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SÃO PAULO – Após uma disparada em 2020 e mesmo com o avanço na venda de ativos em 2021, as ações da Oi (OIBR3;OIBR4) não registram um bom ano até o momento. Os papéis OIBR3 registram baixa de 20% nos últimos quatro meses, enquanto OIBR4 têm baixa de 14%.
Vendo positivamente o progresso na venda de ativos, que tornará a companhia uma “telecom” muito mais simples, os analistas do Credit Suisse elevaram o preço-alvo para os ativos OIBR3 de R$ 0,50 para R$ 1,80, mas seguem com uma visão bastante cautelosa para o papel. Cabe destacar que, apesar do aumento expressivo do preço-alvo (em 260%), ele ainda configura um potencial de alta de apenas 1,69% em relação ao fechamento do pregão de quinta-feira (29).
Para Daniel Federle e Felipe Cheng, analistas do Credit, até o final de 2021, a a Oi deve ter concluído a venda de seus ativos móveis e de fibra, em adição a outros ativos. Assim, a partir de 2022 os ativos financeiros da Oi refletirão apenas a ClientCo – que é a Nova Oi e que não será vendida.
O banco espera que essa unidade reporte em 2022 receitas líquidas de R$ 11 bilhões, lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) de R$ 1,3 bilhão e uma dívida líquida de R$ 3,8 bilhões para o ano de 2021.
A expectativa é de que a companhia tenha crescimento por volta de 5% em sua receita e que o seu fluxo de caixa livre apresente melhora gradual, à medida que os investimentos e despesas operacionais e regulatórios diminuam.
Para os analistas, a execução do plano de recuperação judicial da Oi está sendo bem-sucedida. Até por isso, a recomendação é neutra para os ativos.
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Isso porque, para Federle e Cheng, a maioria dos catalisadores para as ações da Oi já aconteceram e estão precificados.
Os analistas veem o papel negociando a EV/Ebitda ajustado [valor da firma sobre o Ebitda] de 3,9 vezes em 2022 (excluindo o negócio de InfraCo), sendo este um pequeno prêmio frente às demais companhias brasileiras do setor. Eles ainda veem potencial limitado de valorização, uma vez que a InfraCo e a ClientCo já incorporam sólidos resultados operacionais. “Por fim, acreditamos que a Oi merece um
desconto para pares locais devido à menor conversão de Ebitda em caixa entre as empresas com crescimento semelhante”, destacam.
O banco justifica a elevação no preço-alvo pela venda da área móvel da Oi (em dezembro de 2020) por R$ 16,5 bilhões, frente sua estimativa de R$ 15 bilhões; pela redução da dívida com a Anatel de R$ 4 bilhões para R$ 1 bilhão e o corte da dívida junto a bancos de R$ 12 bilhões para R$ 8 bilhões.
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Enquanto o Credit Suisse está cauteloso, há quem esteja mais otimista com os ativos OIBR3, como é o caso do Bradesco BBI. Ao comentar o lançamento do serviço de internet por fibra óptica em São Paulo, os analistas do banco reiteraram recomendação de compra para o ativo, com preço-alvo para o ativo ON da Oi de R$ 3,40, ou uma alta de 92% frente o fechamento da véspera.
A Oi anunciou nesta semana que, agora, além dos clientes corporativos da cidade de São Paulo que já eram atendidos pela Oi Soluções, assinantes corporativos e residenciais também poderão contratar o serviço.
Leia também: Oi dá novo passo para venda do controle da InfraCo por R$ 12,9 bi, mas por que as ações caíram desde o anúncio?
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Em relação ao seu negócio, a empresa disse que o número de casas passadas e casas
conectadas atingiu 10,9 milhões e 2,5 milhões, respectivamente.
“As notícias são positivas para a Oi, pois o desempenho do negócio de fibra é o que mais importa, em nossa opinião. O lançamento do serviço FTTH [fibra óptica até a casa do cliente] em São Paulo, com meta de atingir 400 mil residências em 2021 e 2 milhões em 2022, representa um espaço para revisão para cima das estimativas em relação ao plano inicial da empresa. Dada a negociação da InfraCo, vemos a Oi se tornando um caso de execução e, como a empresa continua apresentando bons resultados, os investidores devem ver isso como positivo”, destaca o BBI.
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