais segurança é analisar se elas estão ingressando no Novo Mercado da BM&FBovespa, que garante mais proteção ao aplicador. A opinião é compartilhada pelo diretor executivo de Fomento e Desenvolvimento de Negócios da BM&FBovespa, José Antônio Gragnani, e pelo sócio líder da Capital Markets da PricewaterhouseCoopers (PwC) Brasil, Ivan Clark.

Para Gragnani, os níveis de governança corporativa exigidos pelo Novo Mercado asseguram muito mais transparência para o pequeno investidor que está interessado em participar de uma abertura de capital na Bolsa de Valores. De acordo com ele, o fato de cada ação ter equivalência a um voto – tendo em vista que no Novo Mercado só podem ser emitidas ações ordinárias (ON) -, de ela ter uma liquidez maior neste ambiente e das informações no Novo Mercado serem divulgadas de uma forma plena e completa para os interessados ajudam o pequeno investidor a tomar sua decisão. 

O executivo da PwC concorda. “O mercado de capitais no Brasil mudou bastante nos últimos anos. Desde o ano 2000, a criação do Novo Mercado na BMFBovespa, com níveis de governança corporativa muito mais elevados, além de uma maior transparência, deu uma segurança muito maior para o pequeno investidor tomar suas decisões de maneira mais tranquila”, aponta Clark.

Regulação
Além disso, Clark lembra que os órgãos reguladores também garantem uma segurança maior para o investidor participar de uma abertura no mercado de capitais.

“Temos a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que atua como reguladora, além da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), que hoje asseguram uma revisão e uma fiscalização muito mais criteriosa em relação às companhias. Com isso, o pequeno investidor tem uma certa segurança de que as informações que ele está recebendo através de prospectos e documentos enviados ao mercado são corretas e completas”, ressalta Clark.

Os dois executivos participaram nesta terça-feira (26) do lançamento do livro “Como abrir o capital da sua empresa no Brasil”, editado pela PwC.

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Novo Mercado
A maioria das empresas que abrem o capital atualmente já é listada no Novo Mercado da BM&FBovespa, definido pela bolsa como “o mais elevado padrão de Governança Corporativa”.

De acordo com a própria Bolsa, isso acontece porque para para fazer parte deste segmento, é necessária uma mudança relevante nas estruturas de capital das companhias. Assim, as empresas que decidem abrir o seu capital já costumam tomar a decisão de integrar o segmento durante este processo, para evitar essas mudanças posteriormente.

Vantagens
Entre as vantagens para os acionistas, está o fato de as empresas listadas no Novo Mercado adotarem um tag along de 100% do valor das ações.

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Assim, em caso de mudança no controle acionário da empresa, a companhia que está comprando a parte pertencente ao  bloco controlador é obrigada a fazer uma oferta pública de aquisição das ações ordinárias pertencente aos minoritários de 100% do valor pago pela aquisição das ações do grupo controlador.

Para exemplificar, considere uma empresa que possui suas ações ordinárias distribuídas da seguinte forma: 51% entre o grupo dos controladores, 25% para um fundo de investimentos e os 24% restantes para os acionistas minoritários, ou seja, os investidores que negociam diariamente na Bolsa de Valores.

Se uma segunda companhia quiser adquirir esta empresa, ela vai precisar, além de fazer uma oferta para o grupo controlador (que detém aqueles 51%), oferecer aos minoritários a compra de suas ações pelo mesmo valor proposto para os controladores.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip