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SÃO PAULO – Com um mercado de fusões e aquisições aquecido e diante do avanço do comércio eletrônico em meio à pandemia, a corrida no e-commerce tem sido acirrada, com companhias investindo não apenas na diversificação do portfólio, como também, em logística para acelerar a chegada dos produtos ao cliente final.
Neste cenário, crescem as especulações sobre quem vai levar os Correios com o avanço do processo de privatização.
Aprovado no início de agosto pela Câmara dos Deputados, o projeto de lei que autoriza a privatização dos Correios (PL 591/2021) permite a venda de 100% da estatal e a concessão dos serviços postais para quem comprar a companhia.
A empresa compradora continuará a ter a exclusividade destas atividades pelo prazo de cinco anos. Agora, o texto precisa ser apreciado pelo Senado Federal.
A venda é uma aposta do governo, que diz não ter capacidade fiscal para investir na estatal e que a empresa não tem condições financeiras para realizar investimentos no ritmo necessário para se modernizar.
Dessa forma, além de modernizar os serviços postais, a privatização permite evitar dependência da empresa dos recursos do Tesouro Nacional.
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Com os mercados de olho no processo de privatização dos Correios, algumas companhias se posicionaram sobre o tema ao longo da temporada de resultados do segundo trimestre.
É o caso do Grupo Simpar (SIMH3), que disse que a empresa tem “obrigação de analisar a possibilidade de comprar os Correios”, mas que antes é preciso ter mais clareza sobre o tamanho da operação e suas características para decidir se vale a pena.
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“Na primeira vez em que saiu notícia de que estávamos olhando para os Correios, os investidores se preocuparam com o impacto disso na nossa alavancagem. Sobre isso, devo dizer que ancoramos nosso desenvolvimento no retorno de dois dígitos e na contínua melhora do retorno sobre o capital investido”, disse Denys Marc Ferrez, diretor financeiro (CFO) da Simpar, em entrevista ao InfoMoney.
De acordo com Ferrez, se o volume financeiro da operação for importante diante do tamanho do grupo, serão analisadas possibilidades como a da Simpar estar presente em caráter associativo. O importante, disse o executivo, é a empresa ter mando para operar da maneira como achar melhor.
Em setembro do ano passado, Fábio Faria, ministro das Comunicações, afirmou que o Magazine Luiza e outras quatro empresas, como Amazon, DHL e Fedex haviam manifestado interesse na privatização dos Correios.
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Não houve, contudo, não houve sinalização recente dessas empresas. No ano passado, Fred Trajano, presidente do Magazine Luiza, disse que o mercado brasileiro ainda é muito concentrado nos Correios e, a respeito da privatização da empresa pública, afirmou: “Todo player olha a privatização dos Correios com muita proximidade e muito interesse”.
O Magalu segue investindo em opções próprias de logística e em julho adquiriu a Sode Intermediação de Negócios, uma plataforma que promete entregar os produtos em até uma hora.
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A Amazon também ampliou o número de centros de distribuição este ano, em meio ao aumento da demanda, permitindo à companhia ampliar para 50 o número de cidades atendidas na entrega de um dia com frete grátis aos clientes Prime.
A empresa de e-commerce conta hoje com nove centros de distribuição. Cinco deles estão em Cajamar (São Paulo), um em Betim (Minas Gerais), um em Santa Maria (DF), um em Santa Rita (RS) e um em Cabo de Santo Agostinho (Pernambuco).
Durante coletiva de imprensa no início do mês, a gigante do e-commerce Mercado Livre descartou o interesse em uma eventual privatização dos Correios. “Não faz sentido participar”, afirmou Leandro Bassoi, vice-presidente de logística do Mercado Livre para a América Latina.
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“Não temos interesse em capturar eventuais sinergias, porque entendemos que as construções feitas dentro de casa foram muito mais eficientes.”
Na ocasião, o Mercado Livre anunciou dois novos centros de distribuição no país, de forma a ampliar sua infraestrutura logística. Um deles ficará em Franco da Rocha (SP) e será inaugurado ainda este ano, enquanto o segundo centro ficará em Belo Horizonte (MG), com previsão de entrega em 2022.
A Via, dona do Ponto e das Casas Bahia, também não demonstrou interesse na aquisição.
Em entrevista ao InfoMoney um dia após a divulgação do balanço do segundo trimestre, Roberto Fulcherberguer, CEO da Via, afirmou que hoje a dependência da companhia dos Correios é baixa, da ordem de 2%.
“Os players internacionais, para se estabelecerem no Brasil e para fazerem volume no país ‘de verdade’, não só em São Paulo e no Rio de Janeiro, vão precisar ter logística com escala e dificilmente terão sem a omnicanalidade. Nós já temos tudo isso aqui. Tem muita coisa que muita gente está investindo que é para tentar ter o que já temos por aqui”, disse.
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