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Por décadas restritos a fundações de previdência, fundos soberanos e endowments, os investimentos alternativos começam a despertar interesse cada vez maior de investidores individuais. Hoje, as opções são variadas e muitas delas, acessíveis mesmo para bolsos modestos.
Por isso, a partir de fevereiro, a XP passará a incluir os investimentos alternativos entre as sugestões de alocação presentes nas carteiras recomendadas para investidores pessoas físicas. Por investimentos alternativos, a corretora entende tanto os ativos com liquidez – como fundos ou ETFs (exchange traded funds) de commodities e criptoativos, entre outros – quanto os de liquidez reduzida. É o caso, por exemplo, dos fundos de private equity, de venture capital e de special situations.
Trata-se de investimentos com um nível maior de risco, e as razões são duas: a baixa liquidez, no caso dos fundos de private equity e venture capital, e a volatilidade, como acontece com as commodities e os criptoativos. Por isso, “os percentuais nas carteiras são calibrados para que sejam adequados para cada perfil de investidor e para cada política de investimento, sendo crescentes quanto maior for o nível de risco da carteira e seu horizonte de investimento”, diz um relatório da corretora.
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A parcela das carteiras destinada para investimentos alternativos varia de 1% a 5%. Para investidores com perfil que a corretora batizou como “estrategista”, por exemplo, a sugestão é alocar 4% nos alternativos. O perfil “estrategista” compreende os investidores moderados que aceitam diversificar o portfólio com um risco equilibrado, entendem o funcionamento das diversas classes de ativos e desejam alocar seus recursos com horizonte de médio prazo (48 meses).
Em comparação, para esse mesmo perfil, a alocação sugerida em renda fixa pós-fixada (considerada a classe mais conservadora) é de 29% e em renda variável (local e global), de 24%.
Segundo o relatório, assinado por Rodrigo Sgavioli, Nathália Sá e Clara Sodré, os valores estão em linha com o praticado por grandes investidores globais. “Um estudo publicado em julho de 2020 pelo American Investment Council abrangendo 176 fundos de pensão públicos americanos demonstra que 85% das instituições investem em alternativos”, diz o documento, ressaltando que a maioria destina entre 5% e 10% da carteira a essa classe.
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Segundos os especialistas da XP, esse grupo é conhecido por tipicamente incluir ativos com retornos esperados superiores aos dos ativos ditos “convencionais”, como a renda fixa, os fundos multimercados e as ações, porém com níveis de riscos também superiores. Muitos deles não estão listados em nenhuma bolsa, como a B3, ou mercado de balcão. Via de regra, eles contribuem na construção de uma carteira de investimentos “ao deslocar a fronteira da eficiência, permitindo criar portfólios com retornos esperados mais elevados para um dado nível de risco ou com risco mais baixo para um dado nível de retorno”.
Vale a pena?
A inclusão dos investimentos alternativos é considerada um “marco importante” pela equipe da XP, tomado após meses de estudo sobre quanto dedicar a eles na alocação. E, na visão da casa, se justifica: “Alocações realizadas com estratégia e de forma disciplinada em investimentos alternativos são ferramentas importantíssimas para sofisticar os portfólios dos investidores, equiparando-os a grandes investidores institucionais e globais, dando acesso a um universo de produtos mais complexos e de maior risco”, diz o relatório. “Usados na dose certa, trazem diversificação e retornos superiores de longo prazo”.
Num primeiro momento, segundo Sgavioli, a exposição sugerida a investimentos alternativos nas carteiras se dá por meio do fundo eTrend Ativos Reais, que faz um balanço de risco entre ativos imobiliários, metais preciosos, criptoativos e commodities. “Optamos por começar com instrumentos mais líquidos e acessíveis, até porque estão com excelentes retornos”, diz.
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De acordo com o relatório, além da diversificação de portfólio, investir em em ativos reais – associados à economia real – envolve vantagens como proteção contra inflação, ganhos com recuperação da economia global e reserva de valor. De modo geral, possuem baixa correlação com o mercado de ações ou de renda fixa.
Já sobre os criptoativos, o relatório destaca que “muitos dados ainda estão começando a ser entendidos de forma mais profunda por alocadores e investidores”. “Ainda há muito do que se analisar sobre a correlação entre as criptomoedas e os fundamentos macro e outros ativos ao longo dos ciclos econômicos”, informa, destacando que a história das criptomoedas é curta.
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