Cidade de Araraquara (SP) tem ‘Uber’ próprio que repassa 90% do valor da tarifa aos motoristas

Bibi Mob já detém 270 motoristas e 7.000 usuários cadastrados; novo aplicativo de transporte de passageiros não cobra tarifa dinâmica

Equipe InfoMoney

Motorista de aplicativo
Motorista de aplicativo

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Os moradores de Araraquara (a 274 km de São Paulo) têm a disposição, desde o início deste ano, um novo aplicativo de transporte de passageiros criado no próprio município. A novidade virou uma oportunidade de negócio.

O Bibi Mob já possui 270 motoristas e 7.000 usuários cadastrados na ferramenta. O chamariz: 90% do valor das corridas realizadas pelo app são repassadas aos trabalhadores.

O percentual é muito acima dos aplicativos de transporte que dominam este mercado, cujos repasses pela prestação do serviço aos profissionais cadastrados não passam de 60%.

O baixo índice de repasses associado ao preço elevado dos combustíveis tem sido o responsável por uma debandada de profissionais neste setor, o que impacta na prestação do serviço aos passageiros, com cancelamentos e demora no atendimento às corridas solicitadas.

De olho nesta realidade, a prefeitura de Araraquara diz ter dado apoio e orientação à criação do aplicativo para atacar o problema da baixa remuneração aos profissionais e da má prestação do serviço aos seus 256 mil habitantes.

Sob o guarda-chuva do Coopera Araraquara, programa que busca acelerar iniciativas ligadas ao cooperativismo, os motoristas vinculados à Coomappa (Cooperativa dos Motoristas de Aplicativos) da cidade receberam capacitação e apoio para a criação da ferramenta.

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A cooperativa também ganhou salas no espaço onde funciona o Terminal Rodoviário de Araraquara, onde será instalada a sede da cooperativa no município.

Último balanço divulgado pela prefeitura aponta que ao menos 5.000 corridas já foram realizadas com o Bibi Mob.

Os passageiros também contam com a vantagem de não arcarem com a tarifa dinâmica nas corridas, mecanismo usado pelos aplicativos tradicionais quando a demanda é maior em relação à quantidade de motoristas disponíveis.

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Segundo o prefeito Edinho Silva (PT), os 10% que restam do valor da tarifa, uma vez que 90% são repassados aos motoristas, serão destinados “à gestão da cooperativa”.

“É uma iniciativa que está dando certo e que será referência nacional. Vamos continuar apoiando e dando todo o suporte às nossas cooperativas”, disse o prefeito, em nota.

A prefeitura diz ter mais dois aplicativos locais sob desenvolvimento: um na área de motofrete e outro para delivery de comida — ambos entrarão em operação ainda neste ano no município.