Governo de SP detalha como será o plano estadual de imunização, em reunião com novos prefeitos

Sem citar os dados de fase 3 da CoronaVac, Jean Gorinchteyn, secretário estadual da saúde, confirmou datas de início e doses disponíveis em São Paulo

Allan Gavioli

(Divulgação/Governo do Estado de São Paulo)
(Divulgação/Governo do Estado de São Paulo)

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SÃO PAULO – Nesta quarta-feira (6), João Doria (PSDB), governador do estado de São Paulo, se reuniu com os 645 prefeitos do estado que tomaram posse em 2021. No encontro virtual, o governador detalhou aos novos gestores municipais os primeiros passos do Plano Estadual de Imunização (PEI) para a aplicação da vacina contra a Covid-19 no estado.

“O alerta de segunda onda da Covid-19 chegou ao Brasil. O fácil é deixar de agir, o difícil durante a pandemia é fazer e ter atitude”, disse o governador, citando novamente o prazo de 25 de janeiro para o início da campanha de imunização no estado.

Na sequência, Jean Gorinchteyn, secretário estadual da saúde, detalhou os números e prazos do plano paulista. A primeira fase do plano de vacinação deve durar nove semanas, com início em 25 de janeiro e término em 22 de março. A fase incluirá 9 milhões de pessoas.

A vacina contra Covid-19 que integra o Plano Estadual de Imunização é a CoronaVac, imunizante desenvolvido pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Embora a CoronaVac esteja no plano de vacinação de São Paulo, e também no plano federal de imunização, a vacina ainda não teve seu uso emergencial aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A CoronaVac esbarra em uma das exigências da agência reguladora brasileira: os estudos conclusivos sobre a taxa de eficácia do imunizante calculada na fase 3 de testes clínicos, a última fase de testes pré-aprovação.

Após adiar a entrega dos dados mais de uma vez, é esperado que a divulgação desses resultados finais ocorra ainda nesta semana. Em entrevista ao canal CNN, Gorinchteyn afirmou que o estado teria em mãos a taxa de eficácia do imunizante até esta quinta-feira (7).

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Doria deixou marcado uma coletiva de imprensa para amanhã às 12h45, na sede do Instituto Butantan, em São Paulo. O evento marcado pelo governador coincide com o prazo final dado pelo secretário para a apresentação dos resultados.

Na tarde de hoje, representantes da farmacêutica Sinovac e do Instituto Butantan se reunirão com a Anvisa para tratar de assuntos técnicos. Em nota, o Butantan falou que em uma nova reunião, marcada para amanhã, eles irão tratar da eficácia e do pedido de registro definitivo do imunizante.

Piora da situação epidêmica no estado

Antes de detalhar os passos do plano, Gorinchteyn chamou atenção para o aumento dos índices de óbitos, novos casos e internações no estado. O secretário informou que haverá uma ampliação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes de Covid, sem informar um número exato.

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“Temos dez hospitais com capacidade máxima de assistência. Estamos recrutando mais profissionais e ampliando leitos. O Plano São Paulo [estratégia do governo do estado para combater a Covid-19] se baseia nos índices da saúde que pesam mais para o estado, especialmente internações e óbitos. Temos de entender que o aumento da ocupação de leitos de UTI coloca em risco a assistência para todos os municípios. Hoje, para poder consolidar a assistência à vida, precisamos ampliar os leitos de UTI”, explicou Gorinchteyn.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o total de pacientes internados no estado com suspeita ou confirmação de Covid-19 subiu para 11.945 nesta terça-feira (5): 6.770 internados em enfermaria e 5.175 em leitos de UTI. O número de internados em UTI é o maior desde o dia 22 de agosto de 2020, quando havia 5.134 pacientes nesta situação.

Plano Estadual de Imunização

Segundo informações do plano apresentado pelo secretário, na primeira fase do PEI, entre 25 de janeiro e 22 de março, 9 milhões de pessoas serão vacinadas no estado. Além de idosos acima de 60 anos, indígenas, quilombolas e profissionais da saúde também estão contemplados nesse primeiro momento.

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Segundo a explicação de Gorinchteyn, como o regime de aplicação da CoronaVac é de duas doses, com intervalo de 21 dias entre as aplicações, serão necessárias 18 milhões de doses para que a primeira fase do plano seja concluída.

O secretário ainda informou que o horário da aplicação das doses será de 7h às 22h de segunda a sexta e de 7h às 17h aos sábados, domingos e feriados.

(Reprodução/Governo do Estado de São Paulo)

“O PEI tem como público alvo a população com mais de 60 anos, visto que essa faixa etária corresponde a 77% dos óbitos”, explicou o secretário. “Lembrando que os trabalhadores da área da saúde serão médicos, enfermeiros, mas também toda aquela população que trabalha dentro das unidades hospitalares. Nós realmente precisamos que eles continuem com saúde, para não serem afastados em decorrência dessa doença”, complementou.

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Em relação à logística empregada para a distribuição das doses pelo estado, o secretário informou que os 5,2 mil postos de vacinação já existentes nos municípios de São Paulo devem ser ampliados para 10 mil com a utilização de escolas, quartéis da PM, estações de trem, terminais de ônibus, farmácias e sistema drive-thru.

Gorinchteyn ainda confirmou que o estado conta com mais de 27 milhões de agulhas e seringas e com mais de 54 mil profissionais da saúde elencados para auxiliar na operacionalização do plano.

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(Reprodução/Governo do Estado de São Paulo)

Empenho na fiscalização do Plano SP

Jean cobrou dos gestores municipais empenho na fiscalização das medidas de isolamento estabelecidas pelo Plano São Paulo. Esse é o programa de flexibilização de atividades definido pelo governo do estado desde o início da pandemia e condicionado aos índices de internações, óbitos e novos casos nas regiões do estado.

O Plano São Paulo é dividido em cinco fases, que vão do nível máximo de restrição de atividades não essenciais (Vermelho) a etapas identificadas como controle (Laranja), flexibilização (Amarelo), abertura parcial (Verde) e normal controlado (Azul). O programa divide o estado em regiões, e cada uma delas é classificada em uma fase.

Marco Vinholi, secretário de Desenvolvimento Econômico, disse que o estado irá priorizar a assistência aos prefeitos que cumprirem as determinações impostas pelo Plano SP.

“Vou deixar de forma muito clara: passamos por um momento no qual a responsabilidade sobre a vida é de todos nós. A vida está na mão de cada um de vocês, prefeitos de São Paulo. Aqueles prefeitos que não cumprirem as regras do Plano SP estarão no fim da fila da assistência do estado”, explicou Vinholi.

Após uma momentânea classificação de fase vermelha, a mais restritiva, durante as festas de fim de ano, o estado voltou à fase amarela. A próxima reclassificação do Plano SP está marcada para a próxima quinta-feira (7).

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Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.