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O volume de vendas do comércio varejista nacional na passagem de novembro para dezembro de 2021 teve variação negativa de 0,1%, mostrou nesta quarta-feira (9) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com dezembro de 2020, a baixa foi de 2,9%.
O dado foi melhor do que o esperado. A expectativa, segundo consenso Refinitiv, era de que as vendas no varejo caíssem 0,5% frente novembro e tivessem baixa de 3,3% na comparação anual.
A alta foi de 1,4% em 2021 na comparação com 2020. 2021 foi o quinto ano consecutivo de resultados positivos para o volume de vendas no varejo e o resultado foi bem próximo dos dois anos anteriores, que registraram alta de 1,2% (2020) e de 1,8% (2019). O último ano a acumular perdas em relação ao ano anterior foi 2016 (-6,2%).
O comércio vinha registrando crescimento na primeira parte de 2021 (6,7%), mas teve uma sequência de quedas no segundo semestre, que acabou sendo encerrado com recuo de 3,0%. O comportamento foi inverso ao ano de 2020, que teve queda no primeiro semestre (-3,2%) e alta no segundo (5,1%).
“Como o primeiro semestre de 2020 foi marcado pelo início da pandemia de Covid-19 no Brasil, com o fechamento do comércio durante vários meses em boa parte do país, a base de comparação para o primeiro semestre de 2021 era baixa e, portanto, o crescimento nesse período era esperado. Já a segunda metade de 2020 foi marcada pela retomada das atividades, enquanto que o mesmo período de 2021 não teve tanta força para o volume de vendas no varejo”, explica o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
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Móveis e eletrodomésticos lideram as quedas
Cinco setores fecharam o segundo semestre em queda: Móveis e eletrodomésticos (-19,4%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-9,7%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-8,6%), Combustíveis e lubrificantes (-3,1%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,6%). Desses, quatro fecharam o ano de 2021 com retração: Livros, jornais, revistas e papelaria (-16,9%), Móveis e eletrodomésticos (-7,0%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,6%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,0%).
“A atividade de Móveis e Eletrodomésticos teve queda também na passagem de novembro para dezembro (-17,6%). A atividade registra sete meses consecutivos de resultados negativos na comparação interanual, tendo exercido o maior impacto (-1,8 ponto percentual) no total do varejo para o ano. A perda de 7,0% com relação ao ano de 2020, inverte a trajetória de alta (10,6%) registrada na passagem de 2019 para 2020 com relação a 2019”, ressalta Santos.
Segundo o pesquisador, o segmento passa ainda por dificuldades para se adaptar ao rearranjo no consumo que ocorreu para esses produtos em decorrência da pandemia.
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“Houve uma antecipação de compras por parte dos consumidores, que resultou em um crescimento rápido seguido de queda. Além desse deslocamento do consumo, o setor sofre interferência da alta do dólar e da redução da renda e, portanto, do poder de consumo da população”, avalia.
Artigos de saúde e higiene pessoal têm resultados positivos
Por outro lado, Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (4,3%), Tecidos, vestuário e calçados (3,8%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,7%) tiveram resultados positivos na comparação com o segundo semestre de 2020. E essas atividades também encerraram o ano com resultados positivos (9,8%, 13,8% e 12,7%, respectivamente), assim como os Combustíveis e lubrificantes (0,3%)
“De modo geral, o volume de vendas no varejo se aproxima do patamar pré-pandemia. Sendo que alguns setores já se encontram bem acima, como é o caso dos Artigos Farmacêuticos, que já cresce há cinco anos. Por outro lado, as atividades de Livros, jornais, revistas e papelaria e de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação ainda se encontram bem abaixo”, sinaliza Cristiano Santos.
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Já o varejo ampliado, que inclui Veículos, motos, partes e peças e Material de construção, encerrou 2021 com crescimento acumulado de 4,5%, invertendo a perda de 1,4% registrada em 2020. Na passagem de novembro para dezembro de 2021, na série com ajuste sazonal, a o volume de vendas no varejo ampliado registrou variação de 0,3%.
“A inflação continua exercendo impacto nos indicadores, uma vez que a variação de receita nominal de vendas do varejo é positiva em 0,3%, na passagem de novembro para dezembro”, conclui Santos.
Vendas caíram em 21 unidades da Federação na comparação anual
Na passagem de novembro para dezembro de 2021, a taxa média nacional de vendas do comércio varejista de -0,1% foi acompanhada de um predomínio de resultados negativos em 19 das 27 unidades da Federação, com destaque para: Mato Grosso (-4,7%), Acre (-4,5%) e Rondônia (-4,3%).
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Por outro lado, no campo positivo, figuram 8 unidades, com destaque para: Tocantins (1,3%), Santa Catarina (0,8%) e Espírito Santo (0,6%).
Frente a dezembro de 2020, a variação foi de -2,9%, com predomínio de resultados negativos em 21 unidades da Federação, com destaque para: Bahia (-12,9%), Pernambuco (-11,4%) e Sergipe (-11,1%). Por outro lado, pressionando positivamente, figuram: Mato Grosso do Sul (4,1%), Rio Grande do Sul (3,8%) e Espírito Santo (3,8%).
(com Agência de notícias do IBGE)
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