Depois de SoftBank, gigante chinesa Tencent investe em startup brasileira que leva gestão a pequenas e médias empresas

Omie oferece um software de gestão, educação e serviços financeiros para PMEs. Startup atende 78 mil clientes e cresceu 70% em 2020

Mariana Fonseca

Marcelo Lombardo, cofundador da Omie (Divulgação)
Marcelo Lombardo, cofundador da Omie (Divulgação)

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SÃO PAULO – A Omie, startup brasileira que oferece uma plataforma de gestão na nuvem para pequenas e médias empresas, anunciou uma extensão de sua rodada de investimento série C. Um aporte adicional foi feito pela Tencent, gigante chinesa por trás do aplicativo de mensagens WeChat e investidora de negócios como as startups brasileiras Quinto Andar e Nubank. O valor do investimento não foi divulgado, mas a Tencent adquiriu uma participação minoritária na Omie.

A série C aconteceu em agosto deste ano e foi de R$ 580 milhões, liderada pelo SoftBank Latin America Fund. O conglomerado japonês de telecomunicações SoftBank tem dois fundos para a América Latina, respectivamente de US$ 5 bilhões e US$ 3 bilhões. Esta rodada é considerada a última antes de uma oferta pública inicial de ações da Omie – mas a startup ainda não tem data definida para seu IPO.

Em comunicado, a startup brasileira destacou a experiência da Tencent em prover comunicação, redes sociais e serviços em nuvem. A gigante chinesa oferece soluções de digitalização de negócios, assim como a Omie faz no Brasil. A startup levantou mais de R$ 690 milhões somando as rodadas anteriores à da Tencent.

A Omie foi criada pelos empreendedores Marcelo Lombardo e Rafael Olmos em 2013. A startup tem 78 mil clientes atualmente, depois de ter crescido 70% em 2020. A Omie oferece seu software como um serviço em troca de uma mensalidade – um modelo de negócio conhecido pela sigla SaaS.

O pagamento mensal vai desde gratuito (negócios que faturam até R$ 180 mil e emitem até dez notas fiscais por ano) até R$ 699 (até R$ 4,8 milhões em faturamento anual). Apesar dessas faixas de faturamento, 30% da receita já vêm de empresas que faturam entre R$ 10 milhões e R$ 200 milhões por ano.

O software é um sistema de gestão, educação e finanças para micro, pequenas e médias empresas. O ERP da Omie atende segmentos como agências de marketing, bares e restaurantes, comércio, construção civil, distribuidoras, indústrias, empresas de logística e prestadores de serviços. Alguns serviços financeiros oferecidos no mesmo software são crédito com antecipação de recebíveis, empréstimo parcelado e com garantia de imóveis, conta digital e cobrança via boleto e Pix. Todos os serviços são terceirizados, ou seja, oferecidos por meio de parceiros.

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Em comunicado sobre o aporte, a Omie afirma que os recursos adicionais vão permitir que a plataforma de gestão acelere seu crescimento. Em 2022, a expectativa é atingir 100 mil clientes.

Para atingir essa meta, a Omie vai investir em novas ofertas de serviços financeiros integrados ao seu software de gestão, como pagamentos. Também vai aproveitar oportunidades de fusões e aquisições (M&As). A empresa já realizou a aquisição de três empresas: Mintegra (integração entre e-commerces e sistemas de gestão), Devi Tecnologia (software para varejo) e G-Click (ferramenta na nuvem para gestão dos processos de escritórios de contabilidade).

“Estamos crescendo de forma exponencial e essa extensão, junto aos demais aportes que recebemos, vai nos permitir acelerar e levar nossa experiência inovadora para cada vez mais empreendedores. Além disso, estamos muito animados em termos também conosco agora um grupo com tanta experiência em novas plataformas que combinam software e serviços financeiros, parte crucial do nosso dia a dia”, afirmou Marcelo Lombardo, cofundador e CEO da Omie, no mesmo comunicado.

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O anúncio vem horas depois de outra startup brasileira de gestão empresarial anunciar um novo aporte. A Pipefy, fornecedora de software para gerenciamento de fluxo de trabalho, recebeu um investimento de US$ 75 milhões em uma rodada liderada pelo SoftBank.

Mariana Fonseca

Subeditora do InfoMoney, escreve e edita matérias sobre empreendedorismo, gestão e inovação. Coapresentadora do podcast e dos vídeos da marca Do Zero Ao Topo.