Wall Street retoma debate sobre relação do ouro com criptomoedas

Ambos são vistos como proteção contra a inflação, pouca oferta de commodities e capturam a divisão cultural entre os amantes de "tech" e os tradicionalistas

Bloomberg

(Unsplash)
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(Bloomberg) – O ouro retorna com uma vingança neste mês em meio ao colapso das criptomoedas, reacendendo o debate em Wall Street sobre a relação entre os dois ativos vistos como hedge.

Os fundos de ouro registraram as maiores entradas no período de duas semanas desde outubro, e os preços se aproximam de US$ 1.900 a onça. Em contraste, o Bitcoin caiu quase 40% frente ao pico de US$ 63.000, e os fundos registram saídas.

Sim, o dólar mais fraco e a queda dos rendimentos ajustados pela inflação são os grandes motivos para a retomada do ouro.

A volatilidade desencadeada por comentários de Elon Musk, no entanto, esfriou grande parte da euforia especulativa em torno do Bitcoin, ao mesmo tempo que minou sua ambição de atrair investidores institucionais.

No entanto, tudo isso fascina uma parte do mercado que aponta os paralelos entre o ouro digital e o metal real.

Ambos são vistos como proteção contra a inflação, commodities em oferta escassa e capturam a divisão cultural entre jovens operadores obcecados por tecnologia e veteranos tradicionalistas.

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Enquanto isso, empresas como JPMorgan & Chase e ByteTree Asset Management dizem que a recente ascensão do ouro parece ter ocorrido parcialmente às custas do Bitcoin, à medida que os investidores alternam entre os dois ativos.

“Ainda há muita confusão entre Bitcoin e ouro”, escreveu Charlie Morris, fundador da ByteTree, em relatório. “Eles coexistem e ambos prosperam em um ambiente inflacionário.”

Em relatório sobre as mudanças nas tendências do ouro e do Bitcoin, Morris sugeriu que os fluxos de fundos mostram um forte impacto atípico no aumento dos preços do ouro, enquanto os fluxos de saída do Bitcoin pressionam as cotações.

Para alguns estrategistas, o mercado de ouro é um ponto de partida para a previsão do preço do Bitcoin.

Em um mundo onde investidores alocam ouro e Bitcoin igualmente em suas carteiras e os dois ativos convergem em volatilidade, isso implicaria uma avaliação do Bitcoin em US$ 140.000, estimou o JPMorgan.

“Nem é preciso dizer que essa convergência ou equalização das volatilidades ou alocações é improvável no futuro próximo”, disseram estrategistas liderados por Nikolaos Panigirtzoglou.

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Desde que a descoberta das vacinas contra a Covid-19 desencadeou uma recuperação econômica em novembro, fundos de índice que seguem o ouro venderam quase 12 milhões de onças troy até o início de maio, no valor de cerca de US$ 22,5 bilhões nos preços atuais.

Investidores retiraram quase US$ 14 bilhões do ETF SPDR Gold Shares (GLD) no período, o que contribuiu para encolher os ativos totais do maior ETF de ouro do mundo em 29%. Cerca de US$ 1,6 bilhão retornaram para o fundo, e maio pode marcar o melhor mês desde julho.

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