Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3) lideram altas da bolsa hoje; entenda

Dados do varejo e projeções para inflação impulsionam companhias ligadas ao comércio

Vitor Azevedo

(DENNER OVIDIO/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)
(DENNER OVIDIO/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)

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As varejistas foram o destaque do pregão desta segunda-feira (27) da bolsa brasileira, com Magazine Luiza (MGLU3) saltando 9,35%, Via (VIIA3) subindo 8%, Americanas (AMER3) avançando 3,8% e Lojas Americanas (LAME4) valorizando-se 3,95%.

Há mais de um motivo que impulsiona o avanço das varejistas. Um deles é o fato de a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) ter divulgado que as vendas nos centros de compras cresceram, de forma real, 10% no Natal 2021 na comparação com a mesma data do ano passado, somando, em estimativa, R$ 204 bilhões.

O número ainda fica abaixo daquilo registrado em 2019, quando a pandemia da Covid-19 ainda não havia estourado, mas é visto como positivo pelos analistas. “Havia o temor de que a Ômicron freasse o crescimento das vendas”, explica Henrique Esteter, especialista de mercados do InfoMoney.

Outro relatório, este divulgado pela Mastercard, trouxe números do varejo brasileiro e também do americano. No Brasil, em outubro, segundo a empresa de bandeira, as vendas do e-commerce cresceram 39,4% na comparação com o mesmo período de 2019. A interpretação é de que os números continuam elevados, apesar de o volume de negociação ter caído 24,9% na base anual.

Parte das baixas do comércio online, porém, são explicadas pela recuperação das lojas físicas. Isso é ilustrado pela melhora das vendas totais do setor, que avançaram tanto na comparação com 2020 quanto na comparação com 2019, crescendo, respectivamente, 23,6% e 2,6% nas duas bases.

Nos EUA, a Mastercard apontou que as vendas no varejo cresceram 8,5% na base anual no fim deste ano, levando em consideração o período entre 1º de novembro e 24 de dezembro, impulsionadas pela compra de eletrônicos.

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Cenário macro

Por fim, além dos dados do setor recém-divulgados, as varejistas brasileiras são impulsionadas pela revisão para baixo da variação do Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA) trazida no Boletim Focus desta semana.

Os especialistas consultados pelo Banco Central reduziram, em média, a projeção para o principal índice da inflação de 10,04% para 10,02%. “Por mais que seja pouca coisa, representa reversão daquilo que era apresentado nas últimas semanas”, explicou Esteter.

Uma inflação mais controlada diminui a necessidade de uma alta mais acentuada dos juros, o que impacta empresas como a Magazine Luiza, a Via Varejo e a Americanas, uma vez que o custo de crédito influencia muito nos seus faturamentos.

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Varejistas, porém, lideram queda da bolsa no ano

Entretanto, as ações das companhias seguem entre as que mais recuam neste ano na bolsa. No acumulado de 2021, as ações de Magazine Luiza e Via recuam, respectivamente, 72,80% e 70,5%. Logo em seguida aparecem GPA (PCAR3) e Americanas, que recuam 61,3% e 57,7%.

Entre os fatores que pesam na performance anual estão a alta dos juros, já mencionada, e o aumento da concorrência.

Quanto a este último, a Magazine Luiza divulgou nesta segunda que levantará R$ 2 bilhões através de debêntures, que “serão utilizados para otimização do fluxo de caixa no curso e gestão ordinária dos negócios”. A companhia pode, com isso, ganhar algum folego para segurar suas margens.

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