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SÃO PAULO – A quantas mudanças de mercado um empreendedor pode sobreviver? A julgar pela trajetória de Roberto Oliveira e seus sócios, a resposta é: muitas. Eles começaram a empreender com o quiosque de celulares em Belo Horizonte, em 1997. Em 2020, receberam um aporte de US$ 100 milhões da gestora de private equity americana Warburg Pincus.
“O que enxergamos é que o mercado em que estamos agora é muito maior do que qualquer coisa que a gente já fez. Resolvemos que estava na hora de trazer um parceiro para pensar grande”, contou Roberto Oliveira em entrevista ao podcast Do Zero ao Topo. Foi a primeira captação da empresa desde a sua fundação.
A trajetória de Oliveira e das muitas mudanças de negócios da Take, que hoje é uma plataforma de comunicação digital, é tema do episódio 82 do Do Zero ao Topo. É possível seguir o programa e escutar a entrevista em Spotify, ApplePodcasts, Deezer, Spreaker, Google Podcast, Castbox, Amazon Music e outros agregadores de áudio do país.
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Celulares, ringtones e uma venda milionária
Na década de 1990, Roberto e seus sócios — Daniel Costa e Antonio Oliveira (tio de Roberto) — chegaram a ter dez lojas de celulares em Belo Horizonte e uma assistência técnica autorizada da Nokia. Mas não demorou muito para até que companhias maiores percebessem o potencial desse mercado e inviabilizassem o pequeno negócio.
“As operadoras começaram elas mesmas a vender telefones e grandes varejistas também entraram no mercado. A gente perdeu crédito com fornecedor, pegou dinheiro em banco para abastecer as lojas e entrou em dívidas bancárias muito altas. Decidimos fechar todas as lojas em 2002”, contou Roberto.
Apesar de amargar uma dívida de R$ 3,5 milhões com o fechamento das lojas, a essa altura os sócios-fundadores e o irmão de Roberto, Marcelo Oliveira, já tinham uma nova companhia em um segmento que consideravam mais promissor: o de ringtones.
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No início dos anos 2000, bastava enviar um SMS com o nome de uma música para o número 250 que em poucos minutos o cliente tinha um novo toque musical para o seu celular.
No auge dessa moda, a Take fazia mais de 250 mil downloads de ringtones por dia. A empresa chamou a atenção do mercado internacional e foi vendida para a japonesa Faith por cerca de R$ 100 milhões em 2005. “A Faith estava consolidando o mercado, fazendo aquisições ao redor de todo o mundo e nos fizeram uma proposta irrecusável”, contou Roberto.
Três anos depois, com o mercado já em decadência, Roberto e seus sócios recompraram a operação. Mais uma vez, precisaram achar um novo produto. A saída foi focar no serviço de envio de SMS de grandes empresas.
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Em 2014, sentindo que o mercado poderia mudar de novo, os sócios se adiantaram. Eles criaram uma plataforma que permite que empresas escalem e automatizem a comunicação com clientes ou fornecedores em conversas digitais — em seus sites, aplicativos, ou redes como Whatsapp e Facebook Messenger. Hoje, a companhia tem quase 1.200 clientes. A lista inclui nomes como Itaú, Coca-Cola, Casas Bahia e Fiat.
Com o aporte de US$ 100 milhões da Warburg Pincus, a Take Blip planeja expandir seus negócios para outros países. Confira a história completa no podcast.
Sobre o Do Zero ao Topo
O podcast Do Zero ao Topo traz, a cada semana, um empresário de destaque no mercado brasileiro para contar a sua história, compartilhando os maiores desafios enfrentados ao longo do caminho e as principais estratégias utilizadas na construção do negócio.
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O programa já recebeu nomes como André Penha, cofundador do QuintoAndar, David Neeleman, fundador da Azul, José Galló, executivo responsável pela ascensão da Renner, Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos, Artur Grynbaum, CEO do Grupo Boticário, Sebastião Bonfim, criador da Centauro e Edgard Corona, da rede Smart Fit.