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Na noite da última quarta-feira (2), pela oitava vez seguida, o Banco Central elevou a taxa Selic, que passou para 10,75% ao ano com avanço de 1,5 ponto percentual. Trata-se do maior patamar da taxa Selic desde 2017 e o maior ciclo de altas desde 2002. Contudo, em comunicado, sinalizou para uma redução no ritmo dos ajustes já na próxima reunião, que será realizada em março.
Apesar da alta na taxa Selic, algumas ações conhecidas por distribuir bons e recorrentes dividendos ainda superam a taxa básica de juros, destaca a XP em relatório.
“Nesse sentido, os rendimentos de dividendos acima da taxa de juros para algumas empresas são vistos como uma boa oportunidade pois os investidores possuem uma ‘garantia’ de retorno, além de seus possíveis ganhos com a performance da ação. Ou seja, além da possibilidade de ganho de capital, o investidor conta também com uma rentabilidade adicional na forma de proventos”, apontaram os estrategistas Fernando Ferreira, Jennie Li, e a analista de estratégia Rebecca Nossig.
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Leia também: Onde investir com a Selic a 10,75% ao ano?
Os especialistas destacaram ações de três empresas que podem pagar um dividend yield (rendimento dos dividendos, ou dividendo sobre o preço da ação) acima de 10,75% ao ano.
São eles: ação PN da Petrobras (PETR4), com projeção de dividend yield de 19,6% para 2022, Banco do Brasil (BBAS3), com projeção de dividend yield de 13,20% e Engie Brasil (EGIE3), com projeção de 10,8%.
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Confira as ações da cobertura da XP que podem pagar um dividend yield acima de 10,75% ao ano:
No relatório, a equipe de estratégia da XP destaca que, desde o início de ciclo de alta da taxa Selic, o número de ações pagadoras de dividendos acima dessa taxa tem diminuído, mas apesar disso, continua construtiva na Bolsa.
“O anúncio mais hawkish [mostrando maior preocupação com a inflação e sinalizando alta de juros] do Federal Reserve, sinalizando que o ciclo de alta de juros na economia americana poderia vir mais cedo e mais forte do que os analistas estavam antecipando, trouxe grande volatilidade, e levou à uma rotação nos mercados globais de setores de crescimento (ações mais ‘caras’ e com o valor mais no futuro) para setores considerados de ‘valor’ – o que beneficia diretamente as ações brasileiras”, apontam.
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Segundo os estrategistas, essa forte rotação e a contínua alta nos preços das commodities tem favorecido fortemente a Bolsa brasileira, exposta a esses setores, que atualmente são favorecidos por investidores globais.
“Vemos as ações brasileiras se beneficiando de uma tríplice combinação de: 1) Rotação global de crescimento para valor;
2) Forte exposição a commodities, trazendo claros riscos de alta para os lucros e 3) Múltiplos de entrada muito baixos (Preço por Lucro projetado ao redor das mínimas dos últimos 10 anos)”, avaliam.
Confira abaixo a tese de investimento da XP para as maiores pagadoras de dividendos de sua cobertura:
Petrobras (PETR4) – recomendação de compra e dividend yield esperado de de 19,6% para 2022
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A XP destaca ver 2022 com muito otimismo para a Petrobras, apontando que a companhia vem reafirmando seu compromisso com o crescimento de produção no pré-sal, o programa de venda de ativos e o foco no retorno do capital.
Além disso, vê a Petrobras como uma das maiores pagadoras de dividendos atualmente.
“Caso a companhia continue operando da forma que vem atuando nos últimos anos (nosso cenário base), vemos a soma dos dividendos de 2022 a 2026 totalizando cerca de 100% do market cap. Para 2022, esperamos um yield de cerca de 20% (versus 14% dos pares russos e 4,2% das majors, ou grandes companhias do setor, ocidentais)”, apontam os analistas.
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A recomendação é de compra, com preço-alvo de R$ 45,30 para os ativos PETR4, ou potencial de alta de cerca de 39% em relação ao fechamento da véspera.
Banco do Brasil (BBAS3) – recomendação de compra e dividend yield esperado de 13,2% para 2022
Os analistas da XP possuem recomendação de compra para o Banco do Brasil, com preço-alvo de R$ 52 por ação, ou upside de 62% em relação ao fechamento da véspera.
Para eles, o banco estatal tem uma combinação de: i) preço atrativo, pela sua carteira de crédito defendida e pela soma das partes atraente; ii) índice de cobertura que representa a proporção que a provisão para risco de crédito é capaz de cobrir os créditos inadimplentes) confortável em 323% e bem capitalizado com índice de capital nível I de 16,5%; e iii) uma frente digital competitiva.
A equipe de análise vê que a distribuição de dividendos do banco deve se tornar relevante, pois o banco deve aumentar seu payout (fração do lucro líquido que uma empresa paga aos seus acionistas em dividendos) :em um cenário de: i) maior capitalização; ii) recuperação de lucros; iii) Previ I com superávit de R$ 22 bilhões; e iv) um atrativo múltiplo de 0,6 vez o Preço sobre Valor Patrimonial (P/VP) para 2022.
Engie Brasil (EGIE3) – recomendação neutra e dividend yield esperado de 10,8% para 2022
Os analistas acreditam que a distribuição de dividendos da Engie se mantenha em 2022 para o patamar de distribuição de 100% dos lucros, tendo em vista a situação confortável de liquidez da companhia.
Eles atribuem o desempenho inferior da Engie em relação ao Ibovespa em janeiro (alta de 3,4% versus ganhos de cerca de 7% do Ibovespa) aos recentes aumentos nas taxas de juros de longo prazo, implicando em pressão vendedora nos papéis do setor de utilities (energia e saneamento). “Dito isso, continuamos a acreditar que EGIE3 continua muito descontado”. Contudo, mantêm recomendação neutra em Engie, com preço-alvo de R$ 49 por ação, ou potencial de valorização de 21% em relação ao fechamento da véspera.
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