Polícia Federal deflagra operação e prende mais um envolvido em fraude bilionária do “Faraó do Bitcoin”

Suposto chefe da organização criminosa, Glaidson Acácio dos Santos, está preso desde agosto do ano passado

Paulo Barros

Sede da Polícia Federal em Brasília (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Sede da Polícia Federal em Brasília (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (3) uma nova fase da Operação Kryptos, que visa desarticular uma organização criminosa responsável por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas. A quadrilha seria chefiada por Glaidson Acácio dos Santos, que ficou conhecido pelo apelido “Faraó do Bitcoin”.

Cerca de 20 policiais federais cumprem um mandado de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão no Mato Grosso do Sul e em São Paulo.

De acordo com a PF, uma advogada responsável por duas empresas sediadas em Campo Grande (MS) intermediava a movimentação financeira entre a Gas Consultoria, principal empresa investigada na Kryptos, e outras estabelecidas no exterior, mesmo após a deflagração da primeira fase da operação.

A investigação também constatou que a atividade de intermediação das movimentações financeiras ilícitas se intensificou após a deflagração da primeira fase da operação, em agosto de 2021, quando Glaidson foi preso.

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Ainda de acordo com a Polícia Federal, esse braço da organização criminosa criou uma corretora de criptoativos com o possível intuito de driblar bloqueios judiciais.

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Os investigados poderão responder pela prática dos crimes de emissão ilegal de valores mobiliários sem registro prévio, organização criminosa e lavagem de capitais. Se condenados, poderão cumprir pena de até 22 anos de reclusão.

Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e decorreram de um esforço conjunto entre a Polícia Federal e Ministério Público Federal.

Faraó do Bitcoin

Glaidson é suspeito de operar um esquema de pirâmide financeira com criptomoedas na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. A Gas Consultoria, principal empresa envolvida na fraude, tem sede em Cabo Frio, a 120 quilômetros da capital fluminense.

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Além da prisão de Glaidson, a primeira fase da operação em agosto do ano passado resultou na apreensão de carros de luxo, mais de R$ 13 milhões em dinheiro, além de 591 BTC, avaliados atualmente em R$ 115 milhões.

Glaidson é acusado de cometer crimes contra o sistema financeiro nacional ao lado de outras 16 pessoas. A Polícia Civil do Rio de Janeiro também investiga seu envolvimento como mandante de um homicídio.

Na semana passada, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um pedido de habeas corpus em favor de Glaidson. Sua esposa, Mirelis Zarpa, segue foragida da Justiça.

Paulo Barros

Jornalista pela Universidade da Amazônia, com especialização em Comunicação Digital pela ECA-USP. Tem trabalhos publicados em veículos brasileiros, como CNN Brasil, e internacionais, como CoinDesk. No InfoMoney, é editor com foco em investimentos e criptomoedas